terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Vacina contra o “Bozo”

Vacina contra o “Bozo

 

Professor Nazareno*

 

            A Covid-19 avança sem tréguas pelo Brasil. Antes mesmo de encerrar a primeira onda da pandemia, nosso país já enfrenta a segunda onda, que está sendo mais forte e mais devastadora. São quase 180 mil mortes, sete milhões de infectados e os números não param de crescer. Os hospitais voltaram a ficar lotados em todos os Estados e as vagas de UTI praticamente já não existem mais. As eleições em dois turnos, que reuniram milhares e até milhões de participantes e principalmente o negacionismo de algumas autoridades, assim como a relutância de muitas pessoas em não obedecer ao distanciamento social fizeram a doença crescer de forma alarmante. Já infectado pelo vírus, o presidente do país faz pouco caso, debocha dos doentes e mortos e em nada contribui para diminuir o sofrimento de milhões de seus cidadãos. Merecemos isso?

            Para todo o Brasil e os brasileiros, de um modo geral, Jair Bolsonaro e os bolsonaristas são uma praga muito pior do que o Coronavírus. É a pior de todas as doenças já vistas. Não há vírus pior do que ele e seus seguidores. Mesmo assim, o “Bozo” não vai cair tão cedo. Dificilmente sairá da presidência da República. A cada frase desastrada, a cada chacota, a cada deboche parece que ele se fortalece ainda mais. E por quê? O poder que o colocou onde está é o que lhe segura firme e forte e também lhe garante a governabilidade. A direita brasileira está se beneficiando com “o passar da boiada”. Nunca na História deste país, a elite se beneficiou tanto como agora. Por isso, o Bolsonaro não só terminará o seu mandato como tem sérias chances de se reeleger e também de fazer seu sucessor lá no distante ano 2026. Isso, apesar das últimas eleições.

            Enquanto isso, líderes de países civilizados como Inglaterra, Rússia e Alemanha, por exemplo, já iniciaram a vacinação em massa de seus cidadãos. A seriedade é tanta no mundo desenvolvido que no Reino Unido não foi a Rainha e seu esposo os primeiros a serem vacinados. Na Rússia o prestigiado Instituto Gamaleya de Moscou já assegurou que tem vacina para todos os cidadãos do país. França, Estados Unidos, Itália, China, Canadá, Portugal dentre outras nações já estão preparadas para começar a imunização de cada habitante de seus países. No Brasil, o “Bozo” não só politizou a vacina como está em briga constante com o governador de São Paulo. João Doria, que também faz uso político da vacina e se diz inimigo político do presidente, afirma que a partir de janeiro próximo começará a imunização de todos os paulistas. O resto do Brasil só olha.

            E num fim de mundo como Porto Velho e Rondônia? Aqui não há a menor perspectiva de tão cedo vacinar a população. Muitas mortes ainda serão contabilizadas. Vacinar um milhão e oitocentos mil matutos rondonienses custaria, na melhor das hipóteses, mais de 36 milhões de reais. Dinheiro que as autoridades daqui dizem que não existe. A incompetência, o pouco caso e a má vontade dos nossos governantes jamais serão cobrados em tempo algum. Temos que esperar a boa vontade do Governo Federal se quisermos ter acesso a qualquer tipo de imunização e não se sabe para quando. Enquanto isso, o “Tonhão” nos espera. Já imunizados para a doença, Marcos Rocha e Bolsonaro “não estão nem aí” para o restante da população. “Se tiver vacina, tudo bem. Se não tiver, tudo bem também”. Deve ser o raciocínio deles. Bom seria que o povão se conscientizasse e se vacinasse contra esse tipo de gente nas próximas eleições.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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