terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Vacinação sem vacinas

Vacinação sem vacinas

 

Professor Nazareno*

 

            A Covid-19 é a doença causada pelo Coronavírus que como o próprio nome já diz, trata-se obviamente de um vírus. E para vírus, em tese, não há remédios. Somente os anticorpos produzidos pelo organismo atacado. A própria Anvisa afirmou que a vacina é extremamente necessária porque não há tratamento precoce para a doença. Ou seja, não há nenhum remédio. E a vacina em si não é um remédio, mas uma droga que ao ser injetada no corpo humano induz este a produzir as suas defesas. Esse negócio de Cloroquina, Ivermectina e outros medicamentos aleatórios são apenas invenção política de pessoas leigas e más intencionadas para enganar os idiotas. Até o médico francês Didier Raoult, “o pai da Cloroquina”, afirmou recentemente que seu medicamento não tem efeito nenhum sobre o Coronavírus. “Associado ou não a outro remédio”, concluiu.

            Por isso, desde o ano passado que várias nações estavam correndo atrás da vacina. Menos o Brasil. Há relatos de que a Pfizer teria oferecido ainda em julho pelo menos 70 milhões de doses ao país, que rejeitou o negócio. O governo federal não soube nem está sabendo conduzir a crise causada pela pandemia. O ministro da Saúde, um general do Exército que se diz especialista em “logística”, é um fracasso só. Uma incompetência, uma nulidade sem tamanho. As únicas vacinas disponíveis hoje no país são as seis milhões de doses da CoronaVac, vacina chinesa já antes muito criticada por Bolsonaro. Se aplicar as duas doses, dará apenas para imunizar três milhões de pessoas. Pouco mais do que um por cento dos brasileiros. Destas, Rondônia recebeu somente 33 mil doses. Serão 16 mil vacinados. Para os indígenas daqui foram 16,3 mil doses. E só!

            De onde virão as outras 425 milhões de doses para imunizar o restante da população do país, ainda não se sabe. O governo federal não sabe. O general-ministro, o da logística, não sabe, governadores não sabem, prefeitos não sabem. Ninguém sabe. Não fosse o João Doria, governador de São Paulo, que deu o pontapé inicial ainda no dia 17/01 à tarde, a vacinação no restante do país só começaria três ou quatro dias depois. Como iniciar uma campanha de vacinação em massa se não foram feitas campanhas? Como vacinar 215 milhões de pessoas se não existem vacinas? Eduardo “Pesadelo” e o seu chefe Bolsonaro deviam ser responsabilizados por tudo o que está acontecendo com os brasileiros, principalmente os mais pobres, nesta pandemia. O cruel e horroroso caso de Manaus clama por justiça. Aquilo ali foi um Holocausto calculado.

Jair Bolsonaro e o ministro Eduardo Pazuello, assim como todas as autoridades do Amazonas, deviam ser denunciados ao Tribunal Internacional de Haia na Holanda por crimes contra a humanidade. Cidadãos morrendo asfixiados por incompetência de seus governantes é um crime que devia ser punido sempre. Vergonha suprema: até Nicolás Maduro, o ditador socialista “tirano e sanguinário” da Venezuela, por piedade, mandou oxigênio para Manaus. A capital do Amazonas não tem oxigênio e o Brasil não tem vacinas nem governo. Tudo está sendo feito “a cu de cavalo”. Se existe, o Plano Nacional de Vacinação do Brasil parece a “casa da mãe Joana”. Aliás, a marca maior deste governo insensível e incompetente. E sem otimismos, pois a vacinação inicial tem até agora garantida só a primeira dose e para uma parcela ínfima de pessoas. Se fosse o governo Temer, teria mais empenho e profissionalismo. Fato: o Brasil não merece isto!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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