Natal Porto “sem” Luz
Professor
Nazareno*
É
dezembro. Cidades cristãs espalhadas pelo mundo inteiro começam a ser decoradas
e iluminadas para as comemorações do Natal, o “nascimento” de Jesus Cristo. Paris, a Cidade Luz, está um
deslumbre. A capital da França exala romantismo em cada praça, rua e avenida. Neve,
odor dos melhores perfumes e vinhos caros dão o toque final. Viena na Áustria
tem uma das mais belas decorações natalinas de todos os tempos. Os lindos jardins
do Palácio de Schönbrunn dispensam quaisquer comentários. Luzes, enfeites, bom
gosto. Milão é um convite para quem gosta de apreciar as coisas boas e bonitas
da vida. Este ano os italianos capricharam. Até em Gramado e Canela na Serra Gaúcha
é impossível não se encantar com tanta beleza, brilho e lindos enfeites nas
decorações. O mundo civilizado não poupa esforços para encantar os seus
visitantes.
Enquanto isso, Porto Velho por incrível que
pareça também se prepara para as festas de Natal. Uma cidade totalmente sem
vida e sem luz quer aparecer. A suja, fedida, escura, poeirenta e enlameada “capital dos estupros” quer dizer ao
mundo que também comemora a vinda de Cristo. E no pior estilo, diga-se. Há três
anos que esse arremedo de cidade, essa currutela fedida da Amazônia não
comemora o seu Natal. Em vez de neve, alegria e charme teremos só lama, violência
e muitos pinguços bêbados no meio das fedidas e emporcalhadas ruas. Mas 2019 é
o último Natal antes das eleições do próximo ano. Por isso, a atual
administração da cidade, “que não dorme
no ponto”, quer impressionar beiradeiros e matutos com algumas lâmpadas velhas
colocadas em alguns lugares. Espaço Alternativo e Avenida Jorge Teixeira
(BR-319) foram os escolhidos.
Pior lugar para colocar aquelas luzinhas
que piscam não há em Porto Velho. Bem no meio da referida Avenida há uma vala
enorme, ainda aberta e cheia de água de esgotos podres, ratos e tapurus que
exalam um fedor totalmente oposto ao que acontece na charmosa Paris ou na
encantadora Viena. E se chover durante a noite de Natal, coisa que não é
difícil, o vexame estará completo. É melhor nem ir ver aquela coisa brega e
cafona. Além do mais, ali não existe decoração bonita e muito menos que tenha
bom gosto. Apenas foram espalhadas de forma aleatória luzes coloridas sem
nenhum significado. É uma presepada “sem-pé-nem-cabeça”
que representa muito bem a triste e sinistra Porto Velho. Muito melhor do que
esta cafonice, a decoração de pneus, aqueles “cocôs de monstro” do Mauro Nazif, fizeram mais sucesso. Difícil
saber o que é pior.
O Espaço Alternativo, obra
eleitoreira e superfaturada que levou um deputado federal para a cadeia, é um
lugar lúgubre, patético e sem banheiros. É a rua que dá acesso ao acanhado
aeroporto da cidade. Lá tem uma espécie de montanha russa do atraso, um
trambolho inútil e sem sentido que só serviu até agora para eleger políticos
ruins. Mas estive lá para ver a chegada de um tal Papai Noel e assistir a uma “cantata”. Mas de cara fui logo roubado. É
que matutos e cantatas não combinam. Aos domingos e feriados, servem ali
churrasco e outras gororobas para quem tem coragem de ir “se divertir”. Em vez de usar estas lâmpadas inúteis, deviam gastar
dinheiro com lâmpadas de verdade para iluminar esta cidade que é escura feito
breu. Eu, de novo, vou passar o Natal em Porto Velho. Em casa. Espero que a
Energisa não deixe faltar energia. E as autoridades da capital, onde vão passar
as festas natalinas? Na neve ou na lama mesmo?
*É
Professor em Porto Velho.
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