O marido de
Papai Noel
Professor
Nazareno*
Descobri por
acaso que a peste do Papai Noel além de ser um comunista enrustido é também rondoniense
da gema. A praga do velho, que todos juravam ser pedófilo, é na verdade um
homossexual assumido. E é casado de papel passado com um ex-funcionário público
da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. Santa Claus e seu esposo já
trabalharam também por um bom tempo na Câmara de Vereadores da capital. Todos
juram que o “astuto” esposo do “mau velhinho” fora ultimamente o encarregado
pela contratação e organização dos transportes escolares da prefeitura de Porto
Velho para levar os alunos da zona rural do município para a escola. Os dois já
estiveram nos Correios e, claro, são os responsáveis pela seleção de milhares
de cartinhas que muitas crianças de Rondônia mandam todos os anos ao infame
velhinho.
Eleitores convictos do Bolsonaro e
de todos os candidatos do antigo PSL, o velho Noel e seu marido moram
atualmente na Zona Leste de Porto Velho e nas horas vagas ajudam na caótica
mobilidade urbana da cidade: um é mototaxista enquanto o outro dirige um
enferrujado, sujo e ilegal ônibus de passageiros. Muitos falam que quando eles
têm tempo de sobra vão sempre ao “açougue”
João Paulo Segundo prestar solidariedade aos doentes lá internados, ajudá-los
nas suas dificuldades e lhes contar historinhas e lendas de um novo e mirabolante
“açougue” que estão prestes a
construir em lugar e tempo indeterminados. No último verão amazônico, quando
Porto Velho e toda a região estiveram envoltos na fumaça das criminosas
queimadas apocalípticas, os dois distribuíram nebulizadores na periferia para
amenizar o tormento dos alérgicos...
Por ter nascido e viver por aqui
mesmo, o “velho patife” e seu cônjuge
jamais confundem Rondônia com Roraima ou vice-versa, mesmo sabendo da pouca ou
nenhuma importância dessas duas províncias atrasadas, esquecidas e distantes.
Só não se entende o porquê de eles não terem ganhado até agora nenhum prêmio
por isso. Para não fugir à regra, o “Noel
karipuna” também adora dar presentes aos estranhos. Sua maior bonificação
aos forâneos tem sido a outrora bela e retumbante natureza local. Assim, ele
comemorou a “doação” que a classe
política local fez à Energisa, a atual concessionária de energia elétrica do
Estado. O pior é que o casal tem reclamado das últimas faturas da conta de
energia em sua residência. Óbvio que como bom rondoniense, ele tinha alguns “gatos” em casa. Coisa que recomenda não
fazerem mais.
Passadas as festas de fim de ano,
ele volta à labuta lá na Zona Leste. Noel está eufórico com o possível
asfaltamento da BR-319 entre Porto Velho e Manaus. Até pensa em grilar, comprar
ou mesmo arrendar alguns pedaços de terra ao longo da “nova” estrada, onde pensa em se aposentar e levar uma vida mais
tranquila com o seu marido. “Uma nova
Rondônia nascerá ali, sem tanto mato e sem tantos bichos selvagens”, diz
ele. Politicamente falando, o Noel de Rondônia é um homem de direita e assume
isto tranquilamente. Diz que agora o Brasil entrará nos eixos e que Rondônia
será uma potência reconhecida por todos, apesar dos muitos políticos ladrões e
oportunistas. A única preocupação do nosso “pobre”
Noel é com o seu saco, que está velho, puído e todo rasgado. “Mas não tem tanto problema assim, pois
dificilmente eu o uso para alguma coisa útil”, costuma afirmar. E se ele
fosse candidato a prefeito daqui?
*É
Professor em Porto Velho.
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