quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Marco Feliciano: nosso Governador?



Marco Feliciano: nosso Governador?


Professor Nazareno*

        Por enquanto são apenas boatos na área da política, mas se como diz o velho ditado popular “onde há fumaça, há fogo”, as possibilidades de o pastor evangélico do PSC paulista e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Marco Feliciano, disputar as eleições em 2014 para Governador do Estado de Rondônia podem ser levadas mais a sério. Essa hipótese foi levantada na semana passada quando o eminente pastor esteve em Ariquemes onde pregou para fiéis e se reuniu com políticos de seu partido. Rondônia só pode ser um lugar abençoado por Deus: morando há mais de três décadas em terras karipunas, quando “cheguei puxando uma cachorrinha e hoje sou um homem rico”, nunca entendi por que este Estado tem tanta sorte assim na área da política. Aqui, sai um governador bom e entra outro melhor ainda. Deve ser por causa das muitas qualidades do povo rondoniense, pois pessoas com ancestralidade, honestas, politizadas e inteligentes só podem mesmo saber escolher corretamente seus líderes.
        Se como eminência parda de Jesus e representante supremo de Deus na terra esse “incontestável guia” nunca nos decepcionou, certamente como Governador de Rondônia o seu sucesso seria maior ainda. A vitória dele para nos governar será também a vitória de cada um dos homens e mulheres aqui nascidos ou que escolheram “de coração” estas terras para viver. Homem santo, probo, honesto, competente, inteligente, democrata e guiado por Deus, o Todo Poderoso, Feliciano é uma combinação de sagacidade, inteligência, jovialidade, liderança, dentre outras tantas qualidades. Devemos torcer pela sua vitória, pois de agora em diante Rondônia seria notícia diária no cenário nacional. Por ser muito coerente e justo nas suas ações, a comunidade LGBT daqui e tantas outras minorias locais já devem estar festejando a eleição deste guru. Não se sabe ainda, caso ele seja mesmo eleito, como seria a parada do orgulho gay, mas certamente e para o bem de todos, a Expovel e o Flor do Maracujá seriam extintos.
            Para a alegria e deleite dos irmãos evangélicos e milhares de eleitores e fãs espalhados pelos quatro cantos de Rondônia, Feliciano e seus secretários rasgariam de imediato a Constituição estadual e governariam usando apenas a Bíblia. “Céus de Rondônia” seria cantado em ritmo gospel. Igrejas e casas de orações seriam criadas em cada esquina. E como os “irmãos em Cristo” não gostam de riqueza nem são apegados ao dinheiro, a corrupção do Estado seria eliminada por si só. Por serem muito cultos, politizados e pregarem abertamente a dialética em suas ações cotidianas, os seguidores do novo governo comandariam as escolas, o ensino superior, a arte, a música, a poesia e a cultura. Jovens lendo salmos e capítulos pelas praças seria o máximo. O apego aos valores familiares, à tradição cristã e à propriedade seria estimulado. E por terem quase as mesmas aspirações e também para incentivar e praticar os ideais democráticos, os “irmãos católicos” até que poderiam participar “preventivamente” do novo governo.
         Se este “grande líder” aceitar mesmo se candidatar ao Governo de Rondônia e for eleito, nosso Estado dará um fenomenal salto de qualidade. E quem sabe, teríamos num futuro próximo um Presidente da República saído do nosso meio. Rondônia progrediria uns três séculos em ciência, conhecimento, pesquisas, informações, e tecnologia. Além do mais, a mistura de política com religião tem demonstrado ser algo muito bem aceito pela comunidade internacional e pelos povos de um modo geral. Com suas sociedades harmônicas e vivendo em perfeita paz social, atualmente Egito e Síria são exemplos claros desta excelente combinação. O maior problema, no entanto, ficaria por conta do pobre eleitor de Rondônia: no meio de tantos políticos bons, trabalhadores e honestos existentes por aqui, como escolher corretamente mais um dentre eles? No novo governo, a Câmara de Vereadores de Porto Velho e a Assembleia Legislativa do Estado, por exemplo, seriam as guardiãs da moral, da decência, da honestidade e dos bons costumes. Deus só pode ter nascido em Rondônia mesmo.


*É Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

“O mensalão nunca existiu”



“O mensalão nunca existiu”

Professor Nazareno*

          O voto do Ministro Celso de Mello do STF, que deu mais uma chance de defesa aos políticos envolvidos no escândalo do mensalão, mostrou ao país o que todo mundo já sabia: o inventado esquema montado pelo PT para a compra de apoio para o Governo Federal durante o primeiro mandato do presidente Lula jamais existiu. O Supremo Tribunal Federal, maior instância de poder no país, não se curvou em momento algum diante dos argumentos dos advogados de defesa dos envolvidos. O nosso egrégio Tribunal soube de forma democrática e independente ouvir o clamor das ruas. O mensalão, ou mentirão, como disse sabiamente a ex-senadora Fátima Cleide, uma espécie de Margareth Thatcher de Rondônia, foi algo inventado pelas elites nacionais por “pura inveja” do sucesso obtido pelo PT ao governar o país em todas as esferas. Ainda não entendi por que este partido não foi indicado para receber um prêmio Nobel pelas grandes contribuições que deu ao nosso país e ao sofrido e explorado povo daqui.
            Depois desta cívica decisão do Supremo, não há como não sentir orgulho de ser brasileiro. Por isso, o que mais se veem ultimamente pelas ruas do país são pessoas comuns usando espontaneamente roupas verdes e amarelas e entoando o hino nacional além de tecerem comentários elogiosos ao PT, Partido dos Trabalhadores. Alegres e satisfeitas, as pessoas se confraternizam e mostram a todos os grandes feitos do “Partido dos Companheiros”. José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Lula, Dilma além de tantos outros heróis petistas reinventaram a maneira de se fazer política em nosso país. Acabaram com a pobreza preservando os pobres, redistribuíram a renda nacional, transformaram o Brasil num grande canteiro de obras com o PAC, Programa de Aceleração do Crescimento e também conquistaram a confiança internacional. Embargos infringentes são temas rotineiros discutidos com clareza e conhecimento por todos os militantes e milhões de simpatizantes deste verdadeiro “Partido do Povo”.
            Em Rondônia e em Porto Velho, o PT também fez história. Hoje até já sentimos saudades da administração de Roberto Sobrinho, o JK da Amazônia. Mauro Nazif só não está trabalhando porque não há mais nada para se fazer por aqui. Sobrinho e seus assessores fizeram de tudo pela nossa cidade. O PT transformou a capital de Rondônia num dos melhores lugares do mundo para se viver. Nem aqui nem no Brasil este glorioso partido jamais se envolveu em maracutaias ou corrupção. É talvez uma das poucas organizações partidárias que sempre se pautou pela ética e pela honestidade. O PT sempre teve um projeto de governo para o país e por isso sua inteligente, heroica e politizada militância nunca mediu esforços para ajudar a “governar bem para todos”. E como o povo de Rondônia tem ancestralidade e inteligência de sobra deve reconduzir ao poder, nas próximas eleições, todos os estadistas do PT. Isso se os atuais integrantes da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal daqui não forem escolhidos antes.
          Confesso publicamente que um dos meus maiores desgostos na política é nunca ter ajudado esse grande e honroso partido. Juro que quase fui às lágrimas quando alguns dos ministros do Supremo, a exemplo do Ricardo Lewandowski, pronunciavam em suas contundentes, incisivas e persuasivas retóricas jurídicas, os nomes sagrados dos vários integrantes do PT. O ex-presidente Lula disse certa vez que o mensalão não existiu. Claro que não. Ele está certo. E se por acaso existiu, ele não sabia de nada. Por isso, tenho quase a certeza de que Lula será o nosso próximo presidente para dar continuidade à grande e importante administração da companheira Dilma Rousseff. A elite brasileira odeia o PT e a recíproca é também verdadeira. Já pensou na emoção se este partido nos governar durante os próximos 100 anos? Eu só não consegui entender o porquê de o também ministro do STF Gilmar Mendes ter afirmado publicamente que o Supremo não era um tribunal para ficar assando pizza e nem um tribunal bolivariano.



*É Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Os EUA deviam bombardear Rondônia



Os EUA deviam bombardear Rondônia


Professor Nazareno*

          Em discurso feito recentemente, Barack Obama admitiu que os Estados Unidos vão atacar a Síria em represália ao fato de o governo sírio, liderado por Bashar al-Assad, ter usado armas químicas contra a sua população na guerra civil que varre aquele país do Oriente Médio. Serviços de inteligência ocidentais afirmam que mais de 1420 pessoas morreram vítimas desses ataques. Cerca de 450 delas eram crianças. O Protocolo de Genebra de 1925, do qual os sírios são signatários, proíbe o uso deste tipo de armas em qualquer situação. Matar civis inocentes numa guerra ou mesmo em tempos de paz é uma atrocidade sem limites que deve ser punida sob todos os aspectos. Rondônia e o Brasil não estão em guerra, mas aqui já morreram e morrem todo dia muito mais crianças e civis inocentes do que em qualquer guerra conhecida. O mundo dito civilizado ficaria estarrecido se conhecesse a carnificina daqui: nossos hospitais são verdadeiros campos de extermínios.
        E a corrupção desenfreada e sem controle em nosso Estado e no país inteiro é a responsável por este genocídio. Sabe-se, por exemplo, quanto em dinheiro, alguns deputados da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, em pouco mais de trinta anos desta casa, já roubaram, já desviaram? E na Câmara de Vereadores de Porto Velho, tem-se notícia do quanto já foi surrupiado durante os quase cem anos de sua existência? Dinheiro público, sendo desviado para o bolso de ladrões, políticos desonestos que quase sempre ficam impunes. Quando se desvia verba pública, muitas pessoas, preferencialmente as que são pobres, morrem em filas de hospitais, sem médicos, sem atendimentos, sem remédios e sem esperanças. A corrupção daqui é muito pior do que as armas químicas usadas na Síria e mata muito mais pessoas só que de forma lenta, silenciosa e cruel. E o pior: com a total aceitação das próprias vítimas.
        São incontáveis, em Rondônia, as operações “caça corruptos” da Polícia Federal e que quase sempre dão em nada: Operação Dominó, Operação Termópilas, Operação Vórtice, Operação Endemia, Operação Apocalipse, Operação Hygeia dentre tantas outras. Quanto recurso foi desviado do Erário nestas operações que seria empregado em hospitais, escolas, segurança e infraestrutura? Quantas mortes a falta desse dinheiro causou? Quanto sofrimento foi imposto ao povo daqui? Por isso, os Estados Unidos deviam bombardear alguns alvos em Porto Velho e Rondônia para estancar esta sangria. Acabando a corrupção, diminuiria grande parte desse sofrimento. Mísseis Tomahawk deveriam ser lançados contra os infames prédios da Avenida Major Amarantes com Pinheiro Machado e Duque de Caxias bem no centro de Porto Velho e também na Avenida Calama com Rua Belém no Bairro da Embratel. O mundo deveria saber o que acontece em terras karipunas e tomar providências. Por que justiça só lá na Síria?
       Há inúmeros outros alvos em Porto Velho e também em Rondônia que deviam receber a visita dos Tomahawk americanos, só que, por enquanto, devem ser poupados: a incompetência de muitos administradores também tem matado muitos inocentes além de causar dor e sofrimento. Armas químicas, corrupção, desmandos e incompetência administrativa são pragas que deviam ser combatidas com a mesma tenacidade. E como os Estados Unidos se consideram “a palmatória do mundo”, poderiam começar a agir imediatamente. Se a Síria, que é acusada de matar numa guerra algumas centenas de inocentes, será punida, então devia ser iminente um ataque a Rondônia, cujas autoridades têm matado muito mais gente e de forma mais cruel e desumana. O problema é o preço destes mísseis: cerca de um milhão de dólares a unidade. Destruir estes malditos prédios gastando tanto dinheiro assim é desperdício. É acender vela para defunto ruim. Tinha que ser com paus e pedras mesmo. Mas cadê a coragem? Aceitamos tudo calados e nem sequer saímos às ruas. E nas próximas eleições, o povo daqui, que se orgulha de ter ancestralidade, reelegerá todos eles para nos administrar.



*É Professor em Porto Velho.