sábado, 26 de fevereiro de 2022

Bolsonaro, Putin e Hitler

Bolsonaro, Putin e Hitler

 

Professor Nazareno*

 

            Esses três cidadãos, dois dos quais ainda vivos, são como três grandes abortos da natureza. Só tristeza, mortes, caos, infortúnios, desgraças e tudo de ruim trouxe e ainda trazem para quem conviveu e ainda convive ao redor deles. Suas aspirações ditatoriais, suas ambições, a inércia e o descrédito de seus opositores e principalmente a ignorância popular podem tê-los conduzido ao poder de seus respectivos países. “Todo mal deve ser cortado pela raiz”, assim diz o ditado popular. Se não impusermos limites a um filho nosso, por exemplo, ele vai se criar pensando que pode fazer tudo e depois que cresce é tarde demais para impedir suas nefastas e maléficas ações. E assim aconteceu e ainda está acontecendo com cada um destes três seres humanos. Só que cada um ao seu tempo e dentro da realidade de seus respectivos países. Os dois primeiros são amigos.

            Sob o ponto de vista de suas ações à frente do poder, os três têm muitas coincidências. Todos eles foram inicialmente subestimados e não levados muito a sério por quem poderia ter interrompido o rosário de desgraças e amarguras que semeou e semeiam ao longo de suas vidas. Da extrema-direita, Jair Bolsonaro, o atual presidente do Brasil, poderia ter sido barrado muito antes de ter chegado à presidência do país. O “Bozo” elogiou publicamente um torturador durante o golpe que deram na ex-presidente Dilma Rousseff e nada aconteceu com ele. Recebeu 57 milhões de votos e se elegeu. Suas falas misóginas, homofóbicas, racistas e preconceituosas sempre foram levadas na brincadeira. Seus ataques às instituições da República em especial ao STF e aos seus ministros só criaram e ainda criam crises institucionais. Bolsonaro precisa ser contido.

            O ovo da serpente precisa ser quebrado antes de chocar. Se Adolf Hitler tivesse sido parado no começo, o mundo não teria presenciado o Holocausto e a morte de mais de 60 milhões de pessoas. Os países aliados não acreditavam que Hitler chegaria aonde chegou. Depois da Primeira Guerra Mundial ele rearmou a Alemanha, pregou mentiras, perseguiu minorias e finalmente chegou ao poder. Anexou a Áustria (Anschluss) em 1938 e praticamente não teve oposição de nenhum outro país. A seguir, anexou os Sudetos da Checoslováquia e enganando a todos, disse que pararia por ali. As potências europeias e os Estados Unidos iam permitindo todos os avanços do nazista, pois acreditavam nas palavras do Führer até que por fim ele invadiu a Polônia dando início à Segunda Guerra. E Hitler só cresceu por causa da inércia de quem poderia tê-lo parado.

            A mesma coisa está acontecendo com Vladimir Putin da Rússia. O tempo todo ele dizia que não iria invadir a Ucrânia e que o Ocidente estava com histeria. Em 2014 ele anexou a península da Crimeia ali “nas barbas” das potências europeias e dos Estados Unidos. A seguir reconheceu as províncias ucranianas de Lugansk e Donetsk com o pretexto de garantir a paz na região e logo a seguir invadiu toda a Ucrânia. Pior: faz ameaças contínuas a quem se envolver no conflito. E não vai parar por aí: já ameaçou a Finlândia e a Suécia caso esses países se filiem à OTAN, a organização militar dos países ocidentais. Putin ameaça também as nações da ex-União Soviética e pode invadi-las ou anexá-las. Na contramão da política externa do Brasil, Jair Bolsonaro já prestou solidariedade ao ditador russo. O mundo não aprendeu nada. Não se deve dar créditos a ditadores lunáticos. O mal deve ser cortado pela raiz. Depois pode ser tarde.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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