A pior doença de
2020
Professor
Nazareno*
Em pouco mais de nove meses de 2020,
a Covid-19 matou quase 200 mil pessoas só no Brasil. Isso é o dobro das mortes
relacionadas ao coração, doença que mais matou brasileiros em 2019, por
exemplo. É quatro vezes o número de pessoas mortas ao ano pela violência sem
controle em nossa sociedade e umas 3,5 vezes o número de óbitos ocasionados por
acidentes de trânsito. Nenhum tipo de câncer matou mais do que o Coronavírus
por aqui. Porém, a pandemia da Covid-19 não é nem de longe a pior doença a
afetar o Brasil neste fatídico ano que ora se encerra. A “desgraça nacional”, deste e de outros anos também, se chama Jair
Messias Bolsonaro. Muito pior do que o Coronavírus, esse arremedo de presidente
semeou a insensatez, o ódio, a vingança, o atraso, o deboche, a ignorância, o
fascismo, a desfaçatez, a luta de classes.
Muito diferente do Coronavírus, o
presidente do Brasil parece estar imune ao impeachment e ao fim de seu
esdrúxulo mandato à frente dos brasileiros. Em apenas dez meses, laboratórios
do mundo civilizado já iniciaram o que pode ser a vitória final sobre o temido
vírus. Mas no Brasil, não há a menor possibilidade de se livrar de um dos piores
presidentes da História do país. Na Câmara dos Deputados, o deputado Rodrigo
Maia, por razões que a própria razão desconhece, já engavetou dezenas de
pedidos de afastamento do “Bozo”. A
ex-presidente Dilma Rousseff foi arrancada à força do cargo por ter cometido um
crime que quase todos os presidentes, inclusive o atual, cometem. Mas são
incontáveis os crimes cometidos por Bolsonaro e seus ministros. Do fiasco nas
relações exteriores à devastação do meio ambiente, há mil razões para tirá-lo
do poder.
Jair Bolsonaro imita um treponema
amaldiçoado cuja família não sai das páginas policiais por causa das “rachadinhas” e de outros “rolos”. Seus filhos podem ser piores do
que os filhos do Lula. O infeliz é como uma bactéria infame e mortal muito pior
do que o Coronavírus. É como uma traiçoeira doença que até o momento está incurável
e invencível. O Luladrão, o PT, os presidentes militares, a Arena, Paulo Maluf,
Eduardo Cunha, Michel Temer, a elite nacional. Em ruindade e estupidez, nenhum
chega aos pés dele. Ao semear o escárnio e a intriga, ele destrói famílias
inteiras e joga o país no abismo da intolerância como nos piores regimes
ditatoriais e teocráticos do mundo. Usa descaradamente a estrutura do Estado
para beneficiar e proteger sua família. Avacalha as Forças Armadas, nega a
ciência, desdenha do conhecimento e insulta o bom senso.
Mas parece que a elite nacional, que o colocou no poder, não pensa em tirá-lo agora do Planalto. Não percebeu ainda o perigo que ela corre se começarem os boicotes aos nossos produtos, principalmente os agropecuários e as commodities. Mesmo que o mundo civilizado lhe vire as costas e imponha restrições ao Brasil, Bolsonaro parece se achar invencível no seu ridículo castelo de cartas. Mas bons ventos já sopraram lá da civilidade: seu guru e cúmplice em idiotices, bravatas e maldades já foi devidamente defenestrado da Casa Branca e hoje está “piano” diante da realidade que algum dia fatalmente também baterá às portas de Brasília. Congresso Nacional e STF podem se cansar e o “serviço” pode ser feito por aqui mesmo. E tudo dentro da legalidade, pois precisamos de coerência e de prudência. E apesar de ser um militar, Hamilton Mourão já seria uma boa pedida. Se a Covid-19 pode estar perto do fim, o “Bozo” não é eterno.
*Foi Professor em Porto Velho.
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