Rondônia não
existe
Professor
Nazareno*
Durante muito
tempo os rondonienses se alegravam ao ouvir falar que o Acre, o nosso charmoso
Estado vizinho, não existe. Mas observando atentamente os fatos sob a lógica e
a seriedade, percebe-se que Rondônia também não existe. Província pobre,
distante, primitiva e sem nenhum futuro, o jovem Estado é uma cópia fiel e até
pior do que o país que lhe dá abrigo. Vergonha internacional, filha direta das
queimadas, do atraso e da devastação ambiental, Rondônia é um desses “abortos da natureza” que só tem
existência por que em Brasília, no final da década de 1970, um conchavo entre
militares golpistas e políticos mal intencionados permitiu a sua malfadada
criação. Por aqui a preguiça e o jeitinho dão o tom em quase tudo: o Estado foi
criado em 1981, mas só foi instalado no ano seguinte. Ou seja, são dois
feriados sem a menor necessidade.
A minúscula
população de menos de dois milhões de pessoas na sua maioria é uma mistura
bizarra de nordestinos desempregados, agricultores expulsos pela mecanização
agrícola do sul do país e de índios. E agora imigrantes venezuelanos,
bolivianos, haitianos e também alguns políticos mal intencionados. Os
rondonienses querem reconstruir, por exemplo, a BR-319, que liga Rondônia ao Amazonas
afirmando que esta será a redenção (de novo) do jovem Estado. Tolice,
enganação, lorota, conversa fiada. Esta estrada já existia, era asfaltada,
sinalizada e até a criação do Estado fazia a ligação entre Porto Velho e o Careiro
da Várzea. Se essa BR fosse tão importante assim, teria sido conservada até
hoje. Os próprios amazonenses não a querem, pois em vez de ligarem Manaus a
ela, gastaram 1,3 bilhão de reais numa ponte até o Cacau Pirera.
Além do mais,
rasgar o coração da Amazônia com uma estrada desnecessária é pedir para acabar
de vez com a floresta amazônica. Multidões e multidões de invasores pobres,
grileiros, posseiros e outros tipos darão cabo em pouco tempo da sua rica
biodiversidade. Vão devastar, incendiar e destruir tudo. Essa BR é o tiro de
misericórdia na Amazônia. A França deveria ser avisada para impedir mais este
desastre ambiental sem precedentes. Só a União Europeia poderia vetar esta
hecatombe e frear a criação de outra Rondônia como a da BR-364 com toda a
destruição já conhecida. Como Rondônia tem “jornalistas”
que ainda defendem o caos e a agressão ao meio ambiente, o apocalipse parece
ser inevitável. Foi essa mesma gente que lutou para privatizar a velha Ceron e
hoje aparece como defensor dos consumidores “encurralados” pela Energisa.
Mas não é só
isso. Muitos rondonienses querem “peitar”
o Brasil e reservar vagas na única universidade pública do Estado para alunos
nascidos em Rondônia. Uma espécie de Nazismo absurdo que atenta contra qualquer
lógica. A Unir é bancada com recursos federais e por isso os alunos do país
inteiro podem pleitear vagas nela. Engraçado é que os filhos de Rondônia podem
estudar fora sem sofrer discriminação nenhuma. Em vez de se lutar para criar
uma universidade estadual ou mesmo melhorar o péssimo ensino do Estado,
tenta-se criar um jeitinho para lograr vantagens indevidas. Com preguiça de
estudar mais, querem recompensas pela notória incompetência. Estudem mais,
meninos! Só assim vocês terão sucesso em qualquer universidade do país e até do
exterior. Por tudo isso, não há como levar este Estado a sério. Já viramos
chacota e agora se entende por que muitos dos brasileiros duvidam que Rondônia
exista.
*É Professor em Porto Velho.
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