quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

O “Bozo” evitará a guerra?

O “Bozo” evitará a guerra?

 

Professor Nazareno*

 

            A Rússia de Vladimir Putin está prestes a invadir a Ucrânia e começar uma nova guerra na Europa. Mais de cem mil soldados russos estão na fronteira entre os dois países e podem a qualquer momento iniciar um conflito de consequências imprevisíveis com milhares de mortos e prejuízos incalculáveis. Potências ocidentais lideradas pelos Estados Unidos aumentam os esforços diplomáticos para evitar o pior, mas já afirmaram que a Rússia pagará caro se suas tropas cruzarem a fronteira ucraniana. Líderes da Europa ocidental dizem que vão defender a Ucrânia em caso de violação de sua soberania. Putin alega que a OTAN, a aliança militar ocidental “tem cercado os russos com a adesão cada vez maior de países fronteiriços”. Os russos estão incomodados com o aumento da área de influência do Ocidente/OTAN sobre os países do Leste Europeu.

            Eis que no meio de toda esta confusão aparece ninguém menos que Jair Messias Bolsonaro, o apagado, insignificante, irrelevante, sem importância e risível presidente do Brasil a se meter em mais uma confusão que nada tem a ver com o nosso país nem com a nossa gente. Bolsonaro vai visitar a Rússia a partir de meados deste mês de fevereiro. É o pior momento para um presidente do Brasil querer visitar um outro país em meio à iminência de uma guerra. Já pensou se Putin resolve invadir a nação vizinha enquanto o desastrado presidente dos brasileiros estiver por lá? Daria a entender que está tendo todo o apoio do mandatário tupiniquim para começar uma guerra. Pior: como ficariam as relações do Brasil com as potências ocidentais? E com os Estados Unidos, o nosso tradicional parceiro comercial? Como explicar essa sandice ao mundo civilizado?

            O governo de Jair Bolsonaro transformou o Brasil em um pária internacional por causa dos incêndios na Amazônia, do negacionismo na pandemia, das confusões institucionais aqui dentro e do desrespeito aos direitos humanos. E por tudo isso pode piorar ainda mais as coisas ao deixar transparecer para o mundo que apoia Putin e seu governo imperialista em mais essa tresloucada aventura bélica. Mas como o Brasil não tem nem nunca teve importância nenhuma na conjuntura política internacional, talvez os países envolvidos neste conflito não levem muito a sério as decisões tomadas por Brasília. Não somos uma França, Estados Unidos, uma China, uma Alemanha ou um Reino Unido para sermos ouvidos por quem quer que seja. Ironia: não ser levado a sério pelos países civilizados tem sido até bom para nós: é que somos “um zero à esquerda”.

            Tomara que o “Bozo” não esteja no lugar errado e na hora errada quando começarem os bombardeios. Atolado e patinando nas pesquisas para presidência do país, o Bolsonaro não devia sair do Brasil por enquanto. Devia estar mais preocupado em se manter no cargo por aqui. Acostumado a falar tolices e a fazer guerra contra a oposição, ele não devia mudar de cenário neste momento. Para quem não sabe nem atirar com uma simples pistola, uma boa guerra em que devia se meter era a nossa batalha particular de todo dia. Temos a guerra da fome. Um triste roteiro aonde muitos milhões de brasileiros, durante o seu desastrado governo, chegam diariamente. Temos também a peleja nos carros de lixo em busca de comida. A guerra da falta de empregos onde existem pelo menos 15 milhões de soldados fora de combate. Há a guerra da Covid-19 que ceifou a vida de 630 mil combatentes. “Bozo, enfrente as guerras daqui”!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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