Vacinação “cu de mãe Joana”
Professor
Nazareno*
A pandemia da Covid-19 não dá
tréguas ao Brasil. Caminhamos célere já para meio milhão de mortos e quase 16
milhões de contaminados. Enquanto isso, o mundo civilizado já está aos poucos
superando a crise sanitária e liberando suas sociedades. Nos Estados Unidos, no
Reino Unido, Israel, Nova Zelândia, Portugal e em alguns outros países
civilizados, a vacinação em massa de suas populações já vislumbra claros “sinais de liberdade”. Já no Brasil, com
o negacionismo tosco de seu governo genocida, piora a situação com uma média
móvel diária de mais de dois mil mortos. Não há por enquanto sinais de retração
da doença e o país mergulha no caos e nas mortes sem fim. Vivemos um drama
horroroso alimentado principalmente pela falta de vacinas, pela prescrição de
remédios sem nenhum efeito para o vírus e pelo descaso total do governo.
Infelizmente está sendo comprovado
com a CPI da Covid que o Estado
brasileiro não comprou as vacinas quando os laboratórios ofereceram. Muitas
mortes teriam sido evitadas. A China, praticamente o único país responsável
pelos insumos e também por mais de 92% das vacinas que estão sendo aplicadas no
Brasil, é destratada pelo presidente brasileiro e também por outras
autoridades. O país asiático pode, se quiser, parar de mandar essa ajuda à
nossa gente. Uma retaliação diplomática que transformaria nossas vidas em um
inferno. A terceira onda da pandemia já se aproxima e com a população sem
imunidade sofreremos mais perdas ainda. Com menos de 20 por cento de sua
população vacinada, o Brasil levará anos para atingir a imunidade de rebanho.
Os que tomaram a primeira dose estão à espera da segunda dose, que não tem.
Em “Rondonha”, a situação da vacinação também é catastrófica. A
prefeitura de Porto Velho, cujo prefeito prometeu mentirosamente 400 mil doses
para imunizar sua gente, trocou o site “Imuniza
Porto Velho”, que funcionava precariamente por outro, um tal de “SASI”, que até agora funciona pior
ainda. E o resultado é estarrecedor. Atrasos e mais atrasos na vacinação das
pessoas. Estranho, mas o Estado com pouco mais de 12 por cento de sua população
vacinada, tem a pior campanha de vacinação do Brasil e sempre está no final da
fila quando comparado a outros Estados. Rondônia tem recebido um número pífio
de vacinas e quando chega uma remessa, a correria é tanta que não se pode
evitar a aglomeração de pessoas querendo se imunizar. Faz mais de um mês, por
exemplo, que não convocam os cidadãos entre 55 e 59 anos para tomar o
imunizante.
Já o governo do Estado, “mais perdido nesta pandemia do que cego em
tiroteio”, e cujo governador também de forma mentirosa prometeu trazer um
milhão de doses para imunizar os rondonienses, pouco ou nada faz para amenizar
o sofrimento do povo “otário” e
sofredor. Mais de cinco mil mortos pelo vírus até agora e a única coisa que o
governador bolsonarista fez foi distribuir remédios sem nenhuma eficácia
científica para combater o Coronavírus. Praticamente não há vacinas contra a
Covid-19 em Rondônia. As remessas quando chegam é a conta-gotas enquanto
cidadãos morrem muitas vezes desassistidos pelo poder público. A única “atração” de Rondônia nesta pandemia tem
sido o senador Marcos Rogério, defensor intransigente do negacionista e
genocida governo federal na CPI da Covid.
Com esta vacinação meia boca “aos trancos
e barrancos” brasileiros e rondonienses estão jogados à própria sorte. E a
morte é certa.
*Foi
Professor em Porto Velho.
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