domingo, 27 de fevereiro de 2022

Putin declara guerra a Rondônia

Putin declara guerra a Rondônia

 

Professor Nazareno*

 

       Por causa do desrespeito às questões indígenas, dos sucessivos incêndios na floresta durante o verão amazônico e principalmente por conta dos inúmeros casos de roubo e de corrupção verificados na Assembleia Legislativa do Estado, Vladimir Putin, a palmatória do mundo, resolve declarar guerra a Rondônia. Já alguns respeitadíssimos analistas políticos rondonienses dizem que o aborrecimento do líder russo com Rondônia se deu por conta dos péssimos atendimentos médicos verificados lá no “açougue” da capital rondoniense. O fato é que, de uma hora para outra, podemos nos ver envolvidos num dos piores conflitos da humanidade. Mas apesar da enorme superioridade militar dos russos, as autoridades de Rondônia já tranquilizaram toda a população: conseguirão proteger o Estado de qualquer ataque estrangeiro. Ainda bem!

     As forças de defesa estacionadas em Rondônia podem nos preservar de maneira heroica de qualquer agressão. Em Porto Velho, por exemplo, temos a 17ª Brigada de Infantaria de Selva que enfrentaria os russos de igual para igual em qualquer campo de batalha e sob quaisquer condições. Nos nossos quartéis, “as vassouras, rodos e pincéis” seriam de extrema importância para enfrentar um momento hostil e amparar todos os rondonienses natos e também os “de coração”. E na capital temos ainda outros quartéis com homens muito valentes e destemidos: o 5° BEC, as polícias civil e militar,  a PRF, os bombeiros e a PF. Os russos que se metam conosco, mano! Além disso, temos a poderosa Base Aérea de Porto Velho com seus aviões de caças moderníssimos. Assim, os nossos céus estão bem guarnecidos com todos estes teco-tecos imbatíveis. SELVA!

         O MiG-29, o principal caça de superioridade aérea da Rússia e os avançados caças Sukhoi Su-34 e Su-35, todos ultramodernos e letais, não são nem fichinha perto dos valorosos aviões de combate que sobrevoam diariamente os céus de Porto Velho. A base aérea daqui é uma indestrutível fortaleza de guerra. E nossas armas são o máximo. Todo Sete de Setembro vemos nos desfiles como é o nosso poder de fogo. E se no ar a superioridade rondoniana é visível, na água os nossos homens se superam. A Marinha que está à disposição de Rondônia é uma coisa fantástica e colossal. Homens-anfíbios devidamente treinados para enfrentar qualquer batalha é o que se vê lá pela beira do rio Madeira. Os marinheiros dos submarinos russos tremem de medo só de pensar em aparecer por aqui. Porém, as nossas autoridades são a peça chave para vencer a todos.

Marcos Rocha, o governador do Estado, é um bravo coronel e Hildon Chaves, o prefeito da capital, é um político dos mais experientes. Quem não lembra quando eles tentaram comprar 1,2 milhão de vacinas para enfrentar a Covid-19 em terras karipunas? São os heróis desse povo. E agora que eles estão unidos pelo bem da gente daqui, nada mais causará mal a nós. Mas também há outros bravos homens públicos em Rondônia como os deputados Lebrão e o Cabo Jhony Paixão. Os dois têm uma história de luta e de muita dedicação pela sofrida população deste Estado. Óbvio que numa guerra de verdade eles e muitos outros políticos morreriam pelo povo daqui. O governador devia romper relações com os russos e proibir o funcionamento de toda montanha-russa em Rondônia. Dr. Hildon prometeu uma nova rodoviária para a capital e Marcos Rocha já disse que construirá um novo “açougue” por aqui. “E o que mais querem esses russos”?

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Bolsonaro, Putin e Hitler

Bolsonaro, Putin e Hitler

 

Professor Nazareno*

 

            Esses três cidadãos, dois dos quais ainda vivos, são como três grandes abortos da natureza. Só tristeza, mortes, caos, infortúnios, desgraças e tudo de ruim trouxe e ainda trazem para quem conviveu e ainda convive ao redor deles. Suas aspirações ditatoriais, suas ambições, a inércia e o descrédito de seus opositores e principalmente a ignorância popular podem tê-los conduzido ao poder de seus respectivos países. “Todo mal deve ser cortado pela raiz”, assim diz o ditado popular. Se não impusermos limites a um filho nosso, por exemplo, ele vai se criar pensando que pode fazer tudo e depois que cresce é tarde demais para impedir suas nefastas e maléficas ações. E assim aconteceu e ainda está acontecendo com cada um destes três seres humanos. Só que cada um ao seu tempo e dentro da realidade de seus respectivos países. Os dois primeiros são amigos.

            Sob o ponto de vista de suas ações à frente do poder, os três têm muitas coincidências. Todos eles foram inicialmente subestimados e não levados muito a sério por quem poderia ter interrompido o rosário de desgraças e amarguras que semeou e semeiam ao longo de suas vidas. Da extrema-direita, Jair Bolsonaro, o atual presidente do Brasil, poderia ter sido barrado muito antes de ter chegado à presidência do país. O “Bozo” elogiou publicamente um torturador durante o golpe que deram na ex-presidente Dilma Rousseff e nada aconteceu com ele. Recebeu 57 milhões de votos e se elegeu. Suas falas misóginas, homofóbicas, racistas e preconceituosas sempre foram levadas na brincadeira. Seus ataques às instituições da República em especial ao STF e aos seus ministros só criaram e ainda criam crises institucionais. Bolsonaro precisa ser contido.

            O ovo da serpente precisa ser quebrado antes de chocar. Se Adolf Hitler tivesse sido parado no começo, o mundo não teria presenciado o Holocausto e a morte de mais de 60 milhões de pessoas. Os países aliados não acreditavam que Hitler chegaria aonde chegou. Depois da Primeira Guerra Mundial ele rearmou a Alemanha, pregou mentiras, perseguiu minorias e finalmente chegou ao poder. Anexou a Áustria (Anschluss) em 1938 e praticamente não teve oposição de nenhum outro país. A seguir, anexou os Sudetos da Checoslováquia e enganando a todos, disse que pararia por ali. As potências europeias e os Estados Unidos iam permitindo todos os avanços do nazista, pois acreditavam nas palavras do Führer até que por fim ele invadiu a Polônia dando início à Segunda Guerra. E Hitler só cresceu por causa da inércia de quem poderia tê-lo parado.

            A mesma coisa está acontecendo com Vladimir Putin da Rússia. O tempo todo ele dizia que não iria invadir a Ucrânia e que o Ocidente estava com histeria. Em 2014 ele anexou a península da Crimeia ali “nas barbas” das potências europeias e dos Estados Unidos. A seguir reconheceu as províncias ucranianas de Lugansk e Donetsk com o pretexto de garantir a paz na região e logo a seguir invadiu toda a Ucrânia. Pior: faz ameaças contínuas a quem se envolver no conflito. E não vai parar por aí: já ameaçou a Finlândia e a Suécia caso esses países se filiem à OTAN, a organização militar dos países ocidentais. Putin ameaça também as nações da ex-União Soviética e pode invadi-las ou anexá-las. Na contramão da política externa do Brasil, Jair Bolsonaro já prestou solidariedade ao ditador russo. O mundo não aprendeu nada. Não se deve dar créditos a ditadores lunáticos. O mal deve ser cortado pela raiz. Depois pode ser tarde.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Muito pior do que a Covid-19

Muito pior do que a Covid-19

 

Professor Nazareno*

 

            Há pouco mais de dois anos que o mundo vive o drama da Covid-19, a terrível pandemia que já infectou pelo menos 430 milhões de pessoas e ceifou quase seis milhões de vidas em todos os continentes. Isso sem falar nos incontáveis prejuízos que tem causado aos países arruinando parte de suas economias. E eis que ainda com dificuldades para vacinar as pessoas e controlar de uma vez a ameaça viral, surge outro problema de dimensões bem maiores e piores do que o Coronavírus: Vladimir Putin, presidente da Rússia, invade a Ucrânia e com isso joga o mundo diante de uma ameaça de guerra nuclear. Fato este que significará o fim do planeta inteiro e consequentemente de toda a espécie humana. E para variar, nas duas ameaças, a do vírus e a da guerra atômica, Bolsonaro, o desastrado presidente do Brasil, teve até agora uma atuação pífia.

Durante esta pandemia, o governo insano de Jair Bolsonaro contribuiu de forma significativa para o aumento do número de óbitos no país. Já são quase 650 mil brasileiros mortos pela ameaça viral e com pouquíssimas intervenções do governo e de autoridades federais para diminuir os problemas. Negacionismo, prescrição de medicamentos sem nenhuma eficácia, sabotagem para a compra de vacinas, incentivo às aglomerações e negação ao distanciamento social, dentre outros absurdos, foram verificados em todos os lugares nos últimos dois anos. Por isso, o Brasil é o segundo país do mundo com mais pessoas mortas pela Covid-19 perdendo somente para os Estados Unidos. Durante todo este tempo, o “Bozo” sequer visitou um hospital para levar conforto aos doentes. Mas sem necessidade, foi visitar a Rússia de Vladimir Putin.

 Tanto na pandemia quanto na questão ucraniana, o Brasil bolsonarista patina. Há poucos dias e às vésperas de a Rússia iniciar essa guerra estúpida e bárbara na Europa e talvez até no resto do mundo, Jair Bolsonaro resolve ir ao país de Vladimir Putin e lhe prestar solidariedade, colocando assim a nossa diplomacia de “saia justa” perante os países civilizados e amigos como os Estados Unidos, o Japão, a Austrália e toda a União Europeia. Embora a Rússia faça parte dos BRICS com o Brasil, são os russos que estão cruzando a linha vermelha ao invadir militarmente um país soberano e reconhecido pela comunidade internacional. Bolsonaro com essa atitude se junta a ninguém menos do que Nicolás Maduro da Venezuela, Daniel Ortega da Nicarágua e a Miguel Díaz-Canel presidente de Cuba, que já se solidarizaram com o presidente russo.

Por não ter nenhuma importância no cenário internacional, o Brasil “quase” não tem nada a ver com este conflito lá nos confins da Europa, mas visitando os russos numa hora inapropriada e atemporal, o presidente do Brasil deu uma “forcinha” aos invasores da Ucrânia. Vamos torcer para que a OTAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, ou qualquer um de seus membros, não entre nessa briga. Se isto acontecer, a situação pode fugir do controle e aí sim, estaríamos diante da possibilidade real da terceira guerra mundial com vastos ataques nucleares onde todos nós morreríamos, até mesmo o Bolsonaro. Por isso, devemos torcer para que o Coronavírus continue a sua saga. Usamos máscaras, temos álcool em gel e já fabricamos a nossa própria vacina. O número de mortos numa pandemia será infinitamente menor do que num ataque nuclear. Mas Bolsonaro e os seguidores não entendem nada disso. É cruel!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

JBC, o sonho ainda não acabou


JBC, o sonho ainda não acabou

 

Professor Nazareno*

 

            Imagens de vídeos terríveis circularam na semana passada nas redes sociais de Porto Velho mostrando brigas de alunos dentro da escola JBC, o João Bento da Costa, situada na zona sul da capital rondoniense. As lamentáveis cenas de pugilato podem até não ter chocado ninguém de tão “normais” que já são em se tratando de periferias das grandes cidades, pois o que se veem infelizmente Brasil afora são gangues formadas por jovens e adolescentes das favelas pobres, criados de qualquer jeito, desassistidos e geralmente semianalfabetos que se engalfinham uns com os outros em busca dos cinco minutos de fama ou simplesmente para marcar território para seus fornecedores. Essa cruel realidade pode até não ser o caso registrado no João Bento, mas mostra uma crescente preocupação para o Poder Público dar dignidade e oportunidades aos jovens.

            E a escola João Bento da Costa não é nada disso que apareceu nos vídeos. Sua realidade é outra bem diferente. O João Bento sempre foi e será sinônimo de educação comprometida e de visão de futuro. O JBC tem “pedigree”, tem História, tem nome. E foi a partir do ano 2002, quando o Projeto Terceirão na escola púbica foi fundado por um grupo de “professores sonhadores” que o nome da escola passou a ser referência em todo o Estado e depois no Brasil inteiro. No ENEM de 2015, por exemplo, se pegarmos os 30 melhores alunos por escola, o JBC ficou em segundo lugar na pontuação dentre todas as escolas, públicas e particulares, deste Estado. Todos os anos, alunos do João Bento sempre foram aprovados para praticamente todas as universidades do Brasil. Do Acre à Paraíba. Do Amapá ao Rio Grande do Sul existem alunos do JBC matriculados.

            Médicos, engenheiros, professores, advogados dentre tantos outros profissionais de hoje já sentaram nas cadeiras desta conceituada escola pública de Porto Velho. Da Alemanha, passando por Portugal, Finlândia e Estados Unidos e em muitos outros países temos ex-alunos nossos morando ou estudando. Mesmo com algumas mudanças verificadas na escola durante a pandemia, o atual corpo docente e a direção são muito competentes e comprometidos com a filosofia e a excelente proposta pedagógica do estabelecimento de ensino. O João Bento não pode se resumir a “briguinhas” de alunos inconsequentes em busca dos holofotes e de publicações toscas nas redes sociais. O JBC é a Rondônia que dá certo e continuará sendo ainda por muito tempo. E muitos dos seus atuais alunos são bons e não o procuraram por mero acaso, pois no JBC existe futuro.

            Todos os responsáveis por estas brigas deveriam ser advertidos e punidos na forma da lei e por conta própria deveriam abrir mão de usar a camisa da escola. Deviam se conscientizar e procurar outros lugares para “estudar”. A vergonha e o vexame que deram à História desta escola não serão jamais esquecidos. O “manto sagrado” do JBC merece algo bem melhor. Merece respeito, compromisso e admiração. Merece alunos engajados e que pensam no futuro como muitos dos que hoje lá estão. Apesar de públicas, Porto Velho tem muitas outras escolas de excelência como o Major Guapindaia, o Colégio Tiradentes, o Barão do Solimões, o Castelo Branco e tantos outros estabelecimentos de renome e que, óbvio, vão evitar esses tristes escândalos. É como disse a nossa ex-aluna Cristina Ferreira, que está na Alemanha: essa escola é parte da minha História. “JBC sempre fazendo o melhor para você”. Aqui o sonho não acaba!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

UNIR: bonificação para Letras

UNIR: bonificação para Letras

 

Professor Nazareno*

 

            UNIR é a Universidade Federal de Rondônia, embora a sigla do Estado seja RO e não somente R. É a única instituição pública de ensino superior a funcionar por estas bandas. Recentemente, o Ministério Público Federal “recomendou” que a universidade dê uma bonificação, ou seja, “uns pontinhos a mais” para todos os alunos nascidos em Rondônia e que queiram cursar Letras. Esse jeitinho, afirma-se, é por que muitos alunos de fora do Estado estão tomando as vagas” dos alunos karipunas. Parece que o egrégio MPF se esquece de que uma universidade federal, mesmo estando no território dos entes federados, é bancada com recursos públicos federais. Assim, por questões lógicas, não deveria criar barreiras para que alunos “de fora” tenham ainda mais dificuldades de ingresso. Mesmo se fosse só bancada com recursos locais, tudo isso já seria um delírio.

            Se o nível dos alunos rondonienses é muito mais baixo em relação ao de outros Estados, por que o MPF não tenta criar mecanismos para melhorar esse nível? Assim, eles poderiam competir no ENEM, o Exame Nacional do Ensino Médio, em “pé de igualdade” com todo mundo de fora, já que o princípio isonômico é constitucional. E os estudantes de Rondônia são tão capazes quanto os de São Paulo, Minas Gerais ou de qualquer outro Estado. Só basta serem mais bem preparados. É simples assim! Criar mecanismos como “pontinhos extras” só por que o indivíduo nasceu ou mora aqui não ajuda em nada a melhorar o fraco nível de ensino que se tem no Estado. Além do mais, essa “ideia” de dificultar a vida de outros alunos brasileiros é antiética. Já pensou se esses outros Estados também criarem barreiras para as pessoas oriundas de Rondônia?

            O curso de Letras da UNIR é um dos melhores do país e por isso muitos alunos de todos os recantos do Brasil sonham um dia estudar em terras karipunas. Mas agindo assim, o MPF pode criar a falsa ilusão de que os outros cursos não têm a mesma importância. Sabe-se que hoje o sonho de todo cidadão brasileiro é ser professor de Português, Redação ou Literatura. É ser formado em Letras. É ser chamado de “doutor” mesmo sem ter doutorado ou nem sequer pós-graduação. Além do mais, quem garante que quando já estiverem formados esses alunos vão continuar atuando ou mesmo até morando por aqui? Um absurdo a sociedade e o Poder Público subentenderem essa “superioridade” de um curso sobre outro. Todos os cursos são importantes e devem ter um só tratamento. Já bastam as cotas sociais e raciais para ingressar nas universidades.

            Guardadas as devidas proporções, essa ideia é a mesma usada pela organização do campeonato mundial de clubes da FIFA. Os times sul-americano e europeu, por exemplo, já entram na semifinal do torneio como se as equipes dos outros continentes tivessem uma importância menor. É, portanto, um campeonato com cartas marcadas. O campeão e o vice serão sempre da Europa ou da América do Sul. Algo surreal seriam dois alunos paulistas, mineiros ou cariocas conversando: você vai a Rondônia cursar Letras? Que nada, amigo! Não nasci lá, por isso não tenho chances. Esperemos que esses mesmos Estados também não criem barreiras para que os alunos daqui, já formados, tenham obstáculos para fazer residência médica, mestrado, doutorado ou pós-doutorado. A ideia absurda de “primeiro os meus, depois Mateus” não devia ser adotada  numa Federação. E tomara que depois não criem outras regras que excluam ainda mais.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Outra vergonha, verdão?

Outra vergonha, Verdão?

 

Professor Nazareno*

 

          O time de futebol S. E. Palmeiras de São Paulo consegue, em menos de dois anos, proporcionar duas vergonhas aos seus fanáticos torcedores e também ao Brasil. Na disputa do Mundial de Clubes de 2020 perdeu feio ainda na semifinal para o desconhecido Tigres do México e sequer foi à decisão contra o forte Bayern de Munique da Alemanha, que acabou ganhando aquele campeonato. Este ano, pelo mesmo Mundial de Clubes 2021, ganhou na marra a partida semifinal contra o fraco e desconhecido time do Al Ahly do Egito e na partida final foi dominado e derrotado pelo poderosíssimo time do Chelsea de Londres. Ajudado pela FIFA, que coloca os times sul-americano e europeu já na semifinal do torneio sem ter que disputar outras partidas antes, o Palmeiras, mesmo descansado, foi um fiasco total à frente do forte time inglês.

        O jogo foi até monótono de se ver. O Palmeiras foi dominado do começo ao fim. Os ingleses terminaram a partida com 71 por cento de posse de bola contra apenas 29 por cento dos alviverdes. Por isso, o Chelsea também levou vantagem no número de passes certos. Foram 689 contra 214 dos brasileiros. Um massacre dentro de campo, portanto. O gol do Palmeiras só saiu por causa de um brasileiro, Thiago Silva, que na área pôs a mão na bola talvez com o intuito de ajudar seus fracos compatriotas. Quando ganhou do Flamengo pela final da Libertadores, o goleiro do Palmeiras disse que só venceu o rubro-negro por causa de Deus. Agora, parece que descobriu o óbvio: o Todo Poderoso não torce por time nenhum. E só ganha uma partida aquela equipe que treina mais e é mais forte na partida. Assim, o Chelsea deu um show de bola dentro de campo.

O futebol do Brasil já não é mais o mesmo faz tempo. Por isso, os torcedores canarinhos devem já ir botando as “barbas de molho”.  O Palmeiras de hoje pode ser o Brasil no Catar em novembro deste ano na próxima Copa do Mundo: um fiasco total. O Brasil já foi uma potência no futebol. Não é mais. Caminhamos solenemente para sermos a periferia desse esporte no mundo. São os times da Europa agora que dominam o bom futebol. O Brasil pode até ser muito bom, mas enfrentando seleções como a Bolívia, o Paraguai e a Venezuela. Assim como o pobre Palmeiras, que faz um “piseiro” terrível quando enfrenta o Novorizontino, o Água Santa ou a Inter de Limeira. Os “blues” de Londres mostraram como se joga um futebol de Primeiro Mundo, um futebol de time vencedor, um futebol perfeito. Dominaram a partida e ganharam na hora certa.

É muita petulância um time do Brasil ou até a seleção do país querer ganhar  uma partida ou um campeonato de futebol jogando contra uma equipe do mundo civilizado e desenvolvido. Por lá quase não há corrupção, o dinheiro é farto e o respeito aos craques é uma coisa invejável. O jogador belga Lukaku, por exemplo, atacante do Chelsea, fala pelo menos oito idiomas e leva uma vida decente. Isso sem falar na excelente qualidade de vida na Europa. Praticamente todo jogador brasileiro hoje sonha em jogar no velho continente. Ou mesmo até no futebol árabe. Eles geralmente andam à vontade nas ruas das grandes cidades, seus filhos têm acesso a uma boa educação, a mobilidade urbana e a um excelente IDH. Bem diferente do Brasil com suas inúmeras torcidas organizadas e também violentas. Juro que até tentei torcer pelo Palmeiras, mas quando iniciou o jogo vi logo que era um “Genus”. E o “porco” continua sem mundial.

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

O “Bozo” evitará a guerra?

O “Bozo” evitará a guerra?

 

Professor Nazareno*

 

            A Rússia de Vladimir Putin está prestes a invadir a Ucrânia e começar uma nova guerra na Europa. Mais de cem mil soldados russos estão na fronteira entre os dois países e podem a qualquer momento iniciar um conflito de consequências imprevisíveis com milhares de mortos e prejuízos incalculáveis. Potências ocidentais lideradas pelos Estados Unidos aumentam os esforços diplomáticos para evitar o pior, mas já afirmaram que a Rússia pagará caro se suas tropas cruzarem a fronteira ucraniana. Líderes da Europa ocidental dizem que vão defender a Ucrânia em caso de violação de sua soberania. Putin alega que a OTAN, a aliança militar ocidental “tem cercado os russos com a adesão cada vez maior de países fronteiriços”. Os russos estão incomodados com o aumento da área de influência do Ocidente/OTAN sobre os países do Leste Europeu.

            Eis que no meio de toda esta confusão aparece ninguém menos que Jair Messias Bolsonaro, o apagado, insignificante, irrelevante, sem importância e risível presidente do Brasil a se meter em mais uma confusão que nada tem a ver com o nosso país nem com a nossa gente. Bolsonaro vai visitar a Rússia a partir de meados deste mês de fevereiro. É o pior momento para um presidente do Brasil querer visitar um outro país em meio à iminência de uma guerra. Já pensou se Putin resolve invadir a nação vizinha enquanto o desastrado presidente dos brasileiros estiver por lá? Daria a entender que está tendo todo o apoio do mandatário tupiniquim para começar uma guerra. Pior: como ficariam as relações do Brasil com as potências ocidentais? E com os Estados Unidos, o nosso tradicional parceiro comercial? Como explicar essa sandice ao mundo civilizado?

            O governo de Jair Bolsonaro transformou o Brasil em um pária internacional por causa dos incêndios na Amazônia, do negacionismo na pandemia, das confusões institucionais aqui dentro e do desrespeito aos direitos humanos. E por tudo isso pode piorar ainda mais as coisas ao deixar transparecer para o mundo que apoia Putin e seu governo imperialista em mais essa tresloucada aventura bélica. Mas como o Brasil não tem nem nunca teve importância nenhuma na conjuntura política internacional, talvez os países envolvidos neste conflito não levem muito a sério as decisões tomadas por Brasília. Não somos uma França, Estados Unidos, uma China, uma Alemanha ou um Reino Unido para sermos ouvidos por quem quer que seja. Ironia: não ser levado a sério pelos países civilizados tem sido até bom para nós: é que somos “um zero à esquerda”.

            Tomara que o “Bozo” não esteja no lugar errado e na hora errada quando começarem os bombardeios. Atolado e patinando nas pesquisas para presidência do país, o Bolsonaro não devia sair do Brasil por enquanto. Devia estar mais preocupado em se manter no cargo por aqui. Acostumado a falar tolices e a fazer guerra contra a oposição, ele não devia mudar de cenário neste momento. Para quem não sabe nem atirar com uma simples pistola, uma boa guerra em que devia se meter era a nossa batalha particular de todo dia. Temos a guerra da fome. Um triste roteiro aonde muitos milhões de brasileiros, durante o seu desastrado governo, chegam diariamente. Temos também a peleja nos carros de lixo em busca de comida. A guerra da falta de empregos onde existem pelo menos 15 milhões de soldados fora de combate. Há a guerra da Covid-19 que ceifou a vida de 630 mil combatentes. “Bozo, enfrente as guerras daqui”!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Um Porto sob a podridão

Um Porto sob a podridão

 

Professor Nazareno*

 

            Porto Velho, a eterna e sofrida capital de Roraima, é uma cidade podre, fedorenta e imunda. Já dissemos isso centenas de vezes, portanto não é nenhuma novidade para ninguém. A estranheza está no fato de que o atual prefeito, Dr. Hildon Chaves, já há mais de seis anos no poder, disse solenemente que as alagações iam fazer parte do passado. Principalmente ali no já famoso “encontro das águas” entre as ruas Rio de Janeiro e Rio Madeira nas imediações do bairro Nova Porto Velho. Apesar das ladainhas do prefeito, todo ano é a mesma realidade para quem vive ali e também em muitos outros pontos da cidade. Águas sebosas, pútridas e infectas invadem as casas, os comércios e travam o já precário trânsito. E quem não lembra quando ele disse mentirosamente que ia cuidar da cidade? “Porto Velho, deixa eu cuidar de você”, falou.

            Ele não cuidou nem nada fez pela urbe, percebe-se isso normalmente num dia de chuva forte. Estamos em pleno inverno amazônico e os índices pluviométricos nesta época do ano sempre foram muito altos. E as áreas de alagação espalham-se pela castigada cidade como na última sexta-feira. O encontro da Avenida Sete de Setembro com a Miguel Chakian, por exemplo, vira outro “mar de água podre”. “Hildon Chaves deveria trazer e organizar um campeonato de surf em Porto Velho” é o comentário que mais se ouve das pessoas ilhadas pela sujeira e pela água infectante. A capital do lodaçal não tem nem nunca teve água tratada e nem saneamento básico. Mas todo e qualquer político daqui sempre soube disto. Antes do Dr. Hildon, Mauro Nazif, na campanha para prefeito, disse que acabaria os alagamentos da cidade e todos sabem o que ele fez.

            São mais de cem anos de agonia para quem vive e mora na pior capital do Brasil em IDH. No verão, a fumaça tóxica das queimadas na região leva centenas de velhos e crianças para os precários hospitais. No chamado inverno daqui é a lama podre e a água dos esgotos que invadem as casas sem dó nem piedade. Aqui a Covid-19 tornou a voltar com toda força e as mortes só aumentam. Porto Velho não é mais aquela currutela fedida. É muito pior do que isso. É uma espécie de Porto Príncipe, capital do Haiti, depois de um terremoto. É o retrato fiel daquelas cidades miseráveis da África subsaariana depois de um ataque terrorista. Nem Hiroshima pós-bomba atômica teve mais horrores do que esta imunda cidade/capital num simples e normal dia de chuva. Se encontrarmos o satanás andando pelas ruas daqui não será surpresa: estamos no inferno.

            Mas Hildon Chaves não devia se preocupar pelo fato de ter fracassado em administrar a podridão que é a capital dos rondonienses. Todos os prefeitos também fracassaram. Ele é só mais um administrador de Porto Velho a ser vencido pela falta de esgotos, de saneamento básico, de água tratada, de mobilidade urbana, de arborização e também pela falta de educação da maioria dos imundos munícipes. Por isso mesmo, tomara que ele não se aventure tão cedo a outros cargos na política. “Essa, é a maior obra de drenagem dos últimos 20 anos em Porto Velho”, anunciou ele pomposamente nas redes sociais há menos de um ano lá no bairro Lagoa. Pelo visto a referida obra não drenou uma gota sequer de água. Drenou só o dinheiro público mesmo. Porto Velho é uma amaldiçoada curva de rio que nem deveria existir. A capital deste Estado poderia ser mais centralizada e também mais cuidada, pois esse lugar só nos envergonha. Credo!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Serei candidato em 2022

Serei candidato em 2022

 

Professor Nazareno*

 

            Juro que desta vez é pra valer. As eleições se aproximam e tenho que concorrer a um cargo qualquer. Não sei ainda qual, mas isso é o que menos interessa. O povo de Rondônia me adora e muitos eleitores de Porto Velho morreriam por mim. Já decidi que defenderei os menos privilegiados e até contratei uma equipe para defender o meu nome junto aos idiot... Quer dizer, junto aos nobres cidadãos eleitores de Rondônia. Sou um humilde professor aposentado e trabalharei incansavelmente para elevar ainda mais o nome desse lugar no cenário nacional. Para começar, se eleito for, tentarei comprar toda a mídia do Estado. “Mas sei que ela não é venal”, porém mesmo assim ajudarei, se eles aceitarem, claro, os donos de sites, de rádios e de emissoras de televisão com dinheiro público para que só divulguem notícias boas sobre mim e sobre minha atuação política.

Assim, estarei todo dia nos noticiários e todas as pessoas vão pensar que sou um político atuante. Lutarei para que toda a publicidade oficial seja veiculada somente nos órgãos de imprensa de minha confiança. Para iniciar o meu mandato, determinarei que a partir de agora, todo cidadão que confundir Rondônia com Roraima responderá a um processo na Justiça. Isso é muito importante: fixar o “valoroso” nome deste Estado na cabeça de todas as gerações nascidas e educadas aqui. Criarei também o dia do “rondoniense de coração”. Será feriado e terá muitas festas e comemorações. Se eu for eleito para a Assembleia Legislativa do Estado, por exemplo, vou inovar: só contarei dinheiro à noite e só guardarei as notas em sacos de lixo. No meu gabinete haverá as “rachadinhas” também. A Justiça jamais terá como punir esse tipo de comportamento.

Contrato logo 20 funcionários, ou até mais, para o meu gabinete e a Assembleia Legislativa ou outro órgão paga a todos e a maior parte do dinheiro do salário deles fica comigo. Muitos políticos do Brasil já fazem isso e nunca deu em nada. E parece que essa prática não é crime, pois se fosse, muita gente já teria sido processada e até presa. Informo também que lamentavelmente em meu gabinete não haverá surubas. E talvez em nenhum outro mais. Para essas práticas “morais, educativas e religiosas”, criarei um puteiro de quinta categoria ao lado do parlamento para animar a todos depois de cada sessão ordinária. “Cabaré Legislativo” será o nome do animado e concorrido prostíbulo. E já que “maconha e cu” serão em breve as religiões mais importantes da sociedade, só poderá entrar na conceituada “Casa de Leis” quem apresentar um baseado na portaria.

Ao ser eleito, logo providenciarei para que ninguém em Rondônia seja obrigado a tomar nenhuma vacina. Principalmente para combater a Covid-19. Mandarei distribuir Cloroquina e Ivermectina para todos. Determinarei também que todas as árvores da “capital de Roraima” têm que ser arrancadas pela raiz. Isto para melhorar o clima. Água tratada, saneamento básico e mobilidade urbana não haverá, já que todo mundo é eleito sem isso. Criarei a técnica “asfalto sobre asfalto” para todos verem que meu trabalho é “sério”. Não vou esburacar as ruas com inúteis redes de esgotos. E nada de construir rodoviária nova nem hospital metido a “açougue” só para ganhar o voto dos trouxas em tempo de eleições. Não quero salário! Tenho certeza de que o povo ordeiro e politizado de Rondônia e de Porto Velho vai votar no Professor Nazareno para qualquer cargo público. Você votaria, né? Agradeço, mas nem eu teria essa coragem de votar em mim.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Luto: “Bozo” em Rondônia

Luto: “Bozo” em Rondônia


Professor Nazareno*

 

A cada dia que passa, tem-se a certeza de que Rondônia é mesmo um lugar “sem eira nem beira”. Província subdesenvolvida, distante e atrasada, eis que agora o insólito buraco tem a suprema e infeliz (des) honra de receber ninguém menos que o presidente da República. Uma espécie de “segunda pessoa do quase nada”, o “Bozo” virá às terras karipunas em um momento de plena campanha para a sua reeleição ao Palácio do Planalto. Diz que vai receber outra figura tão apagada quanto ele: o desconhecidíssimo presidente do Peru, cujo nome nenhum rondoniense de raro conhecimento sabe. Se for só para pedir o voto dos tolos e deslumbrados eleitores locais, o “Mito” deveria ter evitado mais esta decepção em sua obscura vida pública. Mas se fosse para receber Joe Biden, Emmanuel Macron ou Olaf Scholz o sacrifício de vir a Rondônia valeria a pena.

Não se sabe até agora o que diabos um sujeito de nome José Pedro Castillo tem a oferecer aos rondonienses. Só se for pirarucu seco, farinha puba e balinhas de cupuaçu. Aparecer numa triste foto junto com Jair Bolsonaro e Marcos Rocha deve ser o maior desgosto para quem se diz ser um chefe de Estado. Coitado do presidente peruano! Em Rondônia, “Bozo” pode até ser muito útil para os modestos desejos do lugar. Incentivar que toquem fogo ainda mais, no próximo verão, nas florestas nativas daqui poderia ser uma boa pedida para um presidente que pouco ou nada tem feito para preservar o meio ambiente. Bolsonaro poderia criar o prêmio “motosserra de ouro” ou mesmo gratificar aquele que mais incendiasse as matas. O criminoso garimpo de ouro no rio Madeira, com toneladas de mercúrio envenenando as pessoas e a natureza, podia ser encorajado.

Do alto de sua rara inteligência e de seus notórios conhecimentos em medicina, o presidente poderia sabotar ainda mais as vacinas e exigir que as crianças rondonienses não fossem mais imunizadas contra a Covid-19. Além de também mandar fuzilar a “petralhada” daqui, o apagado mandatário brasileiro deveria estimular as aglomerações e o contato social entre os seus politizados eleitores. Porém, um encontro com Txai Suruí seria o máximo. Se dispusesse de tempo, a jovem, bela e popular indígena poderia falar com o chefe da nação sobre a participação de ambos na COP26. O prefeito Hildon Chaves poderia também ser útil durante esta visita. Levaria a “comitiva dourada” para conhecer os projetos de arborização da prefeitura municipal e visitaria todas as obras de esgoto, mobilidade urbana e de água tratada que está fazendo para os porto-velhenses.

Bolsonaro e o peruano ficariam de “boca aberta e muito entusiasmados” se pudessem visitar as prometidas obras eleitoreiras da rodoviária e do novo “açougue” de Porto Velho. “Para ganhar o voto dos otários, as autoridades de Rondônia e de Porto Velho não medem esforços”, diriam os dois grandes estadistas sul-americanos em raro encontro no Palácio Rio Madeira, a mais nova sede do poder no Brasil. Rondônia, Brasil e Peru: será que é uma futura ordem mundial se desenhando? China, Rússia, Estados Unidos e União Europeia que se cuidem. E se não confundir Rondônia com Roraima, o “Bozo” pode até virar estátua nestas sinistras terras. Um tipo de encontro desnecessário em que todos perdem. Luto: a infeliz data será considerada como um dia de infâmia e de vergonha para o Estado. Que privilégios terá o tosco povo daqui em ver dois decadentes políticos? E o que ganhará? Cloroquina e Ivermectina para a Covid-19?

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.