Muito pior do
que a Covid-19
Professor
Nazareno*
Há pouco mais de dois anos que o
mundo vive o drama da Covid-19, a terrível pandemia que já infectou pelo menos
430 milhões de pessoas e ceifou quase seis milhões de vidas em todos os
continentes. Isso sem falar nos incontáveis prejuízos que tem causado aos
países arruinando parte de suas economias. E eis que ainda com dificuldades
para vacinar as pessoas e controlar de uma vez a ameaça viral, surge outro
problema de dimensões bem maiores e piores do que o Coronavírus: Vladimir
Putin, presidente da Rússia, invade a Ucrânia e com isso joga o mundo diante de
uma ameaça de guerra nuclear. Fato este que significará o fim do planeta
inteiro e consequentemente de toda a espécie humana. E para variar, nas duas
ameaças, a do vírus e a da guerra atômica, Bolsonaro, o desastrado presidente
do Brasil, teve até agora uma atuação pífia.
Durante esta
pandemia, o governo insano de Jair Bolsonaro contribuiu de forma significativa
para o aumento do número de óbitos no país. Já são quase 650 mil brasileiros
mortos pela ameaça viral e com pouquíssimas intervenções do governo e de
autoridades federais para diminuir os problemas. Negacionismo, prescrição de
medicamentos sem nenhuma eficácia, sabotagem para a compra de vacinas,
incentivo às aglomerações e negação ao distanciamento social, dentre outros
absurdos, foram verificados em todos os lugares nos últimos dois anos. Por
isso, o Brasil é o segundo país do mundo com mais pessoas mortas pela Covid-19
perdendo somente para os Estados Unidos. Durante todo este tempo, o “Bozo” sequer visitou um hospital para
levar conforto aos doentes. Mas sem necessidade, foi visitar a Rússia de
Vladimir Putin.
Tanto na pandemia quanto na questão ucraniana,
o Brasil bolsonarista patina. Há poucos dias e às vésperas de a Rússia iniciar
essa guerra estúpida e bárbara na Europa e talvez até no resto do mundo, Jair
Bolsonaro resolve ir ao país de Vladimir Putin e lhe prestar solidariedade,
colocando assim a nossa diplomacia de “saia
justa” perante os países civilizados e amigos como os Estados Unidos, o
Japão, a Austrália e toda a União Europeia. Embora a Rússia faça parte dos
BRICS com o Brasil, são os russos que estão cruzando a linha vermelha ao invadir
militarmente um país soberano e reconhecido pela comunidade internacional.
Bolsonaro com essa atitude se junta a ninguém menos do que Nicolás Maduro da
Venezuela, Daniel Ortega da Nicarágua e a Miguel Díaz-Canel presidente de Cuba,
que já se solidarizaram com o presidente russo.
Por não ter
nenhuma importância no cenário internacional, o Brasil “quase” não tem nada a ver com este conflito lá nos confins da
Europa, mas visitando os russos numa hora inapropriada e atemporal, o
presidente do Brasil deu uma “forcinha”
aos invasores da Ucrânia. Vamos torcer para que a OTAN, a Organização do
Tratado do Atlântico Norte, ou qualquer um de seus membros, não entre nessa
briga. Se isto acontecer, a situação pode fugir do controle e aí sim,
estaríamos diante da possibilidade real da terceira guerra mundial com vastos
ataques nucleares onde todos nós morreríamos, até mesmo o Bolsonaro. Por isso,
devemos torcer para que o Coronavírus continue a sua saga. Usamos máscaras,
temos álcool em gel e já fabricamos a nossa própria vacina. O número de mortos
numa pandemia será infinitamente menor do que num ataque nuclear. Mas Bolsonaro
e os seguidores não entendem nada disso. É cruel!
*Foi
Professor em Porto Velho.
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