quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

O Brasil só olha para cima


O Brasil só olha para cima

 

Professor Nazareno*

 

        Quase todas as pessoas no Brasil gostam de olhar para cima, pois além de ver um Deus inventado, veem também todas as soluções para os seus infinitos problemas. Em 2018, por exemplo, todos viram lá nas alturas, Jair Bolsonaro conversando com alguma divindade sobre o que fazer para “salvar” os brasileiros. E não tiveram nenhuma dúvida: ele, o “Mito”, deveria ser o escolhido para nos próximos quatro anos trazer bonanças aos sofridos habitantes do país. Em Porto Velho, muitas pessoas também têm este curioso hábito. Nos “céus de Rondônia”, muitos incautos viram o coronel Marcos Rocha lhes acenando como um anjo e não hesitaram em elevá-lo logo ao poder maior no Estado. “Este querubim abençoado vai construir um novo hospital de pronto socorro na capital e vai acabar com a pobreza neste lugar”, era a cantilena que todos repetiam.

      Durante a pandemia do Coronavírus, Jair Bolsonaro em Brasília e Marcos Rocha em Rondônia toda vez que olhavam para cima só viam caixas de Ivermectina e de Cloroquina para combater o maldito vírus. Parece que eles nunca viram uma vacina. E podem até não ter acabado com a doença, mas conseguiram distribuir gratuitamente toneladas desses medicamentos que não servem para evitar a Covid-19. Muitos políticos brasileiros também não viram nenhuma gravidade na pandemia mortífera. Para eles, os quase 620 mil mortos até agora e mais de 22 milhões de infectados não passam de invenção da mídia alarmista e antigoverno. Esses senhores só olhavam para cima à espera de dinheiro público para desviar. Até as terríveis enchentes causadas pelas chuvas no sul da Bahia não eram vistas. Nem das paradisíacas praias de Santa Catarina.

        Em Porto Velho, olhar para cima sempre foi também uma coisa normal. Isso devido a pouca ou nenhuma capacidade de raciocínio de seus acomodados moradores. “É que fazendo isso não vemos a sujeira nem a imundície que existem pelas ruas e avenidas da cidade”, disse um “esperto e politizado” eleitor de Hildon Chaves, o atual prefeito, que segundo alguns articulistas mais bem informados, “pode dar voos mais altos em Rondônia”. Assim, além de uma rodoviária nova, a capital brasileira da fedentina terá em breve cem por cento de saneamento básico, de água tratada e de mobilidade urbana. Viena, Zurique e Auckland na Nova Zelândia que se cuidem, pois vão em breve perder o posto de cidades mais limpas e organizadas do planeta. A ficção da política porto-velhense encanta a todos além de não permitir olhares mais criteriosos.

         A partir de 2022, o Brasil, Rondônia e Porto Velho certamente vão continuar a olhar para cima. É certo que não virá nenhum cometa para exterminar ninguém, mas certamente se viesse, somente os cidadãos evangélicos, os eleitores direitistas e os bolsonaristas e negacionistas seriam salvos da catástrofe anunciada. Porém, algumas pessoas dizem que em vez de um cometa descontrolado pode vir possivelmente em outubro próximo uma “estrela vermelha” de cunho socialista para derrotar todos os fascistas. E se este astro realmente cair em terras tupiniquins, de uma calamidade poucos se salvarão por aqui. O Ano Novo se aproxima e com ele vêm as eleições com as promessas nojentas de sempre. Mas o cometa destruidor já está por aqui há tempos e todos já conhecem muito bem o seu DNA: ou é mais fascismo e ameaças à nossa jovem democracia ou é a eterna roubalheira. Não olhe para cima, a mediocridade nos espreita.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

O invencível establishment

O invencível establishment

 

 

Professor Nazareno*

 

 

Bolsonaro se aliou ao Centrão na maior cara de pau. Mesmo dizendo o tempo todo que jamais faria isso e que fora eleito com 57 milhões de votos para acabar com a velha política do Brasil. Não mudou nada e nem quis. Ele mentiu para os seus eleitores, enganou o Brasil e traiu a si mesmo. Já Lula, o seu adversário e arqui-inimigo político, corteja se aliar a Geraldo Alckmin, ex-PSDB, a fim de disputar as próximas eleições para a Presidência. Nenhum desses candidatos, no entanto, tem coragem de dizer aos eleitores que é impossível mudar o que já está estabelecido. O establishment do Brasil já foi traçado há muito tempo. E não pode ser mudado tão fácil como se pensa. Aqui, os ricos, a elite e os poderosos, ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Seja num governo de esquerda ou mesmo num de extrema-direita como agora.

Desde os tempos da Colônia que esse lengalenga é o mesmo. País rico e um dos maiores produtores mundiais de commodities, o Brasil tem hoje milhões de cidadãos famintos vivendo abaixo da linha da pobreza, na miséria total. E os poderosos querem assim mesmo, pois sempre foi o capital que mandou em tudo e em todos. A nata do empresariado faz o que quer e logo determina isso a quem for eleito. Fez isso com os militares, obrigando-os a dar o golpe em 1964 e depois, quando não precisavam mais dos fardados, tirou-lhes do poder em 1985. Foi assim com Fernando Collor, com Itamar Franco, Com FHC e depois com os governos de esquerda no início deste século. Lula teve que se aliar à elite para poder governar. E quando o “sapo barbudo” pensou em favorecer os mais pobres, deram-lhe um “chega pra lá” e logo apearam o PT do poder.

Toda a estrutura de controle no Brasil sempre foi assim e parece que não vai mudar. E quem não se aliar a esse esquema abjeto, é logo descartado de qualquer poder de decisão. As câmaras de vereadores, praticamente todas as prefeituras, assembleias legislativas, Congresso Nacional e STF. Tudo é dominado pelo poder do dinheiro. Rico não pensa em pobre e tudo faz para barrar a ascensão dos miseráveis. A senzala dos deserdados parece nunca ter fim. A fila do osso e os muitos caminhões de lixo sendo hoje remexidos em busca de comida ainda vão emoldurar a realidade do nosso país e da nossa sofrida gente por muito tempo. E de nada adianta dizer que Lula e o PT acabaram com a fome no Brasil. Nem Lula muito menos o Bolsonaro jamais governaram para os pobres e miseráveis. O petismo até que deu o peixe, mas não ensinou ninguém a pescar.

O pior de tudo é que as atuais pesquisas indicam que Lula será de novo o próximo presidente. Se não for ele, pode ser uma desgraça ainda maior: a reeleição do “Bozo”. Com a extrema-direita, os cidadãos ou morrem de fome ou morrem infectados na pandemia. O ano que agora finda mostrou isso de forma bem real. Assim, o próximo ano nos aguarda uma das maiores tragédias enquanto nação: se não entrarmos de novo na roubalheira absurda dos corruptos de esquerda aliados a empresários escroques, continuaremos fustigados pelo fascismo desumano dos negacionistas. Enquanto isso, os pobres continuam buscando sua comida diária no lixo e os barões da elite continuam ficando cada vez mais ricos. O establishment brasileiro é muito cruel, pois quer democracia só na política, já que abomina a democracia econômica. Com essa elite que  temos, jamais chegaremos ao nível do mundo civilizado. Seremos só o “brasil” mesmo.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Quarenta anos perdidos

Quarenta anos perdidos

 

Professor Nazareno*

 

      Exatamente há 40 anos, o presidente da República, general João Batista Figueiredo, assinou o decreto de criação do Estado de Rondônia. “Fica criado o Estado de Rondônia, mediante a elevação do Território Federal do mesmo nome a essa condição”, dizia o lacônico documento. Porém, como o brasileiro não vive sem farra e nem cachaça, somente depois das festas de Natal e de Ano Novo é que a “nova estrela no azul da União” passaria a existir de fato. Assim, estranhamente o Estado tem duas datas na criação, pois fora implantado somente no dia 4 de janeiro do ano seguinte, 1982. A fatídica data ajudava dessa forma a corroborar a hegemonia política do PDS, o Partido Democrático Social, agremiação que dava sustentação à cruel e assassina Ditadura Militar. O governo federal ganha mais 3 senadores e cinco deputados federais.

        Desde o início, a criação do novo Estado de Rondônia foi um grande equívoco tanto para o Brasil quanto para a própria unidade da federação recém-criada. O lamentável fato provocou um dos maiores desastres ambientais da história da humanidade. Milhões de quilômetros quadrados foram totalmente destruídos, dizimados e substituídos pela agricultura familiar. Situado entre dois grandes biomas reconhecidos mundialmente, a Amazônia e o Cerrado, Rondônia serviu também para diminuir as tensões sociais provocadas pela mecanização agrícola no sul do país. Muitos pequenos agricultores, que foram expulsos de suas terras nos Estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul principalmente, vieram para o novo Estado a fim de recomeçar as suas vidas. Hoje, 40 anos depois, o Estado é só um curral de latifundiários.

       Do mesmo tamanho que o Estado de São Paulo, Rondônia tem hoje apenas a população da cidade de Campinas, ou seja, algo em torno de 0,8% da população nacional e um PIB que representa só meio por cento do PIB total do país. Traduzindo: pela devastação ambiental e pelos problemas que acumulou neste período, deduz-se que o Brasil perdeu e muito com a criação deste Estado. Todo ano, durante o verão amazônico, por exemplo, Rondônia arde em fogo no que ainda resta de florestas. As criminosas queimadas atingem São Paulo e também várias outras cidades e regiões do país com fuligem, fumaça e chuva contaminada. Isso sem falar nos garimpos ilegais e clandestinos que produzem o envenenamento dos rios da região com o mercúrio. Assim como alguns outros Estados, Rondônia só dá prejuízo e muita dor de cabeça ao Brasil.

          Esse Estado deveria voltar a ser território ou então ser devolvido à Bolívia, ao Peru, ao Amazonas ou então ao Mato Grosso que talvez tivesse muito mais futuro. Absurdo: a sua suja e fedorenta capital Porto Velho está fora de tempo e de espaço, pois é uma cidade que fica no extremo oeste e por isso totalmente descentralizada dificultando assim o seu acesso pelos cidadãos que moram em Cacoal, Costa Marques, Vilhena e em todo o Cone Sul do Estado. Uma capital mais centralizada facilitaria a vida dos habitantes como um todo. Talvez para compensar o prejuízo, o resto do Brasil usa a terra local para pastagens e também a energia elétrica produzida no rio Madeira. E como hoje, graças a Deus, não existe mais o PDS nem a Ditadura Militar, Rondônia sequer deveria existir como Estado. Como tem pouca ou nenhuma serventia para o restante do país, deveria ser extinto e governado lá de São Paulo ou mesmo de Brasília.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

A medicina do Bolsonaro

A medicina do Bolsonaro

 

Professor Nazareno*

 

           O atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, é um militar de média patente que foi expulso do Exército por insubordinação. Formado em Educação Física, o “Mito” sempre se orgulhou de nunca ter lido um só livro em toda a sua vida. Com capacidade intelectual e cognitiva muito limitada, chegou à presidência da República com o voto de mais de 57 milhões de eleitores brasileiros. Bolsonaro é incapaz de compreender as coisas mais simples da vida. Ainda assim, foi guinado ao poder possivelmente por ter passado a impressão de se tratar de um homem de letras e um profundo conhecedor das ciências. Bolsonaro, como o pouco tempo já se encarregou de mostrar, não entende de absolutamente nada. Terraplanista, negacionista, mal-educado e grosso, na pandemia esse arremedo de presidente foi o corresponsável por mais de 615 mil mortes no Brasil.

        Sem nenhum conhecimento da medicina, da infectologia, da microbiologia ou mesmo da virologia, no começo da pandemia o “Bozo” disse que a Covid-19 “não passava de uma gripezinha” e que já havia um kit eficaz de remédios para combatê-la: Ivermectina, Cloroquina dentre outros medicamentos que, segundo a OMS e vários laboratórios de renome mundial, não tinham nenhuma eficácia para combater o vírus. Bolsonaro não sabia e nem sabe que só quem mata um vírus é o próprio organismo com a produção de anticorpos. O “remédio”, por mais amargo que seja, é manter a distância social e o isolamento das pessoas. O “Bozo” também foi contra essas medidas e por isso, incentivou criminosamente a aglomeração de pessoas para atingir a imunidade de rebanho. Sua política assassina induziu à morte mais de duzentas mil pessoas no Brasil.

         Muitos seguidores ignorantes e tolos do “Bozo” seguiram os conselhos do seu capitão e se empanturraram com remédios ineficazes pensando estar se imunizando contra o vírus. O inútil tratamento precoce prescrito pelo estúpido presidente e seus seguidores serviu somente para enriquecer ainda mais alguns laboratórios e de nada adiantou para conter a praga. Hoje o país conta com quase 620 mil mortos e a única maneira de se deter a ameaça é a vacinação em massa da população. Aliás, o “Mito” de muitos brasileiros também foi contra a importação dessas vacinas e retardou o quanto pôde a chegada de imunizantes para o nosso povo. A CPI da Covid-19, por exemplo, responsabilizou o governo federal pela morte de muitos cidadãos por falta de vacina. Absurdo: o próprio líder dos brasileiros se orgulha até hoje de ainda não ter se vacinado.

         Dessa vez, tanto o “Bozo” como o seu atual ministro da Saúde, o paraibano Marcelo Queiroga, tentam evitar no Brasil a vacinação de crianças entre cinco e onze anos contra a Covid-19. A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, já recomendou o procedimento, mas a medicina do “Bozo” é contra e certamente de tudo fará para deixar nossos pequenos sem a imunidade necessária. Talvez por tudo isso, o desastrado, desumano e insensível presidente brasileiro amargue índices tão baixos nas pesquisas de opinião para as próximas eleições num país onde mais de 94% de seus cidadãos são favoráveis à vacina. Bolsonaro, apesar de ainda ter uns 20% de aceitação popular, representa tudo de ruim que existe na política. Se nada entende de medicina nem de ciência, não devia ter se metido. Assim, teria evitado muitas mortes dos tolos e idiotas que teimaram em seguir suas orientações. E ainda teremos mais um ano com ele.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Um Porto de Promessas

Um Porto de Promessas

 

Professor Nazareno*

 

       Conheço Porto Velho, a fedorenta, inabitável e podre capital de Roraima, como poucas pessoas. Há mais de quarenta anos que tenho a infelicidade de morar por aqui. Desde o longínquo ano de 1980 que tive a infeliz ideia de fixar residência na desorganizada cidade e assim resolvi “passar uns dias” nesta suja curva de rio. E por incrível que pareça nada, absolutamente nada mudou neste quase meio século de existência. O prefeito de então era Sebastião Valadares e o governador do Estado era um apagado coronel do Exército, ambos prepostos da infame ditadura militar por estas bandas. O coronel logo virou “Deus” e aquele prefeito continuou longe dos holofotes. A cidade era um caos e nada funcionava direito. Como ainda hoje, a sujeira abundava, não tinha uma boa rodoviária, aeroporto, saneamento básico, água tratada e nem hospital.

         No entanto, naquela época, Porto Velho e Rondônia já tinham uma tenebrosa, dissimulada e mentirosa classe política que se manteve fiel até os dias de hoje. Durante todo este tempo, as falsas esperanças se mantiveram e a cruel realidade insiste em bater todo dia na cara dos tolos rondonienses e de todos aqueles que acreditaram na lorota de novos tempos e de prosperidade na “nova estrela no azul da União”. A rodoviária da capital já era a mesma de agora, uma imundice que a caracteriza hoje como o pior terminal rodoviário do país. Mas todos os anos as promessas de uma nova estação de passageiros da capital se mantiveram. O infecto e tenebroso igarapé que a margeia era um pouco mais limpo, pois a cidade tinha, óbvio, uma população menor. Hoje aquele curso d’água é um esgoto mal cheiroso cujas águas matam qualquer um ser que as tome.

     O acanhado aeroporto da cidade, apesar de uma pequena reforma muito mal feita levada a cabo algum tempo depois, continuou parado, improdutivo e imprestável como sempre foi. Hospitais bons não havia naquela época. Só o velho e também inservível Hospital de Base. O bom era que não tínhamos nenhum “açougue” metido a hospital como temos hoje em dia. Porém, muitos eleitores idiotas de Rondônia podem dizer que daqui “a não sei quantos anos” teremos um novo hospital de pronto socorro que vai atender aos pobres e miseráveis do lugar. Promessas nesse sentido já há. Custará 300 milhões de reais, mas será pago mais de um bilhão do nosso suado dinheirinho. Porto Velho tinha muito mais árvores do que agora. Mas todas foram solenemente arrancadas para dar lugar a ruas tortas com tapiris e palafitas sem rede de esgotos ou água tratada.

     E apesar do nome Porto Velho, porto de passageiros ou de cargas mesmo a cidade não tinha. E nem nunca teve até hoje. Mas como no próximo ano haverá eleições, as promessas eleitoreiras e mentirosas já estão a todo vapor. Infelizmente isso sempre foi praxe por aqui. E como muitos dos eleitores rondonienses são tolos e facilmente enganáveis a felicidade já reina em conversas e bate-papos. Teremos na cabeça dos incautos, por exemplo, em Porto Velho a partir de 2022, um novo hospital de pronto socorro, redes completas de águas e esgotos, urbanização, porto rampeado, excelente mobilidade urbana, menos violência e claro, um novo terminal urbano de passageiros. Haverá aumento da produção agropecuária, duplicação da BR-364, ligação com Manaus via BR-319, garimpo de ouro “bombando” no rio Madeira, mais empregos, oportunidades e comida para todos. Rondônia das promessas já é realidade.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Papai Noel, um velho fascista!


Papai Noel, um velho fascista!

 

Professor Nazareno*

 

            Para a infelicidade e tristeza de muita gente, está chegando o Natal e com ele sempre renasce a insólita e sinistra figura do Papai Noel. Forjado na escola do fascismo, esse velho amargurado reina hoje quase absoluto no mundo dominado pelos cristãos. Defensor da família tradicional e também dos bons costumes, o apavorante ser já foi preso por pedofilia e juntamente com o seu esposo, um desempregado nigeriano bem dotado, faz a alegria da garotada tola distribuindo presentes sempre arrecadados pelos outros. Sua aterrorizante figura é hoje em dia o maior símbolo do Natal. O nascimento de Jesus Cristo sequer é lembrado pelas criancinhas quando lhes perguntam o que esta data significa para elas. A manjedoura nada mais é do que um banco e os Reis Magos são da Assembleia Legislativa de Rondônia e da Câmara de Vereadores de Porto Velho.

      Por isso, muitas pessoas ignorantes ainda acreditam que o asqueroso velhinho é rondoniense e que mora na zona leste de Porto Velho. O pançudo Noel, por exemplo, mandou arrancar todas as árvores da Avenida Tiradentes na capital e em seu lugar nada fez. Está lá o buraco sujo e imundo sem nenhuma serventia. As antigas e frondosas árvores deram lugar à lama e ao abandono. Mas para muitos incautos aquilo foi um bom presente do velho ranzinza para os moradores da cidade. O temível sujeito também já foi visto nos corredores do “açougue” João Paulo Segundo de Porto Velho dizendo aos pobres e miseráveis ali internados que mandará construir um novo hospital para eles. “Vão gastar menos de 300 mil reais nessa construção, mas como eu sou bonzinho, vou pagar mais de um bilhão de reais do suado dinheiro de vocês”, esnoba o velho infame.

       Mas Papai Noel tem fama no Brasil inteiro. Popular e muito querido pelos mais idiotas, quando ele se meteu na política foi eleito prometendo mudar “a maneira de se governar o país”. O velho maldito dizia que “bandido bom é bandido morto” e que, apesar das conhecidas rachadinhas “acabaria com a corrupção, os privilégios e a roubalheira”. Criou várias crises institucionais, destruiu a imagem do Brasil no exterior, aliou-se aos corruptos, aparelhou a Polícia Federal e enganou a todos com a sua lábia mentirosa. Durante a pandemia do Coronavírus, mal que já matou mais de 616 mil brasileiros, foi negligente, negacionista e induziu muitas pessoas à contaminação. Papai Noel é totalmente contra a vacina e retardou o máximo que pôde a importação do imunizante. Agora ele e alguns dos seus seguidores querem proibir o passaporte vacinal.

        Esse velho amaldiçoado não presta. Nunca prestou. Só vive no Brasil por que a maioria das pessoas daqui não tem escolaridade, boa educação, nem conhece a sua própria realidade. País de ignorantes e iletrados, viver sob a realidade de “uma fajuta divindade como essa” parece ser uma coisa mais do que normal. De um modo geral, grande parte do povo brasileiro é como papel higiênico: “quando não está no rolo está na merda”.  Por isso, a cada dois anos ele elege vários desses “bons velhinhos” para lhe governar. Assim, muitos desses cidadãos desejam que se aumente a quantidade de carros de lixo e também as “filas do osso” para que assim também aumentem suas possibilidades de arranjar alguma comida. Ninguém desconfia que Papai Noel e seu esposo são os responsáveis por parte da miséria e da fome que assolam o país. Dessa forma, já se decidiu: um Papai Noel fascista ou um ladrão será o eleito no próximo ano.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Bozo: personalidade da Time


Bozo: personalidade da Time

 

Professor Nazareno*

 

        Ainda não é oficial, mas fala-se que Jair Bolsonaro foi eleito de forma virtual como a personalidade do ano 2021 pela revista Time dos Estados Unidos. O resultado oficial, no entanto, só sairá no próximo dia 13 de dezembro. Para quem acha que isso é um elogio ao presidente do Brasil, a revista não deixa nenhuma dúvida: os leitores apontaram a pessoa mais influente do ano, “tanto para o bem como para o mal”. Mas é claro que o “Bozo” ganhará facilmente não só esta, mas qualquer outra comenda como personalidade do ano, da década ou até mesmo do século. E será premiado pelo BEM que tem feito para os brasileiros e também para todos no mundo civilizado. Com pouco mais de dois anos à frente do governo do Brasil, o “Mito” encantou o planeta muito mais do que Ângela Merckel. Bolsonaro é uma espécie de Winston Churchill moderno.

         O Brasil, Rondônia e o mundo inteiro aprenderam a amar este estadista assim que ele tomou posse como presidente. Do início de seu governo até agora, ele só tem feito coisas boas e muito admiráveis. Na área dos direitos humanos, por exemplo, ele praticamente ensinou ao mundo como respeitar as minorias e os menos favorecidos. Deu voz à oposição, aos negros, aos gays, às mulheres, aos pobres, aos perseguidos, aos injustiçados e sempre foi um árduo defensor do diálogo e da democracia. Bolsonaro é uma espécie de Nelson Mandela do Brasil. Já deveria ter sido indicado para o Nobel da Paz ou à outra honraria qualquer para coroar a sua grande inteligência, sua habilidade ímpar de governar, seu enorme senso de justiça, coerência e a boa capacidade de liderar. Jair Bolsonaro será lembrado nos corações e mentes de todos os cidadãos desta nação.

      Além do “Bozo”, o Brasil conta também com grandes estadistas do mesmo nível. Sergio Moro, o justo e inteligente magistrado de Curitiba, por exemplo. Com sua voz eloquente e sua maneira única de interpretar a lei, certamente ele também seria agraciado no mundo inteiro. Lula, o ex-metalúrgico de nove dedos que administrou a Petrobras como ninguém e assim deu riqueza, vez e voz a todos os brasileiros, seria certamente também lembrado por academias, instituições e parlamentos tanto da Europa como dos Estados Unidos. Mas foi durante a pandemia do Coronavírus, no entanto, que Bolsonaro mostrou toda a sua força. Não fosse a sua brilhante atuação à frente dos trabalhos, o vírus teria matado muito mais gente por aqui. O “Mito” comprou vacinas a tempo, mandou oxigênio para Manaus, organizou hospitais, enfim, fez tudo o que pôde.

       Se o “Mito” merece a homenagem da revista Time, em Rondônia também há muitos grandes homens públicos que poderiam estar sendo agraciados. Do governador Marcos Rocha aos deputados Lebrão e Geraldo da Rondônia, o que não falta nas “terras de Rondon” são grandes personalidades políticas que encantam e orgulham a todos. O novo hospital de pronto socorro de Porto Velho é um grande exemplo de como se faz política em benefício dos mais carentes. Por isso, se as eleições fossem hoje, Bolsonaro e Marcos Rocha ganhariam disparados e nem precisaria haver segundo turno. Os eleitores do Brasil e de Rondônia não só os admiram como também veem neles grandes e insubstituíveis homens do povo. Se Bolsonaro acabou com a inflação e melhorou a economia de um modo geral, Rocha colocou Rondônia no mapa do mundo como na COP26. Os dois deveriam ter estátuas na entrada do prédio da ONU. A Time é fichinha.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A fome longe do poder

A fome longe do poder

 

 

Professor Nazareno*

 

 

Não se enganem: quando estava na presidência da República, é bem possível que Lula, o ex-metalúrgico que foi presidente do Brasil por duas vezes seguidas, sempre tomava vinho Romanee Conti, que custa hoje em dia “somente” 45 mil reais a garrafa. Provavelmente ele deveria ter à sua disposição caixas inteiras da milagrosa e caríssima bebida. Todas talvez doadas por megaempresários que mantinham relações de amizade e confiança com o poder em Brasília. A cachaça, com que ele permitia que fossem feitas fotos, era apenas para propagandas oficias. Mas Jair Bolsonaro também parece ter boas relações com a rica gastronomia: foi filmado várias vezes degustando picanha Wagyu, que custa quase mil reais o quilo. Igualmente ao Lula, o “Mito” se deixa filmar tomando café em copos americanos de vidro e com potes de margarina abertos em cima da mesa.

Nem Lula nem Bolsonaro nem nenhum outro presidente, governador ou político do Brasil parece conhecer de perto as necessidades do povo que eles dizem que governam. Provavelmente eles nunca viram uma “fila do osso” nem as agruras da maioria dos brasileiros carentes e necessitados. No atual governo da extrema-direita, a fome voltou com força à mesa dos nossos cidadãos. Hoje são mais de 20 milhões de cidadãos famintos e miseráveis que sequer se prestam àquele dantesco espetáculo televisivo da África subsaariana. Lula, como muitos erroneamente afirmam, não venceu a fome de seus compatriotas. Apenas amenizou no varejo alguns casos pontuais quando criou os programas eleitoreiros com os quais se segurou durante 14 anos no poder. Já o Bolsonaro repete os mesmos erros do petista: programas sociais rendem muitos votos.

O Brasil é um país de gente faminta. E não adianta ter as maiores extensões de terras agricultáveis do planeta nem ser o segundo maior produtor de alimentos da atualidade. O agronegócio brasileiro, por exemplo, não produz alimentos apenas. Produz lucros e muitos alimentos de boa qualidade para exportação a fim de matar a fome, mas lá fora. Aqui, quem não tem dinheiro para comprar comida, fica à margem da sociedade e se quiser comer alguma sobra vai ter que revirar caminhões de lixo ou se sujeitar aos programas sociais do governo em troca de votos. Todos os presidentes do país, de Cabral a Jair Bolsonaro, nunca ensinaram o nosso povo a pescar, mas apenas a receber o peixe já pronto sempre em troca de alguma coisa. Nenhum deles nunca deu educação de qualidade para libertar os necessitados. A pobreza no Brasil dá dividendos.

O ideal seria que a família de um político qualquer, ou ele, fosse a uma “fila do osso” ou então revirar um caminhão de lixo para buscar o seu alimento de cada dia. Um presidente, um governador de Estado, senador, ministro do STF ou STJ, um prefeito, vereador ou deputado tinha que ver a realidade de grande parte de seus eleitores. O país que está há mais de 50 anos entre as dez maiores economias mundiais precisa exorcizar urgentemente a síndrome da “Casa Grande & Senzala” tão bem definida por Gilberto Freyre. Os cartões corporativos, os privilégios dos mais poderosos, as negociatas, a corrupção, as rachadinhas, o salário mínimo de fome, os altíssimos salários dos “marajás”, o “toma lá, dá cá”. Tudo isso precisa ser revisto e acabado se quisermos ter um país com mais justiça social e sem tanta fome e miséria. Precisamos de um país sem “fila do osso” e sem pessoas revirando lixo para ter comida. E presidentes mais simples.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.