quinta-feira, 28 de maio de 2020

“O Brasil acima de todos”

O Brasil acima de todos

Professor Nazareno*

            Quando o atual presidente da República lançou o slogan de sua campanha, eu nunca tinha pensado que a ficção imitaria a realidade tão rapidamente. “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos” foi o mantra que impulsionou muitos brasileiros de pouco cérebro a conduzir para o poder maior do país um sujeito “sinistro” que até hoje não governou nada e só sabe arranjar polêmicas e confusões. O Brasil sempre foi um país muito mal governado, porém com Jair Bolsonaro está batendo todos os recordes. Defensor da terra plana e que nega a atual pandemia de Covid-19, o “Mito” e sua equipe colecionam confusões a cada declaração desastrada que dá. O Brasil caminha a passos largos para ser o novo epicentro da pandemia. Os números de mortos e infectados não param de crescer. E já somos o vice-campeão dessa evitável tragédia. De quem é culpa?
            Atualmente em número de casos só perdemos para os Estados Unidos, um país também governado por outro lunático, Donald Trump, que tem em Jair Bolsonaro um lambe-botas de primeira hora. Mas não demorará muito para assumirmos a ponta desse “campeonato da morte”. O mundo civilizado, que vê o Brasil somente no verão amazônico por causa das queimadas, antecipou sua visão sobre a nossa decadente pátria por causa do pífio combate que estamos fazendo ao vírus mortal. Nunca um slogan caiu tão bem para um país. Vergonha suprema: vamos desbancar o mundo e seremos o campeão em mortos e talvez em infectados. Tendo à frente (na verdade por trás) um presidente ignorante e broco, que incentiva seus cidadãos a desafiar a quarentena e o isolamento social, a situação no Brasil infelizmente só tende a piorar cada dia que passa.
            A Argentina, que tem um presidente de verdade, está nos dando uma lição de civilidade e coerência no combate à pandemia. Inveja: a firmeza de seu líder maior foi decisiva para os nossos hermanos colherem resultados menos cruéis. Mesmo países como Uruguai e Paraguai dão um baile no Brasil do “líder” Bolsonaro. Com poucos mortos e infectados pelo Coronavírus, Alberto Fernández lidera uma aprovação superior a 93% dos argentinos. Estados Unidos e Brasil coincidentemente foram os países cujos presidentes, no início dessa pandemia, levaram na galhofa todas as recomendações das autoridades mundiais da Saúde. O cruel resultado está aí para todos verem e tirarem suas próprias conclusões. Pior: a grave crise política que o Brasil vive em meio à terrível pandemia indica que tudo pode piorar para nós, os sofridos cidadãos brasileiros.
            Fosse o Brasil um país sério e seu povo fosse instruído e politizado o suficiente, podia-se dizer que a atual crise institucional poderia nos levar a uma feroz guerra civil ou a um golpe de Estado. Mas com um povo semianalfabeto, acéfalo e idiotizado que não sai das redes sociais, o máximo que se conseguirá com sucesso é aumentar a morte aos milhares pelo Coronavírus. Principalmente do “gado” pobre e indefeso. E sem a devida e correta assistência do Estado aos seus cidadãos. Não se devia cobrar e muito menos impor lockdown ou quarentena a ninguém. O povo, de forma consciente e pacífica, fazia a sua parte e ajudava na contenção da doença. Com poucas mortes, a organização da economia se buscaria depois. Foi assim em Portugal, na Nova Zelândia e está sendo nos nossos vizinhos. Só que esses países têm comando forte e respeitado. Sem rumo e sem liderança, ficaremos mesmo “acima de todos”. No número de mortos.



*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Os BOSTAS de Rondônia

Os BOSTAS de Rondônia

Professor Nazareno*

            O presidente de República teria dito na reunião ministerial do último dia 22 de abril que se precisasse de algum apoio popular “pediria a alguns desses bostas aí para balançar uma bandeira do Brasil em frente ao palácio do Planalto”. Os seguidores do “Mito” foram rebaixados de gado para bosta em pouco tempo. Ainda assim, muitos continuam cegos seguindo o seu líder e o reelegeriam já no primeiro turno se as eleições fossem hoje. Esses excrementos existem em todos os lugares do Brasil e são mais de 210 milhões. Em Rondônia, por exemplo, já são quase dois milhões. O jovem e atrasado Estado, que sempre foi uma merda, pode se acabar de uma hora para outra por causa da atual pandemia. A doença avança sem tréguas por todo o Estado. Hoje já são quase 4 mil casos confirmados e mais de 120 mortos. E estamos apenas no começo da tragédia.
            Sem o Coronavírus, Rondônia já sofria com doenças comuns como malária, desnutrição, curuba, diarreia e lombrigas. Esse Estado sempre foi o suprassumo da bosta e com a pandemia, piorou ainda mais. O “açougue” João Paulo Segundo, que sempre foi uma das vergonhas daqui, deteriorou-se por completo. Pacientes esparramados pelos corredores, falta de médicos e de remédios era rotina. “Só que tudo continuou como dantes no quartel de Abrantes”. O Coronavírus apenas mostrou o que sempre foi tido como normal: que “Rondonha” é uma terra arrasada, um lugar ermo sem eira nem beira, uma currutela fedida e mal administrada. Pior: grande parte do povo que mora aqui é também uma bosta fedida. Depois dos primeiros casos de Covid-19, as festas pipocaram em todos os lugares. E participar de uma delas virou sinônimo de orgulho para muitos.
            Os inúteis de Rondônia continuam alegremente fazendo suas “Coronafests” e suas “Coronabikes” só para ter o prazer de disseminar o vírus mortal com mais força ainda. As caminhadas pelo Espaço Alternativo ficaram até maiores com a quarentena. No Skate Park é difícil não encontrar atletas de última hora. As feiras livres ganharam mais fregueses. Pessoas com máscaras sujas no queixo é o que mais se vê nesses toscos e mortais ajuntamentos. O comércio na Avenida Jatuarana na zona sul da cidade e também na José Amador dos Reis na zona leste foi turbinado. Nunca se viu tanta gente comprando bobagens e transmitindo a letal doença. Mas Rondônia e os titicas daqui não têm culpa, pois só copiam o que veem no resto do Brasil, um país de gente estrume. Lockdown, quarentena, isolamento social são “coisas” inexistentes neste fim de mundo.
            E por causa das atitudes desses excrementos humanos, todos os leitos de UTI’s em todo o Estado de Rondônia já estão ocupados. A partir de agora, quem for contaminado pela Covid-19, que não procure mais nenhum hospital público. Não existem vagas. Fique em casa “tomando Cloroquina se você for da direita ou esperando a Tubaína se você for de esquerda”. Como era de se esperar, o Coronavírus “joãopaulinizou” os hospitais de Rondônia por causa de alguns poucos merdas. A corrupção, marca maior desse povo imprestável, continuou a todo vapor. Não há um só Estado ou cidade onde não haja malversação do dinheiro público durante a pandemia. Infelizmente, muitos ainda morrerão como insetos por causa da ignorância da maioria estúpida e da apatia de governantes incompetentes e alheios ao povo. O Coronavírus chegou e venceu. E matará quantos puder. Caos total: cada um que cuide de si mesmo.



*Foi Professor em Porto Velho.

sábado, 23 de maio de 2020

Os erros de Bolsonaro

Os erros de Bolsonaro

Professor Nazareno*

Acabar com a eterna corrupção dos deputados federais, dos governadores, dos senadores, enfim, de todos os políticos do Brasil. Destruir o monopólio da imprensa e colocá-la sempre a serviço do país e de todos os brasileiros. Impedir os privilégios da elite nacional sobre os mais pobres e miseráveis. Distribuir de forma mais justa toda a riqueza nacional. Colocar um fim na desigualdade social brasileira. Defender a democracia como único regime político do país. Exercer um controle mais efetivo sobre o próprio governo para atingir uma governabilidade mais tranquila. Essas premissas, em tese, deveriam ser defendidas por todo e qualquer governante sério. O fato é que a falta delas levou pelo menos 520 anos para se estabelecer em nossa sociedade e hoje já faz parte do “establishment” não se podendo, portanto, mudá-las de uma hora para outra.
O governo de Jair Messias Bolsonaro pode até não ter todas estas qualidades, mas de certa maneira procura defendê-las para como ele mesmo diz: “fazer do Brasil um país melhor para todos os brasileiros”. O governo do “Mito” acerta na receita e erra na dose para aniquilar os problemas do Brasil. Quer implantar mudanças na marra sem levar em consideração que a sociedade nacional levou mais de cinco séculos para chegar a este patamar. Defende a democracia, mas quer impor suas vontades sem observar direitos adquiridos, sem observar as opiniões contraditórias, sem observar a importância da oposição, ignorando os preceitos da própria democracia, que ensina a importância dos poderes constituídos. Sem nenhuma educação e sem nenhuma liturgia pelo cargo que ocupa, Bolsonaro quer impor sua vontade sem respeitar nenhum critério.
Sem um mínimo de educação, o presidente do Brasil finge não reconhecer que o poder no país sempre foi exercido pelo Executivo, pelo Congresso Nacional e pelo Supremo Tribunal Federal. São as regras da nossa democracia, todas baseadas em nossa Constituição, que ele jurou defender. Sem os três poderes juntos, pouca coisa se pode fazer para bem administrar o país. A união dessas instâncias de poder é fundamental para se conseguir algum sucesso. Só que Bolsonaro insiste, com suas grosserias, sua estupidez e “coices” mudar as coisas. Na força bruta não se consegue nada. Somos uma democracia, por isso é preciso respeitar o contraditório, mesmo sem concordar com ele. O “Mito” e a maioria de seus ministros demonstram grosserias, falta de diálogo. São ríspidos e inconsequentes como foi observado na reunião de 22 de abril lá no Planalto.
Com palavras de baixo calão e desrespeito aos outros poderes, Jair Bolsonaro pediu para sofrer um impeachment. A ex-presidente Dilma Rousseff, por muito menos do que isso, foi retirada do cargo em 2016 sem a menor consideração. Bolsonaro ataca furiosamente, como um cachorro raivoso e sem “papas na língua”, a esquerda, os comunistas, a mídia, os socialistas, os governadores, os congressistas, a oposição, o Supremo e todos aqueles que discordam dele e de seu “governo do ódio”. O poder está lhe fazendo muito mal, por isso tem que sair logo e dar seu lugar a quem tem mais sabedoria, paciência, bons modos e também aceitação do contraditório. Seus filhos aloprados são piores do que os filhos do Lula. Jair Bolsonaro envergonha o Brasil e muitos dos brasileiros, envergonha a civilização. Devia renunciar e ir cuidar de sua filha menor. Deixe o poder para quem tem democracia na veia, paciência e menos ódio. Saia!



*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 20 de maio de 2020

O fim precoce de Rondônia


O fim precoce de Rondônia

Professor Nazareno*

            O jovem Estado de Rondônia, graças a Deus, já dá sinais de que vai levar fim. Até então, nada parecia destruir esta tosca unidade da Federação. Os maus políticos, as péssimas administrações a que foi submetida durante anos consecutivos, a destruição da floresta amazônica pelo fogo todos os anos, o lixo, a enchente histórica do rio Madeira, a eterna dívida do Beron, a roubalheira sem fim, a poluição dos garimpos. Apesar desses revezes, Rondônia ainda parecia indestrutível. Só parecia. A pandemia da Covid-19, no entanto, pode fazer em pouco tempo o que se achava impossível. Sem a menor infraestrutura na área da Saúde e também em todas as outras áreas, o ocaso rondoniano se aproxima. No “açougue” João Paulo Segundo o número de profissionais infectados pelo Coronavírus bate recordes e a pandemia avança sem controle por todo o Estado.
            Hoje mais de dois mil cidadãos foram infectados no Estado e o número de mortes já chega a quase uma centena, embora a população seja uma das menores do país. Em Guajará-Mirim, por exemplo, a taxa de letalidade pela Covid-19 é uma das maiores do mundo chegando a quase 50 por cento da população infectada. Não há hospitais públicos suficientes (na verdade nunca houve) para atender à demanda de portadores do Coronavírus e a morte se anuncia de maneira sinistra e catastrófica entre toda a população. Pior: muitas pessoas “filhas da terra” continuam fazendo suas “Coronafest” e disseminando o vírus numa velocidade assombrosa. Eu me enganei: pensei que Porto Velho e Rondônia iam se acabar de seboseira, de imundície ou então com uma grande chuva de merda. Mas será um vírus o responsável pela derrocada final.
            Porto Velho lamentavelmente seguirá os mesmos passos de Manaus, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e de São Paulo. Nenhum desses lugares tem governo competente para enfrentar o vírus letal. O Brasil infelizmente sofrerá um baque grande com altos índices de mortalidade. A culpa é do vírus, claro, mas a falta de disciplina de uma população ignorante é um prato cheio para mais e mais infecções. Feiras livres, festas de aniversários, reuniões e comércios abertos é só o que se observa de norte a sul do país. Itália, Portugal, Áustria e alguns outros países civilizados da Europa e da Ásia como o Japão e a Coreia do Sul já estão aos poucos, e com muita cautela, abrindo as suas economias. Em Rondônia oficialmente tão cedo vão abrir o comércio. É que ele sempre esteve aberto. Basta ver as ruas Jatuarana e José Amador dos Reis. E as feiras livres.
            O governo do Estado está totalmente perdido diante dessa pandemia. Reúne para convocar e depois convoca para reunir. Compra hospital particular. Desiste do negócio. Compra outro hospital. Manda fazer reforma. Compra remédios sem critérios. E o povo, quase sem assistência do poder público, continua morrendo feito inseto. Rondônia e sua podre, fedorenta e imunda capital vão se acabar de uma vez por todas durante esta mortal pandemia. Sobrarão somente os mais sortudos. E tomara que as futuras gerações pensem num Estado mais progressista que invista em Educação e Saúde de qualidade para a sua população. Espero que a capital do Estado seja mais centralizada e que seja uma cidade com cultura e também mais limpa e organizada. A currutela fedida vai sucumbir para sempre e perderá o status de capital. Em Rondônia, depois da pandemia, não haverá mais queimadas ou fumaça. E o povo tem que ser outro. Pelo menos melhor.



*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Um país muito perigoso

Um país muito perigoso

Professor Nazareno*

            O Brasil é hoje um país muito perigoso para se viver. A violência desenfreada em nossa sociedade nunca foi um bom atrativo para ninguém. A falta de infraestrutura também contribui para esse fato. Além disso, o nosso país já é hoje o possível epicentro da pandemia de Covid-19. A gestão atrapalhada e desorganizada do fatal vírus associada às declarações monstruosas do presidente em relação a essa crise sanitária coloca mais combustível na triste situação. Assim, temos dois problemas para enfrentar: o sanitário e o político ao mesmo tempo. Depois virá o econômico, que será inevitável. Várias embaixadas já alertaram seus funcionários sobre a delicada questão do Brasil e orientam a volta deles o mais rápido possível. Com a recente demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, as coisas podem tomar um rumo incerto em meio ao caos daqui.
            Sem nenhum conhecimento técnico ou científico sobre o Coronavírus ou mesmo sobre qualquer outra coisa, Bolsonaro insiste em prescrever o remédio Cloroquina, ainda que sem a recomendação e o reconhecimento de sua eficácia pela comunidade científica internacional. Os números da Covid-19 no Brasil assustam o mundo e não param de crescer: hoje já são mais de 16 mil mortes com 240 mil infectados. E ainda não atingimos o pico da pandemia. Só que nosso insensível e sinistro mandatário faz pouco caso da desgraça alheia, ri das mortes e tripudia do número de óbitos no país. O “Mito” incentiva perigosamente as pessoas a sair às ruas, a desrespeitar a quarentena e o isolamento social. Para muita gente, Bolsonaro agindo assim é um genocida de sua própria gente. E o pior: ninguém, nada vai querer tirar tão cedo este sujeito do poder.
            Dilma Rousseff caiu por “quase nada”: teria dado pedaladas fiscais no orçamento. Mas o miserável do “Bozo” já fez e aconteceu com o Brasil e os brasileiros e não dá sinais de que pode cair fora. Será que as forças do atraso que o colocaram no poder estão com medo do monstro que criaram? A ex-presidente caiu, embora não tenha feito nem 10% do que está fazendo Jair Bolsonaro. Ele briga, insulta, tripudia, cria crises institucionais, ataca a democracia, dá declarações monstruosas, ri e debocha dos mortos pela Covid-19, interfere nas instituições, demite seus ministros “a troco de nada”, mas se junta ao Centrão e se garante no poder. Lá fora, o Bozo não tem nenhum prestígio. Mas aqui, seguidores ensandecidos pelo “líder” inundam as redes sociais e feito zumbis saem às ruas aos prantos. Hoje, o “Mito” seria eleito já no primeiro turno.
            Só que Jair Bolsonaro não enganou ninguém. Tudo o que está fazendo agora ele já fazia durante a campanha eleitoral. E cada voto que recebeu foi de forma consciente. Muitos dos brasileiros se viam nele e o veneravam. O “Salvador da Pátria”, o “homem que vai alavancar o Brasil para o futuro”, o “carrasco dos corruptos”, dentre muitos outros mantras eram gritados pelas multidões em delírio. Hoje o “Mito” é aplaudido ao levar os brasileiros à morte e ao suicídio e ao insuflá-los a saírem às ruas durante esta pandemia. Contra tudo e contra todos, ele nega o óbvio como a ciência e as orientações mais razoáveis das autoridades sanitárias para enfrentar o caos. Bolsonaro não tem ministério. O ministério é ele mesmo. Só vale sua vontade e sua visão sobre todas as coisas. A maior vergonha, no entanto, é não conseguirem ou não quererem tirá-lo do poder. Motivos não faltam. Hoje, alguns povos civilizados evitam o Brasil. Mas, e daí?



*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Um idiota a cada 30 anos


Um idiota a cada 30 anos

Professor Nazareno*

            A História do Brasil, a partir de 1930, nos mostra algo impressionante: pelo menos a cada 30 anos, aparece um sujeito “desmiolado”, “sinistro” e até meio “folclórico” metido a “salvador da pátria” e com ideias “mirabolantes” para assumir a presidência do país. Eleito democraticamente pelo voto direto, ou não, essas figuras passam a fazer parte de momentos únicos da nossa sociedade. Getúlio Vargas é o primeiro a encabeçar essa lista mais do que esquisita. Pelo menos entre 1930 e 1954, Vargas, que ainda é endeusado por muitos saudosistas, foi um ditador que tomou o poder em 1930, depois deu um golpe em si mesmo sete anos depois, era simpatizante do Nazismo, foi deposto ao fim da segunda guerra e depois volta ao poder pela via direta até cometer o suicídio. Ditador, era tido como “herói” e chamado de o “pai dos pobres”.
            Aproximadamente 30 anos depois, no início dos anos sessenta, aparece Jânio Quadros. Político de comportamento muito estranho, é eleito para presidente com um discurso ufanista que conquistou mais uma vez o imbecil eleitor. Sucedeu Juscelino Kubistchek, talvez o melhor mandatário que este país já teve. Mas sem nenhuma razão aparente, renunciou após poucos meses de mandato abrindo dessa forma o país para a aventura militar que duraria mais de vinte anos. Jânio falava de “forças estranhas” que haviam se levantado contra ele, mas nunca disse que forças eram essas. Volta a ser eleito em 1985 pela via direta para prefeito de São Paulo e às duras penas conclui seu mandato sempre criando factoides midiáticos. Em 1989 apoia Fernando Collor para presidente e para a nossa sorte, deixa a vida política para sempre até morrer em 1992.
Jânio sempre fora eleito como um incondicional combatente da corrupção só que terminou sua vida política sendo acusado exatamente de corrupção. Em 1990 o Brasil e o mundo infelizmente conhecem Fernando Collor de Melo. Outro “amalucado” que encantou as massas e se tornou presidente da República. Com um discurso agressivo, o mais jovem presidente eleito do Brasil era também conhecido como o “caçador de marajás”. Collor dizia combater os privilégios dos funcionários públicos, falou que a elite brasileira era muito atrasada e que colocaria o Brasil no rumo do Primeiro Mundo em pouco tempo. Economicamente foi um desastre completo para o país. Confiscou o dinheiro da população e para não ser cassado por corrupção, renuncia ao mandato em 1992. A elite criou os “caras-pintadas” para se livrar dele. Hoje é senador por Alagoas.
E como os ricos do Brasil nunca mudaram suas concepções políticas e o povo eleitor continuou sendo imbecil e idiota como sempre, eis que nos aparece exatos 30 anos depois de Fernando Collor mais outro “salvador da pátria” com um discurso também milagroso e mais agressivo que encanta, de novo, as massas ignaras.  Em 1930, tivemos Getúlio Vargas. Em 1960, nos aparece Jânio Quadros. Em 1990, Fernando Collor e em 2020, Jair Bolsonaro é o novo “condutor” do povo brasileiro. Eleito em 2018, Bolsonaro é a antítese do que seria um presidente. Grosso, sem nenhuma liturgia pelo cargo, sem “papas na língua”, com raros conhecimentos, acusado de racista, misógino e homofóbico, saudosista da tortura e de regimes antidemocráticos e cercado pelos seus três filhos problemáticos (e enrolados com a Justiça), o governo do “Mito” sofre o impacto de uma feroz pandemia. Pode ser cassado. E quem nos virá em 2050?



*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

“Que morram, então!”

Que morram, então!”

Professor Nazareno*

            A ameaça de um vírus desconhecido pode levar populações inteiras ou parte delas ao desaparecimento quase total. Não há remédios, não há vacinas, não há outras formas conhecidas para deter a ação mortal do agente infeccioso. E sempre foi assim. Na Peste Negra, que dizimou metade da população da Terra, e também na Gripe Espanhola, que ceifou a vida de milhões de pessoas, o único remédio era tomar distância do problema. Mesmo em outras crises sanitárias causadas por seres microscópicos como a cólera, o HIV, a hepatite e a meningite, a única maneira mais eficaz era evitar o contato. E não é diferente com o Coronavírus em pleno século vinte e um. Com grande capacidade de transmissão para infectar organismos humanos e causar a Covid-19, não há outra saída, por enquanto, que não seja a quarentena e o isolamento.
            Mas confinar populações inteiras dentro de casa não tem sido nada fácil hoje em dia, principalmente em países como o Brasil, onde além de as autoridades não gozarem de prestígio popular, a maioria de seus cidadãos depende do trabalho diário para prover suas necessidades básicas. “Se ficar em casa pode até escapar do vírus, mas morre de fome”, é o pensamento lógico a que a maioria, com alguma razão, se apega. Por isso, as pessoas, principalmente as mais frágeis economicamente, não pensam duas vezes para se arriscar. Em países ricos e civilizados, o confinamento ainda que tardio em alguns casos, já evitou milhares de mortos. Reino Unido, Itália, Estados Unidos, Espanha, Japão, Alemanha, dentre muitos outros países, foram obrigados a decretar a quarentena de seus cidadãos. Na Nova Zelândia, o povo, em respeito à primeira-ministra, obedeceu.
            Com muita disciplina, obediência, amor à nação e firmeza “santa” Jacinda Ardern praticamente venceu o vírus em seu país. E por causa do confinamento, muitos países já ensaiam a flexibilização de seus comércios e de suas atividades econômicas. Mas no Brasil de analfabetos funcionais, de gente indisciplinada, de pessoas ambiciosas e de ignorantes em relação à atual pandemia, o caos se anuncia. Hoje já são quase 12 mil mortos pela Covid-19 e o número de infectados ultrapassa os 150 mil. E ainda não  atingimos o “topo da curva”. E para piorar a situação, o presidente do país ignora qualquer recomendação séria sobre o vírus e incentiva todos a saírem às ruas. Num cenário assim, não há muito que fazer. É deixar o povo morrer à míngua. Não há outro jeito. É triste, mas se eu fosse uma autoridade, já tinha lavado as mãos e saído de cena.
            Em Rondônia, por exemplo, as “Coronafest’s” e as “Coronabikes” continuam acontecendo na “cara” das autoridades e da Justiça sem nenhuma punição. Pessoas caminham diariamente no “Skate Park” e no Espaço Alternativo da cidade como se nada estivesse acontecendo. Jogos de futebol, aniversários, passeios, churrascos, festas, feiras livres e ruas lotadas ainda é rotina em Porto Velho. O Estado devia orientar todos os hospitais e UPA’s a não mais atender ninguém suspeito de Covid-19. Só atenderia pessoas com doenças “normais”. Outras cidades do país também têm dificuldades para implantar o “Lockdown”. Não querem seguir a ciência nem obedecer às autoridades? Que morram, então! Deve ser muito prazeroso morrer seguindo as ideias de Bolsonaro e suas sandices hilárias. Claro que haverá muitas falências, mas com vida todas podem ser recuperadas. O Coronavírus mostra ao mundo o nível de povo que temos. Infelizmente!



*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Quem é Marcos Rocha?


Quem é Marcos Rocha?

Professor Nazareno*
           
            Na sua épica obra “Os Lusíadas”, Luís de Camões disse que “um fraco rei faz fraca a sua forte gente”. A ser verdade esta célebre e antológica frase, poderíamos entender que o contrário também poderia ser fato verídico, ou seja, um forte rei, ou governante, levaria seu fraco e derrotado povo à vitória, ao sucesso, como fez Winston Churchill na Inglaterra durante a Segunda Guerra. O coronel Marcos Rocha é o governador de Rondônia, embora pouca gente nascida neste Estado saiba disto. Na atual pandemia do Coronavírus, o “fraco” governador deste longínquo e atrasado lugar sequer deu as caras para a sua sofrida e amedrontada população. O “cara” recebeu mais de 580 mil votos dos tolos e esperançosos eleitores rondonienses e até hoje nada fez para os seus cidadãos. Onde está ele nesta pandemia? Por que nem na TV ele aparece?
            Deve estar seguindo o seu ídolo maior: o “dispensável e incompetente” capitão Jair Bolsonaro, presidente do Brasil. Só que o “apagado coronel” continua calado, como sempre esteve. Durante as últimas queimadas na Amazônia, por exemplo, que assombraram o mundo civilizado, o “sonolento governador” não deu uma única declaração à imprensa sobre o fato. Só tomou algumas “ínfimas providências” quando o assunto já tinha “contaminado” meio mundo e não dava mais para esconder o horroroso fogaréu. Nesta terrível pandemia do Coronavírus, Marcos Rocha segue o triste e ridículo desempenho de seu chefe: não faz nada. Hoje, os mais de mil contaminados e cerca de 40 mortos ainda não chamaram a atenção dos governantes deste Estado. O "líder" de Rondônia está parado e nada faz para deter o vírus. Lockdown já, senhor governador!
            Com rédeas frouxas para administrar o caos gerado pela doença, já se viram e noticiaram, por parte de "atentas" autoridades estaduais, algumas ações locais pouco recomendáveis ao Poder Público. Até a Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia andou reclamando de irregularidades e corrupções. A que ponto chegou esta província, onde “autoridades” até do Poder Legislativo reclamam de coisas mal feitas por outros poderes... Desde que assumiu o cargo por aqui, este senhor Marcos Rocha pouco fez em benefício do povo que o elegeu. Raríssimas pessoas hoje sabem pronunciar o nome de quem está à frente deste caos: talvez seja o secretário de Saúde do Estado. Imagine-se o trabalho da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, à frente de seu povo. Santo Deus! Quanta inveja! Até do primeiro-ministro de Portugal e da chanceler alemã.
            Quem votou em Marcos Rocha se lascou ao quadrado. A coisa hoje aqui está feia, mas quando piorar (e vai piorar), ele pode cair fora deixando os rondonienses a ver navios. Já fez isso uma vez, durante as queimadas. E nosso conforto é só o "Tonhão". Lascou-se também quem acreditou em Jair Bolsonaro. O “Mito” é um estúpido que só sabe semear discórdias e intrigas entre o povo. Ele tem-se mostrado um governante dispensável diante dessa pandemia. Sem nada entender do assunto, só sabe estimular o povo a morrer. Mas não se enganem: também seriam inúteis o Lula, a Dilma e o PT. O Brasil será o novo epicentro dessa desgraça e poucas nações vão nos ajudar com estes governantes fúteis que temos. Não se sabe quem é este tal de Marcos Rocha. Talvez seja somente mais um “puxa-saco” de Jair Bolsonaro, que também é um “lambe-botas” de D. Trump, que aliás,  já até sucumbiu à Covid-19. Seria ele um “preposto” da Energisa?



*Foi Professor em Porto Velho.

terça-feira, 5 de maio de 2020

As vantagens da pandemia

     Foto: Daiane Mendonça
As vantagens da pandemia

Professor Nazareno*

            Engana-se redondamente quem pensa que a atual pandemia do Coronavírus só está trazendo desgraças, infortúnios, desalentos e mortes para a humanidade. Claro que os prejuízos serão incalculáveis para todos os países atingidos pela desgraça e o número  de mortes é um pesadelo sem fim. Famílias inteiras sendo destroçadas por esta ameaça invisível ficarão marcadas para sempre. Porém, olhando por outro lado, percebe-se que algumas “vantagens”, por incrível que pareça, podem ser creditadas à Covid-19. A começar pelas festas que estão sendo canceladas em todo o mundo. Em Rondônia, é graças à pandemia que o Arraial Flor do Maracujá será adiado ou até mesmo cancelado. Não há coisa melhor para nós que moramos em Porto Velho do que se livrar de uma festa tão ridícula e sem sentido como essa. Vitória para o bom senso e para a coerência.
            Livres de um porcaria que não traz absolutamente nada de bom para ninguém, os porto-velhense também se livraram da “ExpoPorto”. No interior do Estado, com toda a certeza, nenhuma comemoração deste naipe brega e de péssimo gosto vai acontecer tão cedo. Esse vírus contagiante gosta de aglomerações, principalmente as matutas, que só trazem vergonhas e decepções. E se ele perdurar até fevereiro do próximo ano, a Banda do Vai Quem Quer também será riscada do nosso calendário devido à ameaça viral. Sem o cabuloso, inútil e infecto desfile de Carnaval, Porto Velho começará a ver o Coronavírus com olhos mais otimistas. Como se vê, a Covid-19 não é só tristeza, mortes e pesadelos: muitas famílias, por exemplo, começaram a se reunir, mesmo que na marra, e já há casos de relacionamentos sexuais entre mulher e marido. Não é uma bênção?
            Além do mais, é o Coronavírus que está mostrando às pessoas toda a insensatez, toda a monstruosidade, o deboche, o pouco caso e o escárnio de alguns governantes da extrema-direita com o seu próprio povo. Como o exemplo do senhor Jair Bolsonaro, presidente do Brasil. Com mais de sete mil mortos no país, o “Mito” apenas se preocupa em criar crises políticas desrespeitando dessa forma a ciência e todos os conhecimentos das autoridades sanitárias mundiais. Não há uma só entrevista do dirigente maior deste país em relação a essa pandemia. Uma só palavra de apoio ou de conforto. Outro fato: foi o vírus que obrigou as pessoas a usarem uma ridícula, mas necessária máscara no rosto. Agora, todos têm uma só aparência. Em Porto Velho, onde quase todo mundo é feio, disforme e desengonçado, claro que a adesão foi quase total. Vírus milagroso esse.
            A Covid-19 também mostrou ao mundo o engodo e a mentira de muitas Igrejas e também de alguns pastores evangélicos, que dizem curar doenças de seus fiéis. Não curaram o Coronavírus por que nunca curaram nem curam doença alguma. “Deus não detém esse vírus por que não pode ou por que não quer”? Essa foi uma pergunta muito comum de algumas pessoas já incrédulas diante da fatal pandemia. O Coronavírus desnudou também os governos que não investem em seus sistemas públicos de saúde. Os EUA, maior potência econômica mundial, foram a nocaute por não ter um sistema público de saúde. Já o Brasil está pagando um preço muito alto por que nunca levou a sério a Saúde e a Educação. Assim, será o próximo epicentro do terror. Esses países vão ter que aprender agora com as lições desse vírus. Mas sem ele, muitas das podres e fedorentas ruas de Porto Velho jamais seriam limpas. E já vi serem lavadas duas vezes.



*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Covid-19: um 7 x 1 todo dia


Covid-19: um 7 x 1 todo dia

Professor Nazareno*

            A derrota do Brasil de 7 x 1 para a Alemanha pela Copa do Mundo de 2014 no estádio do Mineirão ficou para sempre marcada na história do futebol mundial e causou choros, lamentações, tristezas, frustrações e muito desgosto aos brasileiros que presenciaram aquela “tragédia”. Porém, o país vive hoje, seis anos depois, uma derrota visível e de dimensões apocalípticas. Uma desgraça real, verdadeira e diária. O infortúnio nacional com a pandemia do Coronavírus, que ceifa diariamente centenas de vidas, mostra ao mundo o nosso precário sistema público de saúde e também o descaso de algumas autoridades, como o presidente do país com suas declarações anômalas e desrespeitosas aos mortos. Com mais de sete mil mortes e cerca de 100 mil infectados, o Brasil caminha a passos largos para ser o novo epicentro mundial dessa pandemia.
            As aterrorizantes cenas de cemitérios lotados com caixões, sem espaço nem tempo para fazer os enterros chocam o país inteiro. Em Manaus, o sistema funerário já entrou em colapso com tantos mortos. Recife, Fortaleza, São Luís, Macapá, Rio de Janeiro e São Paulo têm também cenas terríveis de sepultamentos quase em massa de muitos de seus cidadãos vitimados pela Covid-19. Mas enquanto o horror aumenta, Jair Bolsonaro tripudia publicamente da dor alheia. De forma asquerosa e nojenta, faz pouco caso das mortes e continua semeando ódio e dividindo os brasileiros numa hora totalmente imprópria. Além da crise sanitária, teremos também a crise econômica como consequência. Achando pouco, o presidente cria todo dia uma crise política. O Brasil não merece levar todo santo dia uma goleada de 7 x 1 com esse “presidente” genocida.
Indiferente a todo esse martírio, o “Mito” faz gozação do alto número de vítimas. Tripudia das famílias enlutadas. Zomba de forma asquerosa da dor de seus governados. Ele incentiva todos a saírem de suas casas. Esconde seu exame dizendo que foi negativado para Covid-19. O problema é bem maior do que se pensa: se o líder da nação estava positivado mesmo para o Coronavírus e negou, isso é muito grave, pois o mesmo teria infectado muitas pessoas em suas aparições públicas. Ou seja, temos um presidente que mentiu e ainda por cima foi irresponsável com todos. Bolsonaro é um homem público e devia se comportar como tal. Por que negar se foi infectado? E se não foi, que mostre o exame e acabe de vez com mais esta novela absurda e surreal. Esta pandemia nos ficará marcada na História pelas infantilidades e monstruosidades do presidente.
Por isso, todo dia levamos uma goleada pior do que os 7 x 1. O resumo triste dessa realidade: “como pode um parasita incentivar as amebas a zombar de um vírus”? Duvido que os políticos de esquerda, com todos os seus defeitos, e também os políticos da direita, demonstrassem esta postura absurda diante desse caos. FHC, Lula, Dilma e até o Michel Temer teriam sido muito mais polidos e educados com o sofrimento alheio. Só que enquanto durar esta pandemia e depois dela também, o Brasil ainda vai sofrer muito nas mãos desse ser humano totalmente desumano e cruel. Se “a prepotência faz o homem forte por apenas um dia e a humildade o fará forte pela eternidade”, Bolsonaro e sua gente têm muito a aprender. Somos goleados todo dia por que lutamos contra o Coronavírus e também contra o vírus do extremismo e o da negação à doença. Vergonha: o Brasil pertence ao “Clube do Avestruz”, perder para a Alemanha foi ótimo.



*Foi Professor em Porto Velho.