domingo, 29 de novembro de 2020

Prefeito por acaso

Prefeito por acaso

                                                                              

Professor Nazareno*

 

  Há quatro anos, quando o Dr. Hildon foi eleito pela primeira vez prefeito de Porto Velho, eu lhe dei os pêsames por aquela triste vitória. E eis que a tragédia em sua vida se repete melancolicamente. Administrar Paris, Viena, Berlim, Vancouver, Sidney ou qualquer outra cidade civilizada do mundo deve ser uma dádiva, mas ser prefeito ou vereador em Porto Velho é uma desgraça sem tamanho. E no caso dele pior ainda: diz que não recebe nada de salário para passar por esta agonia suprema. - Admiro muito a sua coragem, bom homem! Se eu tivesse um por cento dos seus bens, já estaria há muito tempo junto a minha família desfrutando as benesses de lugares paradisíacos. Preciso lhe repetir? Porto Velho continua suja, feia, fedida, imunda, violenta, sem esgotos, sem árvores, sem água tratada, sem saneamento básico e com toneladas de merda nas ruas.

A “Latrina do Brasil” segundo o Instituto Trata Brasil é a pior capital do país em qualidade de vida. E convenhamos: o senhor como prefeito nada fez para melhorar estes índices que os moradores da cidade parecem adorar. De novo, eu não votei no senhor. Nem na Cristiane Lopes. Vi na campanha de vocês a reedição da velha política. Eram os “Carvalhos” contra os “Cassóis”. Em “Roubônia” ou é o diabo ou é a mãe dele. E também, de novo, não havia o “menos ruim”. Os dois empatavam em mediocridade, em proselitismo barato, em politicagem infame e abjeta. Nem votei nem torço pelo senhor. Torcer para que Calama continue sem médico? Torcer para que as crianças da zona rural fiquem mais três anos sem aulas por falta de transporte escolar? Sua administração foi pior do que a pandemia da Covid-19: interrompeu as aulas e ignorou os pobres.

Torcer pelo seu sucesso é pedir para nós continuarmos com as alagações infindáveis dessa “cidade-prostituta”. Em dias de chuva, Porto Velho se transforma em um “OCEANO de MERDA”. E quase todos os moradores rindo e filmando tudo. Além disso, ficamos praticamente quatro anos sem transportes coletivos. O senhor não mudou em nada a realidade dos porto-velhenses: por aqui ainda se continua a beber bosta junto à água. E estamos bem às margens de um dos maiores rios de água potável do mundo. Na sua gestão, exibimos as piores colocações em sujeira. Mas muitas pessoas daqui ficam felizes ao matar a sede com fezes. E o asfalto sem saneamento? Adorei: dessa vez o senhor não os enganou com “poesias” ratuínas. Obras eleitoreiras e em cima da hora foram a enrolação de agora. Até à esquerda o senhor se aliou. E tudo para o nosso bem?

Seu vice agora não é mais um “Boi”. Viaje à vontade prefeito, pois já tem com quem deixar o imundo lodaçal! Vá morar de vez em Miami! “Rondonha” já tem mesmo a sina de ser governada pelas redes sociais. Converse com a Câmara de Vereadores. Ali só tem políticos de extrema grandeza e de “habilidades” ímpares. Churchill, Roosevelt e De Gaulle são fichinhas perto deles. O povo de Porto Velho merecia um Nobel por esta escolha. Nunca enalteça os lugares que o senhor visitar. Pode causar inveja nas ratazanas telúricas. Os jardins de Viena, o metrô de Barcelona, a limpeza de Munique, a organização de Miami são assuntos que devem ficar só com o senhor. O tosco e primitivo povo daqui não ‘merecemos’ nada disso. Não o parabenizo pela vitória, pois o senhor acertadamente nem queria se recandidatar. Só lamento pelo senhor ter que ficar respirando o ar empestado de carniça dessa cidade podre. Por mais dois ou quatro anos?

 

        


  *Foi Professor em Porto Velho.

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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

segunda-feira, 23 de novembro de 2020


 Feliz da vida, CRISTIANE LOPES "CASSOL" comemora asfalto feito por HILDON CHAVES numa rua da zona sul de Porto Velho. SÓ O ASFALTO MESMO: sem arborização, sem saneamento básico, sem meio-fio, sem calçadas, SEM CAPTAÇÃO DAS ÁGUAS DAS CHUVAS, sem nada. O calor aumenta e as águas escorrem para o meio da rua. Mas todos ficam felizes. ELEIÇÕES: VOTE no DIABO ou na MÃE dele.
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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Redação de Vinícius Oliveira de Lima    -     O tema da redação do Enem 2016 foi  "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”.

Tolerância na prática

     A Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro – assegura a todos a liberdade de crença. Entretanto, os frequentes casos de intolerância religiosa mostram que os indivíduos ainda não experimentam esse direito na prática. Com efeito, um diálogo entre sociedade e Estado sobre os caminhos para combater a intolerância religiosa é medida que se impõe.

     Em primeiro plano, é necessário que a sociedade não seja uma reprodução da casa colonial, como disserta Gilberto Freyre em “Casa-grande e Senzala”. O autor ensina que a realidade do Brasil até o século XIX estava compactada no interior da casa-grande, cuja religião oficial era católica, e as demais crenças – sobretudo africanas – eram marginalizadas e se mantiveram vivas porque os negros lhes deram aparência cristã, conhecida hoje por sincretismo religioso. No entanto, não é razoável que ainda haja uma religião que subjugue as outras, o que deve, pois, ser repudiado em um Estado laico, a fim de que se combata a intolerância de crença.

     De outra parte, o sociólogo Zygmunt Bauman defende, na obra “Modernidade Líquida”, que o individualismo é uma das principais características – e o maior conflito – da pós-modernidade, e, consequentemente, parcela da população tende a ser incapaz de tolerar diferenças. Esse problema assume contornos específicos no Brasil, onde, apesar do multiculturalismo, há quem exija do outro a mesma postura religiosa e seja intolerante àqueles que dela divergem. Nesse sentido, um caminho possível para combater a rejeição à diversidade de crença é desconstruir o principal problema da pós-modernidade, segundo Zygmunt Bauman: o individualismo.

      Urge, portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar a intolerância religiosa. Cabe aos cidadãos repudiar a inferiorização das crenças e dos costumes presentes no território brasileiro, por meio de debates nas mídias sociais capazes de desconstruir a prevalência de uma religião sobre as demais. Ao Ministério Público, por sua vez, compete promover as ações judiciais pertinentes contra atitudes individualistas ofensivas à diversidade de crença. Assim, observada a ação conjunta entre população e poder público, alçará o país a verdadeira posição de Estado Democrático de Direito.