Obrigado, Senhor
Macron!
Professor
Nazareno*
Senhor presidente da República da
França, Emmanuel Macron: Eu, um simples professor da Amazônia brasileira há quase
quarenta anos, venho respeitosamente por intermédio destas poucas linhas a fim
de lhe agradecer de coração pelas suas atitudes para defender esta região das
criminosas queimadas. Tenho um blog com uns dois ou três leitores, sofro de
rinite alérgica crônica e tenho um filho asmático. Há muito tempo, senhor
presidente, que eu não via o céu de agosto por aqui, que muita gente mentirosa insiste
em dizer que é “azul, e será sempre azul”. O nosso céu todos os anos nesta época
sempre esteve encoberto por uma densa fumaça cinza que prejudicava a todos.
Mesmo nos treze anos de governos da esquerda a tragédia nos acompanhou sem que
ninguém neste país tenha feito algo para nos defender. O cu do mundo sofre:
tosse, rinite, asma!
Sua corajosa
fala, senhor Macron, contra o presidente do meu país encorajou outros líderes
mundiais a discutir a situação desta castigada região. Se não fosse o senhor,
dificilmente o G7 teria entrado nessa briga. O senhor Jair Bolsonaro com suas falas
absurdas incentivou a devastação da Amazônia, todos sabem disto. Permitiu, por
exemplo, que se criasse “o Dia do Fogo”
lá na BR-163 no Oeste do Pará. E, claro, mentiu descaradamente quando disse em
Osaka, na reunião do G20, que respeitaria o meio ambiente só para assinar o
acordo MERCOSUL e União Europeia. Enganou todos os líderes do seu continente,
já que por aqui demitiu cientistas, diminuiu a fiscalização e deu carta branca
para a devastação e a queimada dessa região, como havia prometido na campanha.
Não fosse a sua bravura, estaríamos hoje vivendo em um caos muito pior.
O Bozo, senhor
Macron, por sua causa, virou de uma hora para outra um ferrenho defensor do
meio ambiente. O “Mito” mobilizou
nossas despreparadas Forças Armadas para combater qualquer foco de fogo e de
fumaça. “Convocava para reunir e reunia
para convocar”. Em Porto Velho nunca se viu tanto avião e tanta gente querendo
acabar com incêndios. Ele até já disse que vai endurecer a legislação e mandar
prender qualquer um que ouse tocar fogo na mata. O resultado disso é que minha
rinite melhorou e apesar de ainda ter fumaça, as coisas estão melhorando. Só o
cérebro de muitos é que não se ajeita, pois alguns tolos ainda têm um amor
louco pelo “Coiso” e o defendem com
garra. Quando, de forma deseducada, atingiu a sua nobilíssima esposa foi até aplaudido.
Mas está se borrando. Faça mais pressão que ele obedece sem piar.
Senhor
Macron, por favor, não incentive o boicote aos nossos produtos nem interfira
para que os europeus não ratifiquem o acordo com o MERCOSUL. E outra coisa, a
Amazônia é 60 por cento do Brasil. Não interfira na nossa soberania sobre ela,
pois com esse susto acho que aprenderemos a cuidar melhor dela. Não mande seus
poderosos caças “Dassault Rafale” nem
seus submarinos nucleares para nos assustar com seus atômicos mísseis
balísticos, pois aqui não aguentamos nem meia hora de guerra. Falta dinheiro
para tudo no Brasil, até para a marmita dos recrutas. Estamos na lona. Já
entendemos que para se produzir commodities não precisa agredir a natureza nem queimar
a Amazônia como sempre fizemos. Pague-nos bem que não incendiaremos mais a
maior floresta tropical do mundo. Devia convidá-lo a vir a Rondônia, mas aqui é
uma desgraça que não merece sua presença. “Les
bresiliéns devraient parler Français”.
*É Professor em Porto Velho.
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