quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

O ocaso do Império

Foto: reprodução/Globonews

O ocaso do Império

 

Professor Nazareno*

 

Shame! Shame! Shame! (Vergonha em inglês). Não existe outra palavra para descrever o que aconteceu em Washington, Estados Unidos, no dia seis de janeiro de 2021 quando vândalos incentivados por Donald Trump, presidente do país, invadiram o Capitólio, sede do Congresso Nacional, para tentar impedir que os parlamentares reconhecessem a vitória de Joe Biden dois meses antes. A maior potência econômica e militar do planeta foi transformada de uma hora para outra em uma reles republiqueta de bananas ou numa nação da África subsaariana, que geralmente resolvem seus problemas políticos na força bruta. Desde o atentado às torres gêmeas em 2001 que os norte-americanos estão perdendo a hegemonia mundial. China e União Europeia só crescem. A partir de 2028 o PIB dos chineses superará toda a economia dos Estados Unidos.

Democracia e extrema-direita realmente não combinam. Em lugar nenhum do mundo. O republicano Donald Trump perdeu as eleições nas urnas e, sem provas, diz que lhe roubaram a vitória. Insiste que ganhou o pleito e se nega a entregar o cargo. Por isso, protagonizou cenas lamentáveis e absurdas no país que sempre foi exemplo de democracia para o mundo. Arrogante, negacionista, limitado e antidemocrático, ele incentivou toda a violência que se viu. Pelo menos quatro pessoas foram mortas e várias outras feridas. Pressionado pelos fatos e pelas circunstâncias já admite “uma transição ordeira” de poder no próximo dia 20 de janeiro. Devia ser responsabilizado pela anarquia que proporcionou, ser condenado e preso antes de deixar o cargo. Até seus correligionários republicanos condenaram fortemente as cenas vistas em Washington.

Além de covarde, a extrema-direita também é assassina, cruel e desumana. O exemplo dos Estados Unidos pode ultrapassar as fronteiras daquele país e “contaminar” outras democracias mundo afora. No Brasil, governado por um insano de ideias iguais ao do demente norte-americano, o sinal de alerta foi aceso. Jair Bolsonaro vai perder as próximas eleições de 2022 certamente. Suas ideias retrógradas, imorais, racistas, homofóbicas, misóginas e antidemocráticas também não prosperaram no mundo moderno e por isso a elite nacional já devia ir “colocando as barbas de molho”. Ano passado, por exemplo, fracassou e praticamente perdeu todas as apostas que fez em seus candidatos nas eleições municipais. Além do mais, o “Bozo” já alardeia publicamente que não aceita um pleito com urnas eletrônicas. “O voto tem que ser impresso”, disse.

Donald Trump e Jair Bolsonaro envergonham e apequenam seus países. Deviam ser escorraçados do poder, processados, julgados e presos. Deviam ser impedidos por lei de assumirem cargos tão importantes como o de presidente da República antes de mostrar exames de sanidade mental. Nem os Estados Unidos merecem um nem o Brasil merece o outro. Com 200 mil mortos pela pandemia do Coronavírus e quase oito milhões de infectados no Brasil, Bolsonaro continua zombando dos mortos e fazendo diariamente chacotas com a doença e nada lhe acontece. O mundo inteiro já começou a vacinar seus habitantes enquanto aqui o incompetente trava toda tentativa de imunizar nossos cidadãos. Nos Estados Unidos, epicentro da pandemia, não é diferente. Só que lá o establishment não permite delírios de governantes. Aqui, com a mentalidade golpista que temos, não se sabe o que virá. EUA: forma triste de se deixar a hegemonia mundial.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.



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