segunda-feira, 23 de junho de 2008

DEU NA VEJA (Que vergonha!)

Educação

E a gente ainda goza dos americanos...

Em matéria de conhecimentos geográficos, os brasileiros são de uma ignorância que não está no mapa

O Brasil tem quatro mecanismos federais de avaliação do ensino: o Saeb, o Enade, o Enem e a Prova Brasil, todos de padrão internacional. A cada vez que se divulga um de seus resultados, uma torrente de más notícias sobre a educação é despejada pelos jornais. Mas nenhum desses testes jamais captou um dado tão alarmante quanto o que surge da pesquisa Pulso Brasil, do instituto Ipsos, que acaba de sair do forno. Os pesquisadores abriram um mapa-múndi na frente dos entrevistados (1 000 pessoas, em setenta municípios das nove regiões metropolitanas) e lhes pediram que indicassem onde ficava o Brasil. Somente metade acertou. É isso mesmo: o levantamento mostra que 50% dos brasileiros não sabem localizar o país no mapa. Houve os que chutaram as respostas. Vieram desse grupo disparates de corar de vergonha. Para 2%, o Brasil fica na Argentina. Um porcentual pouco maior acha que o país se localiza na África – a dúvida é se no Chade ou na República Democrática do Congo. Outros 29% nem tentaram responder.

A pesquisa do Ipsos tem a força de um soco na boca do estômago nacional. Quase 10% dos entrevistados que passaram por uma faculdade (tendo completado ou não o curso) não sabem que o Brasil se localiza na América do Sul. Esse porcentual sobe para 30% entre os que fizeram o ensino médio (estágio em que um aluno deveria ter estudado geografia durante pelo menos seis anos) e aumenta para 50% entre os que iniciaram o ensino fundamental. Ignorar uma informação tão simples é o equivalente, em matemática, a não saber adicionar 2 mais 2.

Previsivelmente, o desconhecimento em relação aos outros países é ainda maior. Só 18% dos brasileiros conseguem identificar os Estados Unidos e apenas 3% localizam corretamente a França. Quanto à Argentina, tão citada em piadas futebolísticas, 84% nem sequer desconfiam de que faz fronteira com o Brasil. Esse tipo de informação está longe de ser uma "cultura inútil". A ignorância do mapa-múndi impede que se entendam as relações de poder entre os países e compromete o aprendizado de história, entre outras disciplinas. "O estudante que não decifra o mapa-múndi não reconhece o mundo concreto que o cerca. É simples assim", resume a secretária de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro. O dado irônico é que os brasileiros atribuem aos americanos uma grande ignorância em matéria de geografia. Gostam de dizer, em tom gaiato, que os gringos não têm a mínima idéia de como se divide o planeta. Não é bem assim. A mais recente pesquisa sobre o assunto mostrou que 86% dos americanos sabem exatamente onde fica seu país, 81% reconhecem o México, 54% a França e 47% a Argentina. Eles dão um banho, convenhamos. A péssima qualidade dos professores está na base dessa vergonha, agravada pela falta de mapas nas escolas. Acrescente-se a falta de instrução familiar e pronto: está formado o ambiente propício para criar gerações de brasileiros que exibem uma ignorância que não está no mapa. Nunca antes neste país: e não se trata do Chade ou da República Democrática do Congo.

"A idéia de que a escola particular brasileira é boa e protege seus alunos das deficiências da escola pública é falsa. Nossas escolas particulares são apenas menos ruins do que as públicas – mas, se comparadas às escolas de outros países ou a um nível ideal de qualidade, certamente ficam muito distantes”
Revista VEJA, novembro de 2007.

Direitos humanos para Humanos direitos

Carta enviada de uma mãe para outra mãe em São Paulo, após assistir ao noticiário na Televisão:

De mãe para mãe,


Vi seu protesto contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM em São Paulo para outra FEBEM no interior do Estado. Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes decorrentes daquela transferência. Vi também a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas outras mães vivem a mesma situação que você, e contam com o apoio de Comissões Pastorais, órgãos e entidades de defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc. Eu também sou mãe e, assim, posso compreender o seu protesto. Quero com ele fazer coro. Enorme é a distância que me separa do meu filho. Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente conto com o meu esposo que desempenha, para mim, importante papel de amigo e conselheiro espiritual. Olhe, você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo-locadora, onde ele, meu filho, trabalhava durante o dia para pagar os estudos à noite. No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde túmulo, num cemitério da periferia de São Paulo... Ah! Ia me esquecendo: e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranqüila, viu? Que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da FEBEM. No cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante destas 'Entidades' que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de conforto e talvez me indicar 'Os meus direitos’!' '

domingo, 22 de junho de 2008

Texto do professor Nazareno publicado no blog do Reinaldo Azevedo da Revista Veja



A Serpente e o 11 de Setembro

* Professor Nazareno

O dia 11 de setembro está vergonhosamente se incorporando em definitivo à História de vários países do mundo. No Brasil, a mídia tem dado mais destaque a essa data do que ao nosso 7 de setembro. Por medo ou puxa-saquismo o nosso presidente invocou o Protocolo do Rio, uma jurássica convenção que previa mobilização geral de todos os países das Américas em caso de um dos seus membros ser atacado. Esquecido das aulas de História, FHC nada falou sobre a falta de mobilização regional durante a Guerra da Malvinas quando a Inglaterra, ajudada pelos Estados Unidos, massacrou a Argentina. Puxar saco e adular a grande potência militar-imperialista do Norte tornou-se rotina. A revista Veja, que se autodenomina como uma das mais lidas do mundo, transformou-se em porta-voz da Casa Branca. Os nossos noticiários defendem de forma cabal as agressões ianques mundo afora. Mal as torres ruíram, nossas casas foram invadidas por dramalhões tendenciosos que apontavam os norte-americanos como as grandes vítimas do terrorismo internacional. Osama Bin Laden, o Antônio Conselheiro das Arábias, conheceu o inferno quando foi acusado sem provas de ser o mentor do ataque. Se verdadeiramente culpado, a maior potência do mundo já teria rompido a proteção e tinha chegado ao seu paradeiro.

Mas não havia nem completado um ano do episódio do World Trade Center que os EUA estavam tramando junto com os seus aliados ingleses a invasão do Iraque. As autoridades norte-americanas acenam com a possibilidade de invadir aquele país soberano com ou sem o aval do Conselho de Segurança da ONU. E o objetivo é claro: tirar Saddam Hussein do poder a qualquer custo. E por quê? Afirmam os agressores que “o tirano de Bagdá” estaria fabricando armas de destruição em massa e planeja um ataque à América. Essa visão delirante e messiânica de Washington e Londres serve apenas para encobrir o óbvio: não existe guerra que não seja movida por interesses puramente econômicos. O Iraque detém a segunda maior reserva de petróleo do planeta sendo apenas superado pela Arábia Saudita. E como americanos e ingleses não exploram (ainda) essa imensa riqueza devido à Guerra do Golfo, a hora de cravar as unhas nesta veia aberta chegou.

Apesar da sua notória estupidez geográfica, política e histórica, o presidente George W. Bush sabe muito bem fazer afagos na poderosa indústria bélica dos Estados Unidos. Uma guerra por ano supre os interesses dos belicistas americanos. Resolvido o incômodo com Saddam, os olhos do grande ofídio podem se voltar contra a Colômbia, Cuba ou mesmo o Brasil (com a Amazônia e tudo). A ALCA nada mais é do que o ovo da serpente. Bem adubado, o terreno enganoso do livre comércio entre os países das Américas pode ser a ponta do iceberg para uma futura dominação das nações amazônicas com suas incalculáveis riquezas. Embora hoje os EUA não dêem bola para a ecologia, o delírio preservacionista pode servir muito bem como pano de fundo para ratificar agressões que venhamos a sofrer.

Recusando-se a participar dos atuais debates sobre a questão ambiental, atacando países soberanos, promovendo massacres em nações miseráveis como Afeganistão, Somália e Sudão, intervindo na Iugoslávia, matando civis inocentes com o estúpido embargo contra Cuba e Iraque e emoldurando a História Geral com Hiroxima e Nagasaki, a Guerra da Coréia com seus 3 milhões de mortos e o genocídio no Vietnam com quase um milhão de vítimas fatais, os EUA mostram ao mundo o porquê do 11 de setembro de 2001 e não deixam quaisquer dúvidas de quem são os verdadeiros vilões da atualidade. Mas é na própria História onde reside o último fio de esperança: nunca houve um único império que não tenha sucumbido após o apogeu. O Romano, o Babilônico, o Otomano, O Persa não são nem sombra do que ostentaram no passado. E o World Trade Center, o outrora símbolo da empáfia e arrogância americanas, já virou cinzas indicando um possível ‘começo do fim’. Assim, o 11 de setembro não foi o dia que marcou nem marcará a História. Apenas mostrou ao mundo a verdade inequívoca do ditado popular: aqui se faz aqui se paga.

*profnazareno@hotmail.com - Leciona no Colégio João Bento da Costa em Porto Velho

sexta-feira, 20 de junho de 2008

As competências na redação do ENEM

Na redação, o participante deve demonstrar domínio das mesmas competências apresentadas para a prova objetiva. Mas elas são propostas de uma forma especial.

1. Demonstrar domínio da língua culta: você deve usar a norma-padrão da língua portuguesa, que é o registro adequado para um texto formal como a dissertação. Serão examinadas concordância das palavras, regência, pontuação, flexão, ortografia e acentuação gráfica. Domínio da língua culta: é a aplicação correta das normas gramaticais aprendidas durante a formação da vida escolar, como pontuação e concordância verbal. Neste item também é avaliada a capacidade de utilização de palavras ligadas ao tema proposto na prova.

2. Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento para desenvolver um tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo: para construir seu texto, você pode buscar informações em todas as áreas do conhecimento, desde que não fuja da proposta. Feita a seleção de dados, é hora de construir relações entre os conceitos, interpretá-los e, assim, montar sua dissertação. Compreensão do tema: um dos pontos mais importantes de uma redação. Muitos alunos perdem nota porque o texto não corresponde à proposta apresentada. "Por isso, é importante manter-se atualizado. Escrever sobre algo sem ter o mínimo conhecimento é desastroso".

3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista: o que conta não é a quantidade de informações, mas a qualidade. Você deve buscar informações em seu repertório de conhecimento e só usar o que é interessante para abordar o tema. Organizar informações e argumentos: é preciso saber organizar as idéias, apresentando uma interpretação dissertativa relacionada ao tema. Excesso de informação ao longo do texto torna a leitura cansativa e mostra falta de capacidade de argumentação.

4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos lingüísticos necessários para a construção da argumentação (uso da linguagem): esta competência se relaciona à defesa do seu ponto de vista de forma articulada, baseado em argumentos fortes e consistentes. Correta aplicação da lógica: coerência nos argumentos é fundamental. Reforce o estudo de advérbios e conjunções, palavras conhecidas como de coesão textual. Estes elementos fazem a ligação adequada entre os diversos termos de uma frase e entre os parágrafos.

5. Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, demonstrando respeito aos direitos (e valores) humanos: você deve pensar em propostas inteligentes para lidar com o tema abordado e apresentá-las de forma clara e convincente. O foco principal é o respeito aos valores humanos. Construir uma proposta de solução para o problema: a argumentação deve ter como objetivo apresentar possíveis soluções para uma questão abordada pelo tema. A utilização correta de opiniões, argumentos, informações e dados ao longo do desenvolvimento dão subsídios para a elaboração da conclusão.

Mães muito más.

O texto abaixo foi entregue pelo professor de Ética e Cidadania da escola Objetivo/Americana, Sr. Roberto Candelori, a todos os alunos da sala de aula, para que entregassem a seus pais. A única condição solicitada pelo mesmo foi de que cada aluno ficasse ao lado dos pais até que terminassem a leitura.

O texto, a seguir transcrito, foi publicado recentemente por ocasião da morte estúpida de Tarcila Gusmão e Maria Eduarda Dourado, ambas de 16 anos, em Maracaípe – Porto de Galinhas. Depois de 13 dias desaparecidas, as mães revelaram desconhecer os proprietários da casa onde as filhas tinham ido curtir o fim de semana. A tragédia abalou a opinião pública e o crime permanece sem resposta.

Um dia quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, eu hei de dizer-lhes:

- Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
- Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
- Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar as balas que tiraram do supermercado ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar”.
- Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé, junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
- Eu os amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
- Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
- Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em alguns momentos até odiaram).
- Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... Porque no final vocês venceram também! E em qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães; quando eles lhes perguntarem se sua mãe era má, meus filhos vão lhes dizer:

“Sim, nossa mãe era má. Era a mãe mais má do mundo... As outras crianças comiam doces no café e nós só tínhamos que comer cereais, ovos, torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvetes no almoço e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Mamãe tinha que saber quem eram nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos. Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler os nossos pensamentos. A nossa vida era mesmo chata! Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. Enquanto todos podiam voltar tarde da noite com 12 anos, tivemos que esperar pelos menos 16 para chegar um pouco mais tarde, e aquela chata levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar). Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência. - Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime”.

FOI TUDO POR CAUSA DELA!
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o melhor para sermos “PAIS MAUS”, como minha mãe foi. EU ACHO QUE ESTE É UM DOS MALES DO MUNDO DE HOJE: NÃO HÁ SUFICIENTES MÃES MÁS!

Aquelas que já são mães, que não se culpem, e aquelas que serão, que isso sirva de alerta!