quinta-feira, 6 de maio de 2021

Copaíba mata o Coronavírus

Copaíba mata o Coronavírus


Professor Nazareno*

 

            Não há nenhuma comprovação científica muito menos experiências foram feitas por universidades, laboratórios ou centros de pesquisa para se comprovar que o óleo de copaíba é um remédio muito eficiente para se combater o Coronavírus. E nem precisa comprovar nada, pois a copaíba é um santo remédio reconhecido em toda a Amazônia e por isso “deve ser muito bom” para enfrentar qualquer ameaça à saúde das pessoas. Óleo de copaíba cura feridas, acaba com o mau hálito, é bom para piolho e caspas, hidrata a pele, melhora a digestão de um modo geral. Dentre os diversos benefícios desse óleo para a saúde humana verifica-se também que é um potencial antisséptico e antitetânico. É expectorante: a aplicação de gotas do óleo misturado com mel ajuda na expectoração. Em infecções: muito usado nas inflamações de garganta e de amigdalite.

            Se tem tantas indicações medicinais assim, deve ser bom para combater o “mal do momento”, devem raciocinar algumas pessoas idiotas sem o menor conhecimento de virologia, imunologia ou infectologia. Mas já há relatos de pessoas infectadas pelo Coronavírus que tomaram algumas gotas de óleo de copaíba e “teriam ficado boas” da Covid-19. O fato é que de cada cem pessoas contaminadas pelo Coronavírus, pelo menos uns noventa por cento contraem a forma “fraca” ou assintomática da doença e ficariam boas e restabeleceriam sua saúde, mesmo que nesse intervalo de tempo tivessem tomado apenas água do filtro. O mesmo acontece com a Ivermectina e a Cloroquina, drogas essas já totalmente descartadas pela OMS para deter o Coronavírus. Essas drogas e a água comum apresentam o mesmo efeito sobre a Covid-19: nenhum.

            Então, por que o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores insistem em prescrever estes remédios sem nenhuma eficácia como “tratamento precoce” para deter a ameaça viral? Simples: porque tomando essas drogas, água do pote ou nada, não haverá nenhuma redução nem no vírus nem na doença. Com a “vantagem” de que a Cloroquina pode, em algumas pessoas, ter violentas reações alérgicas. Ou seja, para a Covid-19 água é um medicamento melhor do que a Cloroquina. E nesta pandemia, o objetivo do “Bozo” é atingir a imunidade de rebanho. Só que para isso, pelo menos seis milhões de brasileiros podem morrer. Porém, a meta desse governo genocida é que o “o maior número de cidadãos beneficiários do Estado deve mesmo sair de cena”. Paulo Guedes, o ministro da Economia, já disse que o brasileiro quer viver muito. E não deve!

            “Com muitos brasileiros mortos, pela pandemia ou por outras doenças, o Estado começa a dar lucros e não precisará mais gastar tanto com benefícios”, raciocinam muitos bolsonaristas. Essa postura macabra pode explicar por que essa gente age assim durante estes tempos de pandemia. “Não use máscara, não use álcool, pode se aglomerar à vontade, não faça nenhum distanciamento social, não se vacine”. Essas são as recomendações corriqueiras de um governo cujo presidente não aceita a pecha de genocida. Além do mais, Jair Bolsonaro e seus ministros continuam diariamente “detonando” a China, nosso principal parceiro comercial e também o país responsável por mais de noventa por cento das vacinas e dos insumos para deter, de fato, a Covid-19 no Brasil. Se os chineses saírem de cena, ficaremos abandonados à própria sorte num momento em que a Covid-19 já está fora de controle. Aí nem a copaíba vai nos salvar.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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