Bolsonaro acerta uma
Professor
Nazareno*
Não votei no
senhor Jair Bolsonaro para presidente da República nas últimas eleições. E
dificilmente o faria, pois sempre disse que o mesmo tem fortes tendências
fascistas, elogia a tortura como prática de Estado, não apresenta condições nem
a menor competência para governar o nosso país, ainda por cima flerta com vários
regimes ditatoriais e apresenta uma série de “defeitos” que não vou elencar aqui. Hoje, 300 dias depois do novo governo,
eu não mudei uma vírgula do que pensava desse “Mito de araque”, mas tenho de admitir que há uma
coisa recentemente proposta por ele e sua equipe de governo que me chamou
a atenção: se o Congresso Nacional
aprovar uma PEC enviada esta semana, o Brasil terá uma redução no número de
municípios a partir do próximo ano. Com ela, pelo menos 1254 “cidades” do país poderão sumir do mapa.
Todos os municípios com menos de
cinco mil habitantes e com arrecadação inferior a 10% de sua despesa total
deverão ser incorporados às cidades vizinhas e maiores. Em Rondônia, pelo menos
sete destas cidades poderão ter o seu final decretado com a nova PEC do “Mito”. Teixeirópolis, Rio Crespo,
Castanheiras, Primavera de Rondônia e Pimenteiras do Oeste serão imediatamente
riscadas do mapa. Cabixi e São Felipe do Oeste estão sob risco e também podem
desaparecer. O irônico disso tudo é que Bolsonaro teve nestas cidades uma
grande votação. Em algumas delas o percentual foi bem superior aos 70 por
cento. “É Bolsonaro na cabeça, mano”!
Gritavam todos, eufóricos. Se algum eleitor destes charmosos municípios não
concordar em virar “mero distrito” de
outras cidades, deverá fazer “arminha com
as mãos” que a raiva passará.
Essa Proposta de Emenda à
Constituição é uma dádiva dos céus. Já pensou termos mais de mil e duzentos
prefeitos a menos? Serão mais de onze mil vereadores que também serão poupados.
Isso sem falar nas secretarias que serão extintas. Pelo menos mais de vinte mil
malditos cabides de emprego serão economizados se a PEC for aprovada. A
economia de gastos para o país será imensa e todos sairão ganhando com esta
medida mais do que acertada. Porém, acho muito difícil uma lei como esta passar
pelo crivo do perdulário e inútil Congresso Nacional. Mas, esta PEC está
incompleta. Entendo que o governo federal deveria complementar estas medidas e
acrescentá-las também para os Estados da Federação: todo Estado com menos de cinco
milhões de habitantes seria imediatamente incorporado aos outros vizinhos e de
maior população.
Com esta medida patriótica e
coerente, teríamos apenas 12 ou 13 unidades da Federação. Uma economia
inimaginável para os combalidos cofres do país. Rondônia seria riscada do mapa
na hora. Um alívio para muita gente uma “porcaria”
de Estado como esse deixar de existir. Menos governadores, menos senadores,
menos deputados estaduais e federais, menos Assembleias Legislativas, menos
tribunais, vereadores e também muitas outras inutilidades. O país cresceria como nunca
e aí sim, seríamos uma potência de verdade. Pelas minhas contas, os
rondonienses seriam governados por Goiás ou pelo Pará. Embora eu já tenha dito
que “Rondonha” deveria pertencer à
Bolívia, ser repartido entre o Amazonas
e o Mato Grosso ou então voltar à condição de Território Federal. Já pensou a alegria se o “Mito” resolve também acabar com toda e
qualquer cidade que é mal administrada e tenha menos de cinco por cento de
saneamento básico?
*É Professor em Porto Velho.
Um comentário:
Muito interessante.
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