O “Bozo” evitará a guerra?
Professor
Nazareno*
A Rússia de Vladimir Putin está
prestes a invadir a Ucrânia e começar uma nova guerra na Europa. Mais de cem
mil soldados russos estão na fronteira entre os dois países e podem a qualquer
momento iniciar um conflito de consequências imprevisíveis com milhares de
mortos e prejuízos incalculáveis. Potências ocidentais lideradas pelos Estados
Unidos aumentam os esforços diplomáticos para evitar o pior, mas já afirmaram
que a Rússia pagará caro se suas tropas cruzarem a fronteira ucraniana. Líderes
da Europa ocidental dizem que vão defender a Ucrânia em caso de violação de sua
soberania. Putin alega que a OTAN, a aliança militar ocidental “tem cercado os russos com a adesão cada vez
maior de países fronteiriços”. Os russos estão incomodados com o aumento da
área de influência do Ocidente/OTAN sobre os países do Leste Europeu.
Eis que no meio de toda esta
confusão aparece ninguém menos que Jair Messias Bolsonaro, o apagado,
insignificante, irrelevante, sem importância e risível presidente do Brasil a
se meter em mais uma confusão que nada tem a ver com o nosso país nem com a
nossa gente. Bolsonaro vai visitar a Rússia a partir de meados deste mês de
fevereiro. É o pior momento para um presidente do Brasil querer visitar um
outro país em meio à iminência de uma guerra. Já pensou se Putin resolve
invadir a nação vizinha enquanto o desastrado presidente dos brasileiros
estiver por lá? Daria a entender que está tendo todo o apoio do mandatário
tupiniquim para começar uma guerra. Pior: como ficariam as relações do Brasil
com as potências ocidentais? E com os Estados Unidos, o nosso tradicional
parceiro comercial? Como explicar essa sandice ao mundo civilizado?
O governo de Jair Bolsonaro
transformou o Brasil em um pária internacional por causa dos incêndios na
Amazônia, do negacionismo na pandemia, das confusões institucionais aqui dentro
e do desrespeito aos direitos humanos. E por tudo isso pode piorar ainda mais
as coisas ao deixar transparecer para o mundo que apoia Putin e seu governo
imperialista em mais essa tresloucada aventura bélica. Mas como o Brasil não
tem nem nunca teve importância nenhuma na conjuntura política internacional,
talvez os países envolvidos neste conflito não levem muito a sério as decisões
tomadas por Brasília. Não somos uma França, Estados Unidos, uma China, uma
Alemanha ou um Reino Unido para sermos ouvidos por quem quer que seja. Ironia:
não ser levado a sério pelos países civilizados tem sido até bom para nós: é
que somos “um zero à esquerda”.
Tomara que o “Bozo” não esteja no lugar errado e na hora errada quando começarem
os bombardeios. Atolado e patinando nas pesquisas para presidência do país, o
Bolsonaro não devia sair do Brasil por enquanto. Devia estar mais preocupado em
se manter no cargo por aqui. Acostumado a falar tolices e a fazer guerra contra
a oposição, ele não devia mudar de cenário neste momento. Para quem não sabe
nem atirar com uma simples pistola, uma boa guerra em que devia se meter era a nossa
batalha particular de todo dia. Temos a guerra da fome. Um triste roteiro aonde
muitos milhões de brasileiros, durante o seu desastrado governo, chegam
diariamente. Temos também a peleja nos carros de lixo em busca de comida. A
guerra da falta de empregos onde existem pelo menos 15 milhões de soldados fora
de combate. Há a guerra da Covid-19 que ceifou a vida de 630 mil combatentes. “Bozo, enfrente as guerras daqui”!
*Foi
Professor em Porto Velho.
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