sábado, 19 de fevereiro de 2022

JBC, o sonho ainda não acabou


JBC, o sonho ainda não acabou

 

Professor Nazareno*

 

            Imagens de vídeos terríveis circularam na semana passada nas redes sociais de Porto Velho mostrando brigas de alunos dentro da escola JBC, o João Bento da Costa, situada na zona sul da capital rondoniense. As lamentáveis cenas de pugilato podem até não ter chocado ninguém de tão “normais” que já são em se tratando de periferias das grandes cidades, pois o que se veem infelizmente Brasil afora são gangues formadas por jovens e adolescentes das favelas pobres, criados de qualquer jeito, desassistidos e geralmente semianalfabetos que se engalfinham uns com os outros em busca dos cinco minutos de fama ou simplesmente para marcar território para seus fornecedores. Essa cruel realidade pode até não ser o caso registrado no João Bento, mas mostra uma crescente preocupação para o Poder Público dar dignidade e oportunidades aos jovens.

            E a escola João Bento da Costa não é nada disso que apareceu nos vídeos. Sua realidade é outra bem diferente. O João Bento sempre foi e será sinônimo de educação comprometida e de visão de futuro. O JBC tem “pedigree”, tem História, tem nome. E foi a partir do ano 2002, quando o Projeto Terceirão na escola púbica foi fundado por um grupo de “professores sonhadores” que o nome da escola passou a ser referência em todo o Estado e depois no Brasil inteiro. No ENEM de 2015, por exemplo, se pegarmos os 30 melhores alunos por escola, o JBC ficou em segundo lugar na pontuação dentre todas as escolas, públicas e particulares, deste Estado. Todos os anos, alunos do João Bento sempre foram aprovados para praticamente todas as universidades do Brasil. Do Acre à Paraíba. Do Amapá ao Rio Grande do Sul existem alunos do JBC matriculados.

            Médicos, engenheiros, professores, advogados dentre tantos outros profissionais de hoje já sentaram nas cadeiras desta conceituada escola pública de Porto Velho. Da Alemanha, passando por Portugal, Finlândia e Estados Unidos e em muitos outros países temos ex-alunos nossos morando ou estudando. Mesmo com algumas mudanças verificadas na escola durante a pandemia, o atual corpo docente e a direção são muito competentes e comprometidos com a filosofia e a excelente proposta pedagógica do estabelecimento de ensino. O João Bento não pode se resumir a “briguinhas” de alunos inconsequentes em busca dos holofotes e de publicações toscas nas redes sociais. O JBC é a Rondônia que dá certo e continuará sendo ainda por muito tempo. E muitos dos seus atuais alunos são bons e não o procuraram por mero acaso, pois no JBC existe futuro.

            Todos os responsáveis por estas brigas deveriam ser advertidos e punidos na forma da lei e por conta própria deveriam abrir mão de usar a camisa da escola. Deviam se conscientizar e procurar outros lugares para “estudar”. A vergonha e o vexame que deram à História desta escola não serão jamais esquecidos. O “manto sagrado” do JBC merece algo bem melhor. Merece respeito, compromisso e admiração. Merece alunos engajados e que pensam no futuro como muitos dos que hoje lá estão. Apesar de públicas, Porto Velho tem muitas outras escolas de excelência como o Major Guapindaia, o Colégio Tiradentes, o Barão do Solimões, o Castelo Branco e tantos outros estabelecimentos de renome e que, óbvio, vão evitar esses tristes escândalos. É como disse a nossa ex-aluna Cristina Ferreira, que está na Alemanha: essa escola é parte da minha História. “JBC sempre fazendo o melhor para você”. Aqui o sonho não acaba!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.


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