domingo, 31 de janeiro de 2021

As Forças Ocultas do mal

As Forças Ocultas do mal

 

Professor Nazareno*

                                                                                               

            Getúlio Vargas quando se suicidou em 1954 falou, ainda que de forma indireta, sobre as forças ocultas que existiam no Brasil. “Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim”. Pouco tempo depois, Jânio Quadros renuncia ao mandato de presidente acusando também a existência dessas tais forças ocultas. Disse ele: “forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam”. Muita gente se fingiu e ainda se finge de desentendido. Afinal, quem são essas forças ocultas? A resposta é simples. É a elite endinheirada do país, que sempre mandou em tudo e em todos. É a Casa Grande, que sempre dominou e domina a Senzala. Aqui, governa quem ela quer e da forma que ela quer. Em 1888, quando a princesa Isabel proclamou a Lei Áurea, contrariando-a, esta lhe tirou o Império na hora.

            Lula e o PT, que se dizem socialistas, progressistas, comunistas e de esquerda, e que dizem querer ajudar os pobres e desassistidos, só governaram o país entre 2003 e 2016 porque a elite deixou. Mas quando ela se aborreceu com a falta de pulso firme da Dilma e a roubalheira dos “companheiros”, foi lá e “sem nenhum motivo aparente” deu o golpe de 2016. “Lula e os petistas estão sozinhos roubando todo o dinheiro da nação e desse jeito nada sobrará para nós, os ricos”, pensaram os poderosos, com medo de perder a boquinha para o PT. Então as mesmas forças ocultas de sempre fizeram um teatro “com Supremo e tudo” e escorraçaram a petezada do poder. Lula está colocando pobres na universidade. Lula quer investir na educação. Ele está doido! Lula e o PT estão dizendo que vão acabar com a pobreza. Mas como os ricos vão sobreviver agora?

            A elite do Brasil esteve com Vargas e depois o induziu ao suicídio quando ele não lhe servia mais. Esteve com Jango para depois apeá-lo do poder. Participou ativamente do golpe de 1964 usando os tolos dos militares para isso. Esteve na Nova República com Sarney. Elegeu o Collor durante a redemocratização do país e pouco tempo depois usou os “caras pintadas” para tirá-lo do poder. Collor disse que a elite do Brasil era burra, atrasada e anacrônica. E pagou o preço por isso. Um simples Fiat Elba, em tese, foi o motivo para perder o cargo de presidente. A elite esteve com o Itamar Franco, com FHC e com “Lulinha paz e amor”. Nossa elite se parece com uma eterna dinastia. O Mensalão do PT estuprou a nossa democracia. A elite fez de conta que não viu. Tirou a Dilma Rousseff do poder “por nada” e fez vistas grossas ao Michel Temer.

            A elite do Brasil hoje não quer tirar o Bolsonaro do poder. Então ele não cai. A Covid-19 pode matar metade dos brasileiros. Ele vai continuar mentindo, falando tolices, debochando, desrespeitando, rindo dos mortos e fica até o final do mandato. Já o povo não tem participação nenhuma nas decisões políticas do país. Nunca teve e dificilmente terá. Pelo contrário, fica adulando e aplaudindo a elite. Hoje, praticamente metade da população brasileira lambe as botas do Bolsonaro e a outra metade puxa o saco do Lula e dos outros petistas. E ai de quem falar mal deles. Essas forças ocultas não têm nada de bobas. Convenceram muitos indivíduos com leitura de mundo e também outros ignorantes e analfabetos a brigarem apenas pelos interesses delas. Até em Rondônia, o MP disse que o governador local fraudou o número de leitos durante a pandemia para agradar a elite daqui. Dor: “quando saímos do espeto, caímos na brasa”.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


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quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

“Bozo” e Lula, os infames

Bozo” e Lula, os infames

 

 

 

Professor Nazareno*

 

 

No Brasil atual nunca esteve tanto em voga a máxima de Aristóteles de que “todo homem é um ser político”. Ou então de que “a ciência mais importante da humanidade é a ciência política”. Com o Brasil dividido entre direita e esquerda, essa discussão, no entanto, gira em torno apenas da politicalha no seu significado mais real. De um lado, a extrema-direita reacionária e conservadora, representada pelo presidente Jair Bolsonaro, o “Bozo”, e a sua trupe de adoradores. Todos eles adeptos do atraso, do anacronismo crônico e de teorias absurdas como, por exemplo, de que a terra é plana. Do outro lado estão os “esquerdopatas”, geralmente seguidores do ex-presidente Lula, do PT e de alguns outros partidos da esquerda. Essa contenda atemporal e ultrapassada tem trazido para o Brasil dissabores e problemas insolúveis em meio à atual pandemia.

Jair Bolsonaro e Lula, um simples capitão do Exército e um sindicalista, duas escórias imprestáveis que, cada um a seu modo, criaram mais problemas do que soluções para um país já acostumado com tantas desgraças e desventuras ao longo de quase 521 anos. Países como os Estados Unidos, o Canadá, Austrália e Nova Zelândia, os três últimos com economias bem menores do que a nossa e todos sendo muito mais novos, estão hoje a anos-luz de distância do Brasil em termos de progresso, de cultura e de desenvolvimento. Lula e o PT governaram o país por 14 anos, por isso devem ter roubado menos do que a direita e a extrema-direita que governaram por 507 anos e ainda estão governando atualmente. Sem posturas ideológicas sólidas, as duas correntes políticas só roubaram, exploraram, mentiram e iludiram todos os cidadãos brasileiros.

Diante de uma pandemia feroz que já ceifou mais de 221 mil vidas com nove milhões de infectados, o Brasil patina e sofre com uma das piores sociedades do mundo em termos de educação, sistema de saúde, mobilidade urbana dentre outros indicativos sociais. Nem direita nem esquerda sequer investiram o que deviam na educação do seu povo. Temos hoje em pleno século XXI um dos piores sistemas de educação do mundo segundo a OCDE. A nossa sociedade é uma das mais desiguais e mesmo sendo o segundo maior produtor de alimentos do planeta, contamos vergonhosamente pelo menos com 18 milhões de famintos. Nossa sociedade é extremamente violenta e ignorante. A violência ceifa mais de 50 mil cidadãos todos os anos. Lula fez Copa do Mundo e Olimpíadas. E também ajudou países de esquerda. Gastou bilhões de dólares.

Dinheiro que está fazendo muita falta hoje nos hospitais espalhados pelo país. Dizer que Lula, o ladrão, e o seu partido nada fizeram de errado é dar um atestado de ignorância e de estupidez política. Cidadãos morrem asfixiados por falta de oxigênio. Hospitais lotados, pessoas sem assistência médica. Essa desgraceira toda apesar de termos um dos mais caros sistemas tributários do mundo. Aqui se paga imposto como na Alemanha ou na Noruega. Jair Bolsonaro é outro “jegue” que desdenha da pandemia, nega a ciência, tripudia dos mortos, promove aglomerações, sabota vacinas, envergonha o país. Mas assim como o sindicalista ignorante ainda tem apoio de muitos brasileiros. Nós os cidadãos desassistidos, sofremos com a Covid-19, perdemos nossos amigos, choramos sem assistência nenhuma. Ser brasileiro sempre foi sinônimo de ser idiota, sofredor. Lula e Bolsonaro: duas doenças bem piores do que a Covid-19. Dois infames!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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domingo, 24 de janeiro de 2021

Brasil: potência de merda

Brasil: potência de merda

 

Professor Nazareno*

 

            Por incrível que pareça, o Brasil já foi a sexta maior economia do mundo. E não faz tanto tempo assim. Um dos maiores produtores de commodities da atualidade, o país já se inseriu no seleto grupo de potências econômicas com um dos maiores PIB’s do planeta. Hoje, lamentavelmente, ocupa a 12ª posição e sem nenhum prestígio internacional. A pandemia do Coronavírus e os seguidos equívocos de sua política externa aliados à devastação do seu meio ambiente tornaram o nosso país um pária internacional. O Brasil hoje não é nem sombra do que fora em tempos recentes. O negacionismo da ciência, a explosão absurda de casos de Covid-19 e o desastre na aquisição de insumos e vacinas para deter a doença jogaram o nosso país num abismo difícil de ser vencido. Hoje, há menos de meio por cento de nossa população vacinada.

            Países como Israel, EUA e toda a União Europeia já vacinaram grandes contingentes de sua população. O Brasil, antes um dos maiores produtores de vacinas do mundo, depende hoje dos insumos da Índia e da China. Países atacados ferozmente pela nossa atual política externa. Um tiro no pé em um país que conta já com a expressiva soma de mais de 215 mil mortes e quase nove milhões de doentes. Enquanto o mundo corria atrás de vacinas e outros imunizantes, no Brasil as autoridades prescreviam Cloroquina e outros remédios sem eficácia científica comprovada para deter o avanço da Covid-19. Até a vizinha Argentina tem acordo com a AstraZeneca para produzir insumos para mais de 200 milhões de vacinas em pouco tempo. E nenhuma será exportada para o Brasil. México e outros países latino-americanos serão contemplados.

            Negar a ciência tem o seu preço. E já estamos pagando muito caro por ele. Não vamos vacinar nem metade de nossa população e a pandemia dificilmente será vencida por aqui. Os mortos pela doença podem até triplicar entre nós. Porém, enquanto colocam bobagens na cabeça dos pobres, muitos dos ricos furam a fila da vacina. Em pelo menos 12 Estados houve casos de pessoas que se vacinaram sem ter chegada a sua vez. Não sabemos se somos desgraçados, amaldiçoados ou só brasileiros mesmo. Na Espanha, por exemplo, o chefe maior das Forças Armadas furou a fila da vacina, mas teve que pedir demissão do cargo. É primeiro mundo. E já se pensa em impeachment. Vão tirar um ruim para colocar um menos ruim e tudo continuar como era antes. De aspirante à potência de verdade, viramos uma potência de merda, sem nenhum futuro.

Mas houve um tempo em que não havia desentendimentos. Todos roubavam juntos e o silêncio da mídia era bem pago. A corrupção e a roubalheira eram de fato quem mandavam. Era uma lástima. Porém, nestes tempos não havia tanto deboche, achincalhe, pouco caso com a vida alheia, desprezo e negacionismo como hoje. A terra era redonda, não havia tantas “rachadinhas” nem ameaças constantes de golpe. Havia muito respeito internacional, respeito às instituições, respeito à democracia. Não se via tanta homofobia, racismo, misoginia. Houve um tempo que o Brasil foi a 6ª maior economia do mundo. No tempo em que éramos roubados, o ódio dormia sossegado. As vacinas eram confiáveis e todos eram vacinados. O fato é que os dois tempos são ruins para os brasileiros. O ideal seria que juntássemos somente as partes boas de cada tempo. É como acontece nos países civilizados do mundo. Senão é trocar seis por meia dúzia.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Uma nação de covardes!

Uma nação de covardes!

 

Professor Nazareno*

 

            Graças a Deus o Brasil já começou a vacinar seus habitantes contra a Covid-19. MENTIRA! MENTIRA! MENTIRA! Não houve nenhuma vacinação em massa. Por enquanto, somente pouco mais de 1% dos brasileiros serão vacinados. Não é nem metade do pessoal da linha de frente. O Brasil não tem até hoje, quase um ano após o início desta pandemia, nenhum plano para vacinar seus cidadãos. Não tem, nunca teve e talvez nunca tenha. As poucas vacinas que iniciaram essa grande mentira da vacinação foram conseguidas pelo governador de São Paulo, João Doria. O governo federal não tem uma vacina sequer para imunizar ninguém. Por isso, o Ministério da Saúde confiscou as vacinas da CoronaVac que São Paulo conseguiu da China. O “início” da vacinação foi uma jogada de marketing para inglês ver, pois não há vacinas no Brasil.

            De forma vergonhosa, muitos governadores, prefeitos e políticos de um modo geral foram aos aeroportos para receber “a vacina que salvará os brasileiros”. Fotos, otimismo, discursos inflamados, enganação, hipocrisia, mentira, desfaçatez. Pior: de norte a sul do país já houve pessoas que descarada e covardemente furaram a fila para tomar a vacina. “Elizabeth II às avessas”. O escândalo é tanto que o prefeito de Manaus proibiu fotos das pessoas sendo vacinadas para evitar mais vergonhas. Como se não bastassem esses péssimos exemplos, as dificuldades para aparecerem mais vacinas em terras tupiniquins ficam mais evidentes ainda. China e Índia, os dois países responsáveis pela produção de 2/3 dos insumos para a fabricação dos imunizantes, tiveram problemas diplomáticos recentes com Bolsonaro. E há “pendências” no envio desses produtos.

            Além dos terríveis problemas do “Holocausto no Amazonas” causados por incompetência das três esferas de poder, especula-se que o angustiante atraso, já sanado, de dois milhões de doses de vacinas da Índia e dos insumos da China se deve ao fato de Bolsonaro, seu filho Eduardo, deputado federal, e o chanceler Ernesto Araújo terem desnecessariamente atacado os chineses numa recente discussão sobre tecnologia 5G. Como visto, Bolsonaro e seus devotos odeiam a China, mas é nesse país do Oriente que está a salvação dos brasileiros. O “Bozo” chamava o produto da China de “a vacina chinesa do Doria”, que foi imediatamente rebatizada para “a vacina do Brasil”. E a reação dos brasileiros a todo este descalabro do Planalto continua sendo a mesma: nenhuma. O Congresso Nacional está de férias. O STF nada disse. E o povo se calou.

            A política externa de Bolsonaro é um desastre que além de tornar o Brasil um pária internacional fatalmente vai resultar em muitas mortes em nosso país e ninguém toma providências. Uma nação de covardes, que vê seus cidadãos morrerem pela incompetência dos governantes e se cala. Por tudo isso, Jair Bolsonaro tem que sair do poder para o bem do Brasil. Mas a Câmara dos Deputados não deixa. No entanto, não há maior covardia para com o Brasil e os brasileiros, do que a do atual presidente desta casa legislativa, Rodrigo Maia, o Nhonho. Maia sairá do cargo em fevereiro e coube a ele a façanha de reter pelo menos 61 pedidos de impeachment contra o Bolsonaro. E a covardia continuará: nem o Baleia Rossi muito menos o Arthur Lira, um deles sucessor de Rodrigo Maia, pedirá a saída do “Bozo” que governa desastrosamente o país. Quantos mortos ainda serão necessários para que a “nação de covardes” reaja ao óbvio?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Vacinação sem vacinas

Vacinação sem vacinas

 

Professor Nazareno*

 

            A Covid-19 é a doença causada pelo Coronavírus que como o próprio nome já diz, trata-se obviamente de um vírus. E para vírus, em tese, não há remédios. Somente os anticorpos produzidos pelo organismo atacado. A própria Anvisa afirmou que a vacina é extremamente necessária porque não há tratamento precoce para a doença. Ou seja, não há nenhum remédio. E a vacina em si não é um remédio, mas uma droga que ao ser injetada no corpo humano induz este a produzir as suas defesas. Esse negócio de Cloroquina, Ivermectina e outros medicamentos aleatórios são apenas invenção política de pessoas leigas e más intencionadas para enganar os idiotas. Até o médico francês Didier Raoult, “o pai da Cloroquina”, afirmou recentemente que seu medicamento não tem efeito nenhum sobre o Coronavírus. “Associado ou não a outro remédio”, concluiu.

            Por isso, desde o ano passado que várias nações estavam correndo atrás da vacina. Menos o Brasil. Há relatos de que a Pfizer teria oferecido ainda em julho pelo menos 70 milhões de doses ao país, que rejeitou o negócio. O governo federal não soube nem está sabendo conduzir a crise causada pela pandemia. O ministro da Saúde, um general do Exército que se diz especialista em “logística”, é um fracasso só. Uma incompetência, uma nulidade sem tamanho. As únicas vacinas disponíveis hoje no país são as seis milhões de doses da CoronaVac, vacina chinesa já antes muito criticada por Bolsonaro. Se aplicar as duas doses, dará apenas para imunizar três milhões de pessoas. Pouco mais do que um por cento dos brasileiros. Destas, Rondônia recebeu somente 33 mil doses. Serão 16 mil vacinados. Para os indígenas daqui foram 16,3 mil doses. E só!

            De onde virão as outras 425 milhões de doses para imunizar o restante da população do país, ainda não se sabe. O governo federal não sabe. O general-ministro, o da logística, não sabe, governadores não sabem, prefeitos não sabem. Ninguém sabe. Não fosse o João Doria, governador de São Paulo, que deu o pontapé inicial ainda no dia 17/01 à tarde, a vacinação no restante do país só começaria três ou quatro dias depois. Como iniciar uma campanha de vacinação em massa se não foram feitas campanhas? Como vacinar 215 milhões de pessoas se não existem vacinas? Eduardo “Pesadelo” e o seu chefe Bolsonaro deviam ser responsabilizados por tudo o que está acontecendo com os brasileiros, principalmente os mais pobres, nesta pandemia. O cruel e horroroso caso de Manaus clama por justiça. Aquilo ali foi um Holocausto calculado.

Jair Bolsonaro e o ministro Eduardo Pazuello, assim como todas as autoridades do Amazonas, deviam ser denunciados ao Tribunal Internacional de Haia na Holanda por crimes contra a humanidade. Cidadãos morrendo asfixiados por incompetência de seus governantes é um crime que devia ser punido sempre. Vergonha suprema: até Nicolás Maduro, o ditador socialista “tirano e sanguinário” da Venezuela, por piedade, mandou oxigênio para Manaus. A capital do Amazonas não tem oxigênio e o Brasil não tem vacinas nem governo. Tudo está sendo feito “a cu de cavalo”. Se existe, o Plano Nacional de Vacinação do Brasil parece a “casa da mãe Joana”. Aliás, a marca maior deste governo insensível e incompetente. E sem otimismos, pois a vacinação inicial tem até agora garantida só a primeira dose e para uma parcela ínfima de pessoas. Se fosse o governo Temer, teria mais empenho e profissionalismo. Fato: o Brasil não merece isto!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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domingo, 17 de janeiro de 2021

E se fossem pedaladas fiscais?

E se fossem pedaladas fiscais?

 

Professor Nazareno*

 

            O Brasil vive momentos dramáticos com a pandemia da Covid-19. Fala-se em uma segunda onda mais letal e mais transmissível do que a primeira ocorrida no início do ano passado. O aumento assustador de casos e de mortes se verifica em todas as unidades da Federação. Na cidade de Manaus no Amazonas, por exemplo, pacientes estão morrendo às centenas. Cemitérios da cidade já não estão mais dando conta de tantos enterros diários. A falta de oxigênio nos principais hospitais da capital faz com que os amazonenses morram asfixiados como nos campos de concentração nazistas sem que o poder público faça algo para estancar o sofrimento dos manauaras. No interior de Rondônia, as UTI’s das maiores cidades estão lotadas. A capital e outros municípios do Estado decretam Lockdown para tentar conter o vírus. Por todo o país o caos é iminente.

            Não há relatos de um só Estado ou grande cidade do país em que a situação esteja sob controle. Falta de vagas em hospitais particulares e públicos, dor, choro, agonia, sofrimento, falta de esperança da população em dias melhores. Enquanto isso, todas as instâncias do Poder Público parecem estar fazendo “ouvido de mercador”. Com exceção do Amazonas, o ENEM, Exame Nacional do Ensino Médio, foi realizado em quase todos os municípios do país como se não houvesse pandemia. Fala-se também que o aumento dos infectados se deu por conta das festas de fim de ano. E as eleições com dois turnos? Durante o último pleito as aglomerações aconteceram de forma até natural. Além disso, o ajuntamento de pessoas foi uma cruel rotina. Poucos abriram mão de suas férias. Postar fotos nas redes sociais em praias e balneários foi uma constante.

            Lamentavelmente muitos brasileiros, principalmente os mais pobres, estão jogados à própria sorte durante esta terrível pandemia. E muitos ainda vão morrer por causa do já esperado descaso dos governos municipal, estadual e federal. Não há oxigênio, não há vacinas e também não há governo que os ampare. Mais um fiasco do “desgoverno” Bolsonaro: até os dois milhões de doses da vacina de Oxford que seriam entregues pela Índia foram adiados. Parece que os indianos agora só vão entregar no dia “D” e na hora “H”. E nada de procurar desculpas e dizer que o STF proibiu o “Bozo” de agir durante esta crise sanitária. O governo federal é coordenador do sistema federal de Saúde, o SUS, do Plano Nacional de Imunização, o PNI. Tem autoridade para fazer compras centralizadas e procurar sempre os melhores preços. Mas nada fez e nem faz.

Sem nenhum impedimento por parte do STF, Brasília pode fazer pesquisas e consolidar os dados nacionais sobre a doença. Junto com os secretários de saúde, analisar o mapa nacional da doença, seu movimento de difusão, sugerir e tomar providências, fazer campanhas nacionais de esclarecimento e educação sanitária. A única autonomia que o Supremo reconheceu aos Estados e municípios foi somente sobre a decisão de autorizar, abrir ou fechar atividades comerciais e de serviços dentro desses próprios estados e municípios. Estamos em um estado de guerra e não temos Exército nem munição para enfrentar o inimigo. Cadê os políticos? Por que foram tão rápidos para cassar a ex-presidente e calam agora? Ainda bem” que toda essa angústia é “apenas” um genocídio com cidadãos morrendo asfixiados, sem ar. Mas tudo poderia ser bem pior: já pensou se o presidente Bolsonaro tivesse realizado as pedaladas fiscais?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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