“Tecnologias” brasileiras
Professor
Nazareno*
Que o Brasil não
é um país sério, disso todos nós já sabíamos. A frase erroneamente atribuída ao
ex-presidente francês Charles de Gaulle nunca esteve tão em evidência como nos
dias de hoje quando estamos vivendo uma das piores pandemias de que se tem
notícia na história da Humanidade. O mundo desenvolvido e civilizado “corre contra o tempo” para debelar e
vencer a terrível ameaça da Covid-19.
Universidades, cientistas, pesquisadores e centros de pesquisas
espalhados pelo mundo buscam incessantemente meios para atacar o vírus e trazer
dias melhores para todos nós. A prestigiada Universidade de Oxford da
Inglaterra em parceria com o laboratório sueco AstraZeneca assim como os
laboratórios Pfizer dos Estados Unidos e BioNTech da Alemanha devem lançar suas
vacinas para combater o Coronavírus nos próximos dias.
O reconhecidíssimo
Instituto Gamaleya ligado à Universidade de Moscou também já criou e lançou a
sua vacina, a Sputnik V. O governo russo em breve deve iniciar a vacinação em
massa de sua população. O laboratório biológico dos russos já deu garantias da
eficácia de sua descoberta. O Reino Unido deve iniciar a vacinação em massa de
sua população já nos próximos dias. Muitos laboratórios da China já têm também
a sua vacina. É só uma questão de tempo: a Coronavac deve imunizar pessoas no
mundo inteiro. Muitas vacinas estão em fases finais de testes e certamente vão
liberar pessoas a partir dos próximos meses. Pesquisas de ponta, tecnologia de
primeira, estudos avançados, universidades respeitadíssimas é o que se percebe.
As potências mundiais, que investem em educação, já estão perto de colher os
frutos de suas apostas.
Enquanto isso, o
Brasil patina e caminha a passos largos para trás. Nenhuma universidade ou
laboratório nacional fez qualquer coisa para diminuir a tragédia da pandemia.
Aqui a gente se vira como pode. As mortes e os números de casos só aumentam. A
agonia do Brasil é um triste drama quase sem fim. Autoridades negacionistas e
alheias ao drama dos nossos cidadãos é o que mais se observa. No país a única
tecnologia que se vê são as invasões de cidades por bandidos fortemente armados
como aconteceu recentemente em Criciúma, Araraquara e Cametá no Pará. Grupos
fora-da-lei que usam armas “privativas”
das Forças Armadas levam o terror para as cidades invadidas numa verdadeira
guerra civil. Quando não são os bandidos aterrorizando e roubando todos, são os
políticos levando o nosso suado dinheiro por meio da corrupção.
Porém, não
sejamos tão injustos com a bandidagem. Em Criciúma, cidade de 220 mil
habitantes, os marginais “só”
deixaram duas pessoas feridas enquanto a PM de São Paulo, por exemplo, matou
pelo menos nove pessoas quando tentou no ano passado acabar com um baile funk
na periferia. O Brasil na contramão, mas inovando: bandidos zelosos e polícia
desastrada? Essa tecnologia deveria ser exportada para o mundo inteiro. Existe conhecimento
melhor do que mandar matar o próprio marido e não ser presa nem por um minuto
sequer? Mas há algo mais inédito ainda: contar sacos de dinheiro sujo em frente
às câmaras e não responder ao devido processo, continuar livre, leve e solto e
ainda por cima legislando os otários e receber seus altos salários em dia. Isso
é uma invenção somente do nosso país mesmo. Orgulho de ser brasileiro e também
rondoniense! Rachadinhas, deboches e devastação ambiental. O Brasil é para
poucos!
*Foi Professor em Porto Velho.
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