Flamengo não me
representa
Professor
Nazareno*
O Clube de Regatas Flamengo, ou
simplesmente Flamengo, é um time de futebol do Rio de Janeiro. Uma equipe meia
boca, diga-se! Dados os atuais níveis do futebol mundial, é só um clube
mediano. Neste ano de 2019 já é campeão brasileiro e por um acaso, num verdadeiro
acidente de percurso, ganhou também a Taça Libertadores da América jogando
contra o River Plate da Argentina. Em todas essas competições, seus
concorrentes eram todos de nível muito baixo. Tirando um ou outro clube de
futebol, a América do Sul nem de longe pode competir com os grandes clubes
europeus, que praticamente mandam no futebol mundial há anos. Real Madrid,
Barcelona, Bayern de Munique, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Inter de
Milão, Ajax e Roma são verdadeiras academias que encantam pelo bom futebol que
mostram.
Há quase duas décadas que o Brasil
não é mais o país do futebol. A seleção nacional não encanta mais a ninguém
quando joga. Na Copa da Rússia em 2018, por exemplo, foi humilhada nas quartas
de final pela forte seleção da Bélgica quando perdeu por 2 X 1 depois de levar
um baile dos grandes Eden Harzard, Kevin De Bruyne e Lukaku. Os campeonatos
brasileiros não conseguem mais levar torcedores aos estádios, onde a violência
entre as torcidas é o destaque maior. Além do mais, por que um magote de marmanjos
tatuados, semianalfabetos, com pouquíssima leitura de mundo e sem conhecimentos
vai representar uma nação inteira? Representam, e mal, apenas o esporte que
praticam. O que mudou ou vai mudar na minha vida e na vida dos milhões de
brasileiros essa conquista? Agora, justiça será feita com a tragédia no Ninho do Urubu?
Nem assisti a todo o jogo da decisão
da Libertadores, mas o pouco tempo em que estive à frente da TV, torci pelo
time argentino, claro. Aliás, em Copa do Mundo sempre torço pelo país que joga
contra o Brasil e me alegro quando “os
canarinhos” são eliminados e os tolos torcedores ficam estupidamente
chorando. Confesso que não há coisa mais prazerosa do que ver babacas fanáticos
chorando pela derrota de seu time do coração. Mas eles deviam era se
envergonhar, pois há coisas mais importantes para se lamentar neste falido país
como, por exemplo, os mais de 13 milhões de desempregados e os péssimos números
sociais em todas as áreas. Saúde, Educação, violência, caos social, democracia
em perigo e outras mazelas deveriam ser os assuntos do momento. Assim, como
torcer pelo “Framengo” se Bolsonaro e
Moro também são flamenguistas?
Não se deve misturar política com
futebol, ensina o bom senso. Mas no Brasil, um país da periferia do mundo
civilizado, isso é uma triste rotina. Agora, com muitos anestesiados e
abobalhados com estas "conquistas" de araque, o tacão do governo pode endurecer
ainda mais. Uma feroz ditadura de Bolsonaro, com o povão fora de combate por
causa desse jogo do Flamengo, passa a ser uma possibilidade real. O brasileiro
comum não ganhou absolutamente nada com esta vitória no futebol. O jogo em si,
segundo toda a crônica esportiva, foi de domínio total do time argentino que,
apenas nos minutos finais, praticamente permitiu os gols que deram este título
aos brasileiros. Ou é muito estranho isso ter acontecido ou foi sorte, muita
sorte mesmo, virar nos instantes finais um jogo que já estava perdido. Durante
a partida inteira o que se viu foi a garra argentina e o futebol brasileiro
acuado à espera de um milagre que acabou acontecendo.
*É
Professor em Porto Velho.
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