segunda-feira, 10 de maio de 2021

Uma nação de abestados


Uma nação de abestados

 

Professor Nazareno*

 

            Há mais de meio século que o Brasil figura entre as dez maiores economias do mundo com um PIB quase igual ao de potências reconhecidas como Itália, Canadá, Reino Unido, França e Coreia do Sul. Há pouco tempo, chegamos ao sexto lugar dentre os países mais ricos do planeta. No entanto, toda esta riqueza é gerada a partir do setor primário. Exportações de commodities pelo agronegócio e a extração de finitos recursos da natureza sempre turbinaram a nossa produção de bens. Porém, com mais de 210 milhões de habitantes, temos uma das piores qualidades de vida, mesmo que o nosso IDH não seja tão baixo assim. São raros os brasileiros que desfrutam dessa riqueza. A nossa monstruosa desigualdade social coloca na mesma nação milionários e miseráveis, reeditando assim a clássica definição de “Casa Grande & Senzala” de Gilberto Freyre.

            Entretanto o mais surreal do Brasil são os brasileiros. Mistura insólita de brancos, negros e índios tem-se por aqui um dos povos mais abestados de que se tem notícia. Por isso, quase tudo neste país é motivo para essa gente sem nenhum “pedigree” ficar de boca aberta ou então comemorando a sua própria desgraça e a felicidade alheia. Sem nenhum prêmio Nobel conquistado ou qualquer outra honraria internacional de renome como o Oscar, por exemplo, os brasileiros antes até que saíam às ruas, mas somente para comemorar títulos no futebol, coisa que hoje já não se faz tão frequentemente devido ao fracasso de seus clubes e da própria seleção nacional. Com a pandemia do Coronavírus, a cruel realidade obviamente bateu com força na porta dos estúpidos “brazucas”. Já somos os vice-campeões em número de mortos e infectados.

            Mas é na política, no entanto, que muitos dos brasileiros mostram a sua maior estupidez e imbecilidade. Em 2018 pelo menos 57 milhões de cidadãos votaram em Jair Bolsonaro, o atual presidente do país, que é uma espécie de aprendiz do Fascismo e das práticas antidemocráticas. Grosso, estúpido e sem nenhum conhecimento da realidade que o cerca ele ainda é adorado por grande parte dos seus eleitores. Já outros 47 milhões de “ineptos” votaram em Fernando Haddad, uma espécie de “poste” do PT e de Lula, um ex-presidente sem nenhuma expressão, rústico, semianalfabeto e que abriu os cofres públicos para amigos, empreiteiros e toda a sorte de corruptos e ladrões do Erário. Mas no próximo ano, os dois candidatos idolatrados, que polarizam a discussão política, são justamente Lula e Bolsonaro. Ou seja, é a reedição de tudo o que não presta no país.

            De um modo geral, os brasileiros são mesmo um povo tosco e abestado em sua grande maioria, e que sequer conhece a sua própria realidade. Muitos falam mal da Rede Globo, por exemplo, mas saíram às ruas para comemorar o final do BBB. Uma tal de Julieta ganhou 1,5 milhão de reais e muitos paraibanos arreganharam os dentes de tanta felicidade. O “Bozo” inaugurou uma ponte lá nos confins do mundo para deleite de rondonienses e acrianos, que ainda acreditam em duendes, dia das mães, Natal, Deus e Papai Noel. Devido à má condução do país durante a pandemia da Covid-19, foi criada uma CPI no Senado para investigar só os erros do governo e não para tentar diminuir o grande número de mortos. Muitos brasileiros ficarão mais felizes se o presidente for punido e não se conseguirem trazer mais vacinas e mais insumos para combater o vírus.  Patetas, ficamos à espera de vacinas produzidas em outras nações de um povo mais útil.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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