JBC, o sonho
ainda não acabou
Professor
Nazareno*
Imagens de
vídeos terríveis circularam na semana passada nas redes sociais de Porto Velho
mostrando brigas de alunos dentro da escola JBC, o João Bento da Costa, situada
na zona sul da capital rondoniense. As lamentáveis cenas de pugilato podem até
não ter chocado ninguém de tão “normais”
que já são em se tratando de periferias das grandes cidades, pois o que se veem
infelizmente Brasil afora são gangues formadas por jovens e adolescentes das
favelas pobres, criados de qualquer jeito, desassistidos e geralmente semianalfabetos
que se engalfinham uns com os outros em busca dos cinco minutos de fama ou
simplesmente para marcar território para seus fornecedores. Essa cruel
realidade pode até não ser o caso registrado no João Bento, mas mostra uma
crescente preocupação para o Poder Público dar dignidade e oportunidades aos
jovens.
E a escola João Bento da Costa não é
nada disso que apareceu nos vídeos. Sua realidade é outra bem diferente. O João
Bento sempre foi e será sinônimo de educação comprometida e de visão de futuro.
O JBC tem “pedigree”, tem História,
tem nome. E foi a partir do ano 2002, quando o Projeto Terceirão na escola
púbica foi fundado por um grupo de “professores
sonhadores” que o nome da escola passou a ser referência em todo o Estado e
depois no Brasil inteiro. No ENEM de 2015, por exemplo, se pegarmos os 30
melhores alunos por escola, o JBC ficou em segundo lugar na pontuação dentre
todas as escolas, públicas e particulares, deste Estado. Todos os anos, alunos
do João Bento sempre foram aprovados para praticamente todas as universidades
do Brasil. Do Acre à Paraíba. Do Amapá ao Rio Grande do Sul existem alunos do
JBC matriculados.
Médicos, engenheiros, professores,
advogados dentre tantos outros profissionais de hoje já sentaram nas cadeiras
desta conceituada escola pública de Porto Velho. Da Alemanha, passando por
Portugal, Finlândia e Estados Unidos e em muitos outros países temos ex-alunos
nossos morando ou estudando. Mesmo com algumas mudanças verificadas na escola
durante a pandemia, o atual corpo docente e a direção são muito competentes e
comprometidos com a filosofia e a excelente proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino. O João Bento não pode se resumir a “briguinhas” de alunos inconsequentes em
busca dos holofotes e de publicações toscas nas redes sociais. O JBC é a
Rondônia que dá certo e continuará sendo ainda por muito tempo. E muitos dos
seus atuais alunos são bons e não o procuraram por mero acaso, pois no JBC existe futuro.
Todos os responsáveis por estas
brigas deveriam ser advertidos e punidos na forma da lei e por conta própria
deveriam abrir mão de usar a camisa da escola. Deviam se conscientizar e
procurar outros lugares para “estudar”.
A vergonha e o vexame que deram à História desta escola não serão jamais
esquecidos. O “manto sagrado” do JBC
merece algo bem melhor. Merece respeito, compromisso e admiração. Merece alunos
engajados e que pensam no futuro como muitos dos que hoje lá estão. Apesar de
públicas, Porto Velho tem muitas outras escolas de excelência como o Major
Guapindaia, o Colégio Tiradentes, o Barão do Solimões, o Castelo Branco e tantos
outros estabelecimentos de renome e que, óbvio, vão evitar esses tristes
escândalos. É como disse a nossa ex-aluna Cristina Ferreira, que está na
Alemanha: essa escola é parte da minha História. “JBC sempre fazendo o melhor para você”. Aqui o sonho não acaba!
*Foi
Professor em Porto Velho.
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