sábado, 30 de novembro de 2019

Natal Porto “sem” Luz


Natal Porto “sem” Luz


Professor Nazareno*

               
               É dezembro. Cidades cristãs espalhadas pelo mundo inteiro começam a ser decoradas e iluminadas para as comemorações do Natal, o “nascimento” de Jesus Cristo. Paris, a Cidade Luz, está um deslumbre. A capital da França exala romantismo em cada praça, rua e avenida. Neve, odor dos melhores perfumes e vinhos caros dão o toque final. Viena na Áustria tem uma das mais belas decorações natalinas de todos os tempos. Os lindos jardins do Palácio de Schönbrunn dispensam quaisquer comentários. Luzes, enfeites, bom gosto. Milão é um convite para quem gosta de apreciar as coisas boas e bonitas da vida. Este ano os italianos capricharam. Até em Gramado e Canela na Serra Gaúcha é impossível não se encantar com tanta beleza, brilho e lindos enfeites nas decorações. O mundo civilizado não poupa esforços para encantar os seus visitantes.
               Enquanto isso, Porto Velho por incrível que pareça também se prepara para as festas de Natal. Uma cidade totalmente sem vida e sem luz quer aparecer. A suja, fedida, escura, poeirenta e enlameada “capital dos estupros” quer dizer ao mundo que também comemora a vinda de Cristo. E no pior estilo, diga-se. Há três anos que esse arremedo de cidade, essa currutela fedida da Amazônia não comemora o seu Natal. Em vez de neve, alegria e charme teremos só lama, violência e muitos pinguços bêbados no meio das fedidas e emporcalhadas ruas. Mas 2019 é o último Natal antes das eleições do próximo ano. Por isso, a atual administração da cidade, “que não dorme no ponto”, quer impressionar beiradeiros e matutos com algumas lâmpadas velhas colocadas em alguns lugares. Espaço Alternativo e Avenida Jorge Teixeira (BR-319) foram os escolhidos.
               Pior lugar para colocar aquelas luzinhas que piscam não há em Porto Velho. Bem no meio da referida Avenida há uma vala enorme, ainda aberta e cheia de água de esgotos podres, ratos e tapurus que exalam um fedor totalmente oposto ao que acontece na charmosa Paris ou na encantadora Viena. E se chover durante a noite de Natal, coisa que não é difícil, o vexame estará completo. É melhor nem ir ver aquela coisa brega e cafona. Além do mais, ali não existe decoração bonita e muito menos que tenha bom gosto. Apenas foram espalhadas de forma aleatória luzes coloridas sem nenhum significado. É uma presepada “sem-pé-nem-cabeça” que representa muito bem a triste e sinistra Porto Velho. Muito melhor do que esta cafonice, a decoração de pneus, aqueles “cocôs de monstro” do Mauro Nazif, fizeram mais sucesso. Difícil saber o que é pior.
                O Espaço Alternativo, obra eleitoreira e superfaturada que levou um deputado federal para a cadeia, é um lugar lúgubre, patético e sem banheiros. É a rua que dá acesso ao acanhado aeroporto da cidade. Lá tem uma espécie de montanha russa do atraso, um trambolho inútil e sem sentido que só serviu até agora para eleger políticos ruins. Mas estive lá para ver a chegada de um tal Papai Noel e assistir a uma “cantata”. Mas de cara fui logo roubado. É que matutos e cantatas não combinam. Aos domingos e feriados, servem ali churrasco e outras gororobas para quem tem coragem de ir “se divertir”. Em vez de usar estas lâmpadas inúteis, deviam gastar dinheiro com lâmpadas de verdade para iluminar esta cidade que é escura feito breu. Eu, de novo, vou passar o Natal em Porto Velho. Em casa. Espero que a Energisa não deixe faltar energia. E as autoridades da capital, onde vão passar as festas natalinas? Na neve ou na lama mesmo?




*É Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Quero comprar a Caerd


Quero comprar a Caerd

Professor Nazareno*

            Caerd é a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia, embora a sigla deste “valoroso” Estado seja RO. Para uns, a Caerd fora criada pelo ex-governador Jerônimo Santana em 1989, já para outros ela é muito mais antiga. É do tempo em que a sigla de Rondônia era “RD”. A inusitada companhia deveria fornecer água tratada para os seus consumidores. Só água mesmo, pois esgoto nunca existiu nem em Porto Velho muito menos nas cidades do interior. Nestes tempos de privatização de tudo o que é público, a insólita companhia deveria ser também repassada para a iniciativa privada. Se a Ceron, Centrais Elétricas de Rondônia, foi vendida por míseros 50 mil reais com a aceitação de toda a classe política e de autoridades deste Estado, a Caerd deve valer bem menos. Eu tenho coragem de pagar uma quantia de 20 mil reais pela empresa. Ela valeria mais?
            Primeiro eu iria pedir a permissão dos 24 deputados estaduais de Rondônia para poder comprá-la. Será que eles concordariam com o negócio? Talvez não, pois são muito “apegados” ao Estado e as suas instituições. Batido o martelo para o Professor Nazareno, a primeira coisa que eu fazia como proprietário dela seria mudar o nome para CARO, Companhia de Águas de Rondônia. Ora, se não existe esgotos no lugar, para que uma empresa com esse nome desnecessário? Iria distribuir água do rio Madeira para toda a população de Porto Velho e nas cidades do interior que têm rios próximos, faria a mesmíssima coisa. Trocaria todos os hidrômetros e colocaria fiscalização para evitar as ligações diretas. Para isso, pediria a colaboração da “competente” Polícia Civil do Estado assim como do IPEM e quem sabe até do PROCON para auxiliar nestas tarefas.
            Privatizada, de início todos os servidores da nova empresa seriam sumariamente demitidos sem direito a nenhuma indenização, pois já ganharam muito dinheiro sendo funcionários públicos e por isso não precisam de mais nada. A seguir, faria um acordo com os políticos mais exaltados: eles fingiam estar “vigiando” a empresa de possíveis desmandos enquanto a população carente, totalmente desprotegida, agonizava com as tarifas superfaturadas, uma vez que todos os novos hidrômetros seriam trocados só para este fim. Qualquer problema, o IPEM de Rondônia nos socorreria com sua formidável assessoria. Atestados de idoneidade da empresa não iriam faltar de jeito nenhum. Além do mais, incentivaria a criação de uma CPI na Assembleia Legislativa só para mostrar para todos os eleitores e consumidores que os políticos daqui trabalham pelo bem geral.
            Depois de passar para a iniciativa privada, já era! E todo mundo sabe disto. Não tem mais volta. Ninguém poderá fazer mais nada. “Só sofrer mesmo”. Qual foi a empresa no Brasil que depois de privatizada foi estatizada? Nenhuma. A ANA, Agência Nacional de Águas, é igual à ANEEL. São órgãos do governo federal que estão “muito preocupados” com o povão consumidor. Como empresário já rico e poderoso quero ver os habitantes de Porto Velho com latas de água na cabeça ou então aparando o precioso líquido das biqueiras, uma vez que aqui chove muito. No escuro, muitos já estão por causa da Energisa, de quem pretendo comprar algumas ações, claro. Sem água, sem esgotos, andando a pé, sem energia elétrica, sem Saúde e sem Educação de qualidade essa gente deixará de torcer pelo Lula e o PT e fará campanhas para o Bolsonaro, além de reeleger os “combativos políticos” que lutaram tenazmente por ela. E quem dá mais?



*É Professor em Porto Velho.

sábado, 23 de novembro de 2019

Flamengo não me representa


Flamengo não me representa


Professor Nazareno*

            O Clube de Regatas Flamengo, ou simplesmente Flamengo, é um time de futebol do Rio de Janeiro. Uma equipe meia boca, diga-se! Dados os atuais níveis do futebol mundial, é só um clube mediano. Neste ano de 2019 já é campeão brasileiro e por um acaso, num verdadeiro acidente de percurso, ganhou também a Taça Libertadores da América jogando contra o River Plate da Argentina. Em todas essas competições, seus concorrentes eram todos de nível muito baixo. Tirando um ou outro clube de futebol, a América do Sul nem de longe pode competir com os grandes clubes europeus, que praticamente mandam no futebol mundial há anos. Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Inter de Milão, Ajax e Roma são verdadeiras academias que encantam pelo bom futebol que mostram.
            Há quase duas décadas que o Brasil não é mais o país do futebol. A seleção nacional não encanta mais a ninguém quando joga. Na Copa da Rússia em 2018, por exemplo, foi humilhada nas quartas de final pela forte seleção da Bélgica quando perdeu por 2 X 1 depois de levar um baile dos grandes Eden Harzard, Kevin De Bruyne e Lukaku. Os campeonatos brasileiros não conseguem mais levar torcedores aos estádios, onde a violência entre as torcidas é o destaque maior. Além do mais, por que um magote de marmanjos tatuados, semianalfabetos, com pouquíssima leitura de mundo e sem conhecimentos vai representar uma nação inteira? Representam, e mal, apenas o esporte que praticam. O que mudou ou vai mudar na minha vida e na vida dos milhões de brasileiros essa conquista? Agora, justiça será feita com a tragédia no Ninho do Urubu? 
            Nem assisti a todo o jogo da decisão da Libertadores, mas o pouco tempo em que estive à frente da TV, torci pelo time argentino, claro. Aliás, em Copa do Mundo sempre torço pelo país que joga contra o Brasil e me alegro quando “os canarinhos” são eliminados e os tolos torcedores ficam estupidamente chorando. Confesso que não há coisa mais prazerosa do que ver babacas fanáticos chorando pela derrota de seu time do coração. Mas eles deviam era se envergonhar, pois há coisas mais importantes para se lamentar neste falido país como, por exemplo, os mais de 13 milhões de desempregados e os péssimos números sociais em todas as áreas. Saúde, Educação, violência, caos social, democracia em perigo e outras mazelas deveriam ser os assuntos do momento. Assim, como torcer pelo “Framengo” se Bolsonaro e Moro também são flamenguistas?
            Não se deve misturar política com futebol, ensina o bom senso. Mas no Brasil, um país da periferia do mundo civilizado, isso é uma triste rotina. Agora, com muitos anestesiados e abobalhados com estas "conquistas" de araque, o tacão do governo pode endurecer ainda mais. Uma feroz ditadura de Bolsonaro, com o povão fora de combate por causa desse jogo do Flamengo, passa a ser uma possibilidade real. O brasileiro comum não ganhou absolutamente nada com esta vitória no futebol. O jogo em si, segundo toda a crônica esportiva, foi de domínio total do time argentino que, apenas nos minutos finais, praticamente permitiu os gols que deram este título aos brasileiros. Ou é muito estranho isso ter acontecido ou foi sorte, muita sorte mesmo, virar nos instantes finais um jogo que já estava perdido. Durante a partida inteira o que se viu foi a garra argentina e o futebol brasileiro acuado à espera de um milagre que acabou acontecendo.




*É Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

O marido de Papai Noel


O marido de Papai Noel

Professor Nazareno*

            Descobri por acaso que a peste do Papai Noel além de ser um comunista enrustido é também rondoniense da gema. A praga do velho, que todos juravam ser pedófilo, é na verdade um homossexual assumido. E é casado de papel passado com um ex-funcionário público da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. Santa Claus e seu esposo já trabalharam também por um bom tempo na Câmara de Vereadores da capital. Todos juram que o “astuto” esposo do “mau velhinho” fora ultimamente o encarregado pela contratação e organização dos transportes escolares da prefeitura de Porto Velho para levar os alunos da zona rural do município para a escola. Os dois já estiveram nos Correios e, claro, são os responsáveis pela seleção de milhares de cartinhas que muitas crianças de Rondônia mandam todos os anos ao infame velhinho.
            Eleitores convictos do Bolsonaro e de todos os candidatos do antigo PSL, o velho Noel e seu marido moram atualmente na Zona Leste de Porto Velho e nas horas vagas ajudam na caótica mobilidade urbana da cidade: um é mototaxista enquanto o outro dirige um enferrujado, sujo e ilegal ônibus de passageiros. Muitos falam que quando eles têm tempo de sobra vão sempre ao “açougue” João Paulo Segundo prestar solidariedade aos doentes lá internados, ajudá-los nas suas dificuldades e lhes contar historinhas e lendas de um novo e mirabolante “açougue” que estão prestes a construir em lugar e tempo indeterminados. No último verão amazônico, quando Porto Velho e toda a região estiveram envoltos na fumaça das criminosas queimadas apocalípticas, os dois distribuíram nebulizadores na periferia para amenizar o tormento dos alérgicos...
            Por ter nascido e viver por aqui mesmo, o “velho patife” e seu cônjuge jamais confundem Rondônia com Roraima ou vice-versa, mesmo sabendo da pouca ou nenhuma importância dessas duas províncias atrasadas, esquecidas e distantes. Só não se entende o porquê de eles não terem ganhado até agora nenhum prêmio por isso. Para não fugir à regra, o “Noel karipuna” também adora dar presentes aos estranhos. Sua maior bonificação aos forâneos tem sido a outrora bela e retumbante natureza local. Assim, ele comemorou a “doação” que a classe política local fez à Energisa, a atual concessionária de energia elétrica do Estado. O pior é que o casal tem reclamado das últimas faturas da conta de energia em sua residência. Óbvio que como bom rondoniense, ele tinha alguns “gatos” em casa. Coisa que recomenda não fazerem mais.
            Passadas as festas de fim de ano, ele volta à labuta lá na Zona Leste. Noel está eufórico com o possível asfaltamento da BR-319 entre Porto Velho e Manaus. Até pensa em grilar, comprar ou mesmo arrendar alguns pedaços de terra ao longo da “nova” estrada, onde pensa em se aposentar e levar uma vida mais tranquila com o seu marido. “Uma nova Rondônia nascerá ali, sem tanto mato e sem tantos bichos selvagens”, diz ele. Politicamente falando, o Noel de Rondônia é um homem de direita e assume isto tranquilamente. Diz que agora o Brasil entrará nos eixos e que Rondônia será uma potência reconhecida por todos, apesar dos muitos políticos ladrões e oportunistas. A única preocupação do nosso “pobre” Noel é com o seu saco, que está velho, puído e todo rasgado. “Mas não tem tanto problema assim, pois dificilmente eu o uso para alguma coisa útil”, costuma afirmar. E se ele fosse candidato a prefeito daqui?




*É Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Mentirasnews.com.br


Mentirasnews.com.br

Antônia Inocência*

            A mentira e a hipocrisia são dois defeitos (ou virtudes) que têm acompanhado o homem e toda a História desde os mais idos tempos. Essas “qualidades” sempre foram o esteio que deram sustento às sociedades espalhadas no tempo pelo mundo afora. As conquistas, as guerras, o poder instituído, os reinos, dinastias, religiões, governos, tudo enfim, dependeu da mentira e também da hipocrisia para ganhar mais notoriedade e assim os poderosos exercerem um maior controle sobre as pessoas. E hoje não é tão diferente assim. A mentira é largamente empregada nas redes sociais e dá o tom do que se quer conquistar. As fakenews são usadas descaradamente para se chegar a qualquer objetivo. Mentir agora virou algo normal quando se quer eleger chefes de Estado, presidentes, deputados, senadores, governadores, prefeitos ou qualquer outro político.
            Donald Trump nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro no Brasil são dois exemplos clássicos de eleição recente de mandatários levando-se em conta as muitas mentiras disseminadas pelas redes sociais. Os dois não saem dos seus celulares para acompanhar essas suas redes sociais e com elas acreditam que governam seus “súditos”. Na Bolívia, quase 70 mil contas falsas foram criadas no Twitter para apoiar e incrementar o atual golpe de Estado dado pela direita no país vizinho. Pior: mentir na internet é a coqueluche do momento no mundo inteiro. E levando-se em conta que um número bem restrito de cidadãos tem informação, conhecimento e leitura de mundo, os propagadores destas notícias falsas se deleitam. O Brasil hoje está dividido politicamente e com esta polarização absurda e nefasta o que se vê é um pandemônio triste que nos dá até nojo.
            Como pode um sujeito que se diz “politizado” e em pleno uso de suas faculdades mentais usar a sua conta nas redes sociais para falar bem do PT e do Lula sem o menor acanhamento? Não entendo como se propaga aos quatro cantos nas postagens que Lula foi, por exemplo, o melhor presidente que este país já teve. Os petistas se deleitam quando lhes puxam o saco e lhes adulam de forma mentirosa. Mas o PT não destruiu o país como se afirma nas redes, só deu prosseguimento a isso e nada fez para impedir o aumento da desigualdade social que tanto nos atormentou. Não investiu nem melhorou a Educação nem preparou os brasileiros para o futuro. Apenas “transformou pobres em consumidores e não em cidadãos”. Da mesma forma, Jair Bolsonaro não é um “Mito”, mas apenas um embuste de tendência fascista, despreparado e amante de ditaduras.
Por isso, por conta das mentiras e lorotas espalhadas pelas fakenews, os brasileiros elegeram um fascista de verdade para tentar combater um comunismo de mentira. Lula e o PT nunca foram comunistas. Pelo contrário, nos governos petistas jamais a elite do Brasil, os empreiteiros e os banqueiros ganharam tanto dinheiro. A enorme e gigantesca pobreza da oitava economia do mundo foi explorada e continua sendo até hoje. A nossa fome nem Ibope dá, pois somos mais de 15 milhões de miseráveis que nem se prestam a um espetáculo televisivo como na Somália, Serra Leoa ou Etiópia. Os brasileiros sempre foram vítimas de uma mídia nojenta, infame, asquerosa, tendenciosa e sempre controlada pelas verbas oficiais. Agora, seguem vítimas da mentira descarada e criminosa inventada para “lhes informar”. E assim, avança perdido um país que se informa pelo Facebook, WhatsApp, Twitter, Instagram...




*Antônia Inocência é pseudônima do Professor Nazareno.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Rondônia não existe


Rondônia não existe

Professor Nazareno*
           
Durante muito tempo os rondonienses se alegravam ao ouvir falar que o Acre, o nosso charmoso Estado vizinho, não existe. Mas observando atentamente os fatos sob a lógica e a seriedade, percebe-se que Rondônia também não existe. Província pobre, distante, primitiva e sem nenhum futuro, o jovem Estado é uma cópia fiel e até pior do que o país que lhe dá abrigo. Vergonha internacional, filha direta das queimadas, do atraso e da devastação ambiental, Rondônia é um desses “abortos da natureza” que só tem existência por que em Brasília, no final da década de 1970, um conchavo entre militares golpistas e políticos mal intencionados permitiu a sua malfadada criação. Por aqui a preguiça e o jeitinho dão o tom em quase tudo: o Estado foi criado em 1981, mas só foi instalado no ano seguinte. Ou seja, são dois feriados sem a menor necessidade.
A minúscula população de menos de dois milhões de pessoas na sua maioria é uma mistura bizarra de nordestinos desempregados, agricultores expulsos pela mecanização agrícola do sul do país e de índios. E agora imigrantes venezuelanos, bolivianos, haitianos e também alguns políticos mal intencionados. Os rondonienses querem reconstruir, por exemplo, a BR-319, que liga Rondônia ao Amazonas afirmando que esta será a redenção (de novo) do jovem Estado. Tolice, enganação, lorota, conversa fiada. Esta estrada já existia, era asfaltada, sinalizada e até a criação do Estado fazia a ligação entre Porto Velho e o Careiro da Várzea. Se essa BR fosse tão importante assim, teria sido conservada até hoje. Os próprios amazonenses não a querem, pois em vez de ligarem Manaus a ela, gastaram 1,3 bilhão de reais numa ponte até o Cacau Pirera.
Além do mais, rasgar o coração da Amazônia com uma estrada desnecessária é pedir para acabar de vez com a floresta amazônica. Multidões e multidões de invasores pobres, grileiros, posseiros e outros tipos darão cabo em pouco tempo da sua rica biodiversidade. Vão devastar, incendiar e destruir tudo. Essa BR é o tiro de misericórdia na Amazônia. A França deveria ser avisada para impedir mais este desastre ambiental sem precedentes. Só a União Europeia poderia vetar esta hecatombe e frear a criação de outra Rondônia como a da BR-364 com toda a destruição já conhecida. Como Rondônia tem “jornalistas” que ainda defendem o caos e a agressão ao meio ambiente, o apocalipse parece ser inevitável. Foi essa mesma gente que lutou para privatizar a velha Ceron e hoje aparece como defensor dos consumidores “encurralados” pela Energisa.
Mas não é só isso. Muitos rondonienses querem “peitar” o Brasil e reservar vagas na única universidade pública do Estado para alunos nascidos em Rondônia. Uma espécie de Nazismo absurdo que atenta contra qualquer lógica. A Unir é bancada com recursos federais e por isso os alunos do país inteiro podem pleitear vagas nela. Engraçado é que os filhos de Rondônia podem estudar fora sem sofrer discriminação nenhuma. Em vez de se lutar para criar uma universidade estadual ou mesmo melhorar o péssimo ensino do Estado, tenta-se criar um jeitinho para lograr vantagens indevidas. Com preguiça de estudar mais, querem recompensas pela notória incompetência. Estudem mais, meninos! Só assim vocês terão sucesso em qualquer universidade do país e até do exterior. Por tudo isso, não há como levar este Estado a sério. Já viramos chacota e agora se entende por que muitos dos brasileiros duvidam que Rondônia exista.




*É Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Os idiotas “politizados”


Os idiotas “politizados

Professor Nazareno*

            Já não se pode mais esconder: o Brasil é de fato uma nação repleta de idiotas que não têm leitura de mundo nem conhecimentos. Um país de 213 milhões de habitantes cuja maioria da população, com raríssimas exceções, não teve acesso a escolas de boa qualidade muito menos tem a mínima noção de civilidade e bons modos. Fazendo-se uma comparação com países do mundo civilizado como, por exemplo, Alemanha, Áustria ou Noruega, percebe-se por que o nosso país tem uma das sociedades mais problemáticas que existem. Aqui, fala-se uma língua parecida com a que se fala em Portugal. Apenas se fala, pois na hora de escrevê-la percebe-se o nível de alfabetização da maioria desse povo. No entanto, essa mesma gente “tapada”, por causa das redes sociais, passou a dar pitacos sobre todos os temas. “Os idiotas agora têm vez e voz”.
            Na política, o brasileiro é um desastre atrás do outro. Todo o país hoje está dividido entre duas horríveis vertentes oriundas da mesma ignorância que norteia grande parte dessa gente. De um lado, há os adoradores do ex-presidente Lula, um operário com uma “razoável” leitura de mundo que lutou contra a Ditadura Militar e notabilizou-se pelos discursos inflamados contra a repressão daqueles anos de chumbo. Mas o petista mergulhou o Brasil numa espiral de corrupção e roubalheira jamais vista na História. Do outro lado está o atual presidente Jair Bolsonaro, um ex-militar de pouquíssima leitura de mundo, de tendências fascistas e autoritárias. Lula ainda é visto como uma espécie de “Deus” dos pobres, enquanto Bolsonaro é o “Mito”. Os dois, no entanto, são a mesma versão de uma realidade decadente, podre e sem nenhum valor.
            O país está dividido politicamente. Tudo agora é motivo para se comparar essas “duas peças” políticas que estão à disposição deste triste país. Nas redes sociais não se vê outra coisa. Toda publicação, incluindo as muitas Fakenews, serve para se debater o “sexo dos anjos”. Um debate oco, sem ideologia, sem nada de instrutivo e que apenas é usado para acirrar ainda mais a estupidez dos participantes. Um diz representar o pensamento esquerdista, o socialismo, o comunismo e todos os ideais revolucionários já existentes. Já o outro se diz direitista, capitalista, reacionário, adorador dos Estados Unidos e mesmo já tendo se casado várias vezes, se diz defensor da tradicional família brasileira e dos bons costumes. Os dois têm uma penca de filhos enrolados e de caráter duvidoso, que “além de governar o país” junto a seus pais, estão sujos como o esgoto.
            Idiotizados e cegos de paixão e ódio, os brasileiros comuns tomam partido e defendem ferrenhamente seus “ídolos de merda”, seus “zeróis de nada”. Ninguém discute o porquê de se ter mais de 13 milhões de desempregados. Ninguém quer saber por que a violência campeia. O Brasil tem hoje um dos piores sistemas de educação do mundo, mas ninguém dá bola para isso. Somos o segundo maior produtor de alimentos do mundo, mas temos mais de 15 milhões de miseráveis. Isso também não interessa. Por que uma das mais prósperas economias do planeta tem uma qualidade de vida tão ridícula? O dinheiro dessa nação não deveria ser usado para acabar com a assassina desigualdade social que temos? Ninguém quer saber disso. Por que nunca ganhamos um Prêmio Nobel ou um Oscar? Enquanto o país sofre, para muitos a culpa de tudo isso é do Lula, do PT e das esquerdas. Já para outros, a culpa é só do Bolsonaro e da direita.




*É Professor em Porto Velho.

sábado, 9 de novembro de 2019

Fique em Rondônia, Energisa!


Fique em Rondônia, Energisa!


Professor Nazareno*

            É com muita tristeza que vejo a malfadada classe política de Rondônia apontar suas baterias sujas e já desgastadas contra a Energisa, a concessionária de energia elétrica em terras karipunas. O ex-prefeito de Porto Velho, Dr. Mauro Nazif, chegou a espalhar panfletos, outdoors e cartazes pela cidade pedindo para a Energisa ir embora daqui. Um tal de coronel Chrisóstomo disse que também é contra os desmandos da injustiçada concessionária. Léo Moraes, outro deputado federal, esperneia como louco “para defender os rondonienses” desta companhia de eletricidade. A “toda poderosa” Assembleia Legislativa do Estado criou até uma CPI para investigar a atuação da herdeira da Ceron. “Tudo em vão, tudo para inglês ver”. Não creio que essa rompança vá dar em alguma coisa, pois foi essa mesma classe política que presenteou a Energisa.
            Além do mais, a Energisa é uma empresa capitalista e não entrou na onda de privatizações para levar prejuízo. Para mim, ela é só alegria e satisfação. Depois que se instalou em Rondônia, a minha conta de luz só diminuiu. A cada mês a minha fatura vai só abaixando. Para se ter uma ideia, em setembro de 2019, por exemplo, gastei em minha residência exatos 656 quilowatts e paguei 566,33 reais. No mês seguinte, outubro de 2019, consegui diminuir a conta para 576 quilowatts no que importou em 496,42 reais. Em novembro, o consumo caiu mais ainda: 447 quilowatts e “apenas374,02 reais para pagar. Claro que muita gente vai dizer que tenho “gatos” aqui em casa. E respondo: tenho, sim! Três lindas gatas. A Alvinha, a Neguinha e a Éris. O que ninguém admite é que a Energisa me ensinou a economizar energia elétrica. Fiscalizem-me, ora!
            Antes de a Energisa chegar por aqui eu pagava um valor bem mais alto pela energia consumida. Agora eu sou um ferrenho economizador. Ar condicionado eu tenho dois aqui em casa e além da manutenção semestral, eu os programo para funcionar só três horas por noite. É o suficiente. Apesar do calor infernal de Porto Velho, o ambiente fica resfriado a noite toda. Não há necessidade de eles ficarem ligados 10, 12 ou 14 horas ininterruptas gastando energia sem controle. Durante o dia, nada de ligar ar condicionado. Todas as lâmpadas de minha residência são de LED, para economizar. A geladeira não precisa de lâmpada, pois não somos cegos. Lavar roupa, só em finais de semana. Todos os aparelhos de eletrodomésticos aqui são desligados da tomada. Aquela luzinha acesa gasta muita energia num mês inteiro. Ações simples, resultados enormes.
            É claro que a Energisa não é nenhuma santinha nesta barafunda toda. É uma empresa ambiciosa atuando num país esculhambado como o Brasil, onde muitos querem se dar bem à custa dos outros. E é até possível que a diminuição do valor mensal de minhas contas seja por causa da pressão que a empresa vem sofrendo. Mas sei que não é, pois estou atento e a minha meta é sempre gastar menos quilowatts a cada mês. O meio ambiente agradece e o meu bolso adora. Muitos rondonienses são folgados e querem ostentar, pois 72% já colocaram “gatos” e também não procuram economizar nada. Os políticos deveriam parar com esta gritaria boba. Vivemos em um país capitalista e não socialista. Culpados, agora querem se redimir. Por que eles não lutam para estatizar a empresa? Por isso, eu não quero que a Energisa vá embora de Rondônia, por enquanto. Privatizem mais: a Caerd, a ponte, as ruas, a cidade e também o Estado.




*É Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Lula livre, justiça ou escárnio?



Lula livre, justiça ou escárnio?


Professor Nazareno*

Por seis votos a cinco, o Supremo Tribunal Federal derrubou a prisão após condenação na segunda instância. Com a decisão, todos os réus condenados só poderão ser presos após o trânsito em julgado, isto é, depois de esgotados todos os recursos. Assim, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está com os dias contados e o petista pode ser solto a qualquer momento. Não só ele, mas segundo cálculos do CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, pelo menos outros cinco mil presidiários podem ganhar também a liberdade, dentre eles, o petista José Dirceu e o ex-deputado Eduardo Cunha, todos corruptos. Embora já tenha votado no Lula algumas vezes, não sou petista, não sou esquerdista e nem comunista. Apenas acho que se está escrito na Constituição que, para ser preso, o cidadão deve ter esgotados todos os recursos, que se cumpra e pronto.

                O problema é que, como sempre, esta decisão só aconteceu por que beneficiava apenas brasileiros ricos e poderosos. Os pobres, no entanto, continuarão cumprindo o seu destino de serem a escória da nossa sociedade e para eles nenhum benefício à vista. Lula livre é um escárnio à sociedade brasileira como um todo. O ex-presidente praticamente nada fez em benefício do país. Não combateu os privilégios da elite, não combateu a corrupção e pior, não investiu o que deveria ter investido em Educação. Lula e o PT apenas deram continuidade à roubalheira nas esferas governamentais que eles tanto denunciavam. Mas convenhamos que não foi Lula e o PT que destruíram este país. Esse processo acontece desde o longínquo ano de 1500 e os petistas apenas deram continuidade ao roubo e à desigualdade social já antes verificada. Nada foi inventado.
            Lula solto e voltando aos palanques é um tormento principalmente para os bolsonaristas mais eufóricos. Nas urnas, os militantes do “Mito” se borram todos tendo que enfrentar o “Sapo Barbudo” em uma eleição onde teria de participar de debates na mídia. Como explicar para o Brasil que a Operação Lava Jato, por exemplo, capitaneada pelo ex-juiz Sérgio Moro fez a coisa correta? Todo mundo sabe que Moro prendeu o Lula apenas para ganhar a vaga de Ministro da Justiça e depois ser nomeado ministro do STF. Ou seja, prendeu um corrupto e ladrão não por que era o correto e justo a se fazer para o bem do Brasil, mas por que seria beneficiado lá na frente com essa “manobra” absurda. Como juiz, se misturou aos procuradores e influenciou toda a operação. O corrupto Lula deve ser solto por que todo o processo está viciado e foi feito ilegalmente.
            Lula e o PT não fizeram absolutamente nada pelos pobres como seus cegos e despolitizados seguidores dizem. “Apenas os apresentou ao consumo”. Com o PT, o PMDB, a Arena, a UDN ou PSL o Brasil nunca mudou. Além do mais, eles destruíram a Petrobras inteira e aparelharam o Estado para roubar. Mas o Brasil não fez muita coisa ao trocar o PT por Michel Temer e depois por Bolsonaro. Mesmo assim, Lula voltando a ser presidente do país é um retrocesso sem tamanho. O miserável esquerdista pode querer trazer de novo as Olimpíadas e outra Copa do Mundo. O ex-presidente jamais deveria ser solto. Outra vez eu disse que o problema maior não era ele estar preso, mas muitas outras autoridades estarem soltas. O Queiroz, por exemplo. E também quem mandou matar a Marielle. Como aceitar que um Michel Temer, um Aécio Neves e tantos outros ainda riam de nós? Livre, Lula fará companhia a todos eles. Pobre Brasil!




*É Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Bolsonaro acerta uma


Bolsonaro acerta uma

Professor Nazareno*

            Não votei no senhor Jair Bolsonaro para presidente da República nas últimas eleições. E dificilmente o faria, pois sempre disse que o mesmo tem fortes tendências fascistas, elogia a tortura como prática de Estado, não apresenta condições nem a menor competência para governar o nosso país, ainda por cima flerta com vários regimes ditatoriais e apresenta uma série de “defeitos” que não vou elencar aqui. Hoje, 300 dias depois do novo governo, eu não mudei uma vírgula do que pensava desse “Mito de araque”, mas tenho de admitir que há uma coisa recentemente proposta por ele e sua equipe de governo que me chamou a  atenção: se o Congresso Nacional aprovar uma PEC enviada esta semana, o Brasil terá uma redução no número de municípios a partir do próximo ano. Com ela, pelo menos 1254 “cidades” do país poderão sumir do mapa.
            Todos os municípios com menos de cinco mil habitantes e com arrecadação inferior a 10% de sua despesa total deverão ser incorporados às cidades vizinhas e maiores. Em Rondônia, pelo menos sete destas cidades poderão ter o seu final decretado com a nova PEC do “Mito”. Teixeirópolis, Rio Crespo, Castanheiras, Primavera de Rondônia e Pimenteiras do Oeste serão imediatamente riscadas do mapa. Cabixi e São Felipe do Oeste estão sob risco e também podem desaparecer. O irônico disso tudo é que Bolsonaro teve nestas cidades uma grande votação. Em algumas delas o percentual foi bem superior aos 70 por cento. “É Bolsonaro na cabeça, mano”! Gritavam todos, eufóricos. Se algum eleitor destes charmosos municípios não concordar em virar “mero distrito” de outras cidades, deverá fazer “arminha com as mãos” que a raiva passará.
            Essa Proposta de Emenda à Constituição é uma dádiva dos céus. Já pensou termos mais de mil e duzentos prefeitos a menos? Serão mais de onze mil vereadores que também serão poupados. Isso sem falar nas secretarias que serão extintas. Pelo menos mais de vinte mil malditos cabides de emprego serão economizados se a PEC for aprovada. A economia de gastos para o país será imensa e todos sairão ganhando com esta medida mais do que acertada. Porém, acho muito difícil uma lei como esta passar pelo crivo do perdulário e inútil Congresso Nacional. Mas, esta PEC está incompleta. Entendo que o governo federal deveria complementar estas medidas e acrescentá-las também para os Estados da Federação: todo Estado com menos de cinco milhões de habitantes seria imediatamente incorporado aos outros vizinhos e de maior população.
            Com esta medida patriótica e coerente, teríamos apenas 12 ou 13 unidades da Federação. Uma economia inimaginável para os combalidos cofres do país. Rondônia seria riscada do mapa na hora. Um alívio para muita gente uma “porcaria” de Estado como esse deixar de existir. Menos governadores, menos senadores, menos deputados estaduais e federais, menos Assembleias Legislativas, menos tribunais, vereadores e também muitas outras inutilidades. O país cresceria como nunca e aí sim, seríamos uma potência de verdade. Pelas minhas contas, os rondonienses seriam governados por Goiás ou pelo Pará. Embora eu já tenha dito que “Rondonha” deveria pertencer à Bolívia, ser repartido entre o Amazonas e o Mato Grosso ou então voltar à condição de Território Federal. Já pensou a alegria se o “Mito” resolve também acabar com toda e qualquer cidade que é mal administrada e tenha menos de cinco por cento de saneamento básico?




*É Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Rondônia busca a fama


Rondônia busca a fama

Professor Nazareno*

            O Estado de Rondônia é um desses lugares toscos e longínquos que muita gente pelo Brasil afora crê não existir. Mas infelizmente existe e para desespero de muitos moradores é um dos piores lugares do mundo. Tem somente 52 cidades instaladas e é cada uma pior do que a outra. Sua população é inferior a 1,8 milhão de habitantes espalhados numa área territorial equivalente à do Reino Unido. A capital Porto Velho detém há anos o horroroso título de “a pior dentre as capitais do Brasil” para se viver. Não tem água tratada e não tem árvores, embora se situe em plena Amazônia brasileira. A cidade é suja, fedorenta, desarrumada, violenta e quase inabitável, pois não possui rede de esgotos. Em vão, muitos de seus moradores buscam incessantemente algum fato, alguma coisa que lhe dê sentido e que passe a ideia de que o lugar é bom e famoso.
            O nome Rondônia é uma homenagem a um forasteiro: o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, um mato-grossense que sequer foi enterrado no Estado que dá o nome. Nada aqui dá certo por mais que se tente. O Estado é uma espécie de latrina do Brasil para onde só vem quem tem negócios ou teve a infelicidade de ter parentes morando por aqui. Neste ano de 2019, envergonhou o mundo civilizado quando foi palco de queimadas apocalípticas. De Calama, na divisa com o Amazonas até Vilhena, no extremo sul, a fumaça deu o tom no último verão. Rondônia é filha direta das queimadas, da devastação ambiental e da agressão à natureza. Caos total: o lugar vive só de ciclos. E cada um também pior que o outro. O último foi o das hidrelétricas. Mas já teve o ciclo do ouro, o da borracha e o da transformação do território em Estado...
            Rondônia é uma vergonha para o Brasil, que também já é outra vergonha descomunal. Aqui nem as operações policiais dão certo. Tivemos duas ultimamente. Em 2013, foi desencadeada a Operação Apocalipse, um vexame sem tamanho, já que algumas prisões foram feitas de forma equivocada. Mais recentemente tivemos a Operação Pau Oco que, segundo alguns comentários, foi um dos maiores fiascos já patrocinado por um Estado. Os “grampos” que estão sendo publicados na mídia envergonham não só os rondonienses, mas o Brasil inteiro. Rondônia teve uma banda de rock de nome esquisito e forâneo que a Globo disse fazer sucesso. A referida banda teve somente uma música de sucesso e desapareceu das paradas. Futebol praticamente não existe no Estado. Só alguns times que participam da série “Z” e depois também somem.
            Sem nenhuma fama e procurando qualquer coisa para aparecer pelo menos em nível nacional, os rondonienses elegeram outro dia uma jornalista local como heroína por que a mesma ao apresentar o Jornal Nacional da Globo, no rodízio que a emissora faz semanalmente no país inteiro, disse que não se podia confundir Rondônia com Roraima. Foi a senha para que a mesma quase tivesse sido indicada a ganhar um prêmio Nobel por este grande feito”. Agora, a busca da fama a qualquer preço recai sobre um  professor local que teve uma de suas questões colocada na última prova do Enem. Não se fala mais em outra coisa. Parece até aquela música da “caneta azul”. Não sei como os rondonienses não indicaram o seu ex-governador como o maior responsável pelos bolsonaros governarem o país pelas redes sociais. Afinal, Confúcio Moura governou o Estado por oito anos usando apenas um blog. O que farão agora para se chegar à glória?





*É Professor em Porto Velho.