Soberba
na política e no futebol
Professor
Nazareno*
Muita gente sabe que a soberba é
um dos pecados capitais. Mas é o que mais se tem visto ultimamente no Brasil.
Tanto na política quanto no futebol. A decisão da Taça Libertadores da América
entre o Flamengo e o Palmeiras, por exemplo, bem que demostrou isso. Os
flamenguistas estavam muito confiantes na vitória do seu time e por isso
encheram o Estádio Centenário e as ruas de Montevidéu no Uruguai convictos de
que o time paulista não era um bom adversário que representasse qualquer ameaça
às pretensões rubro-negras. De fato: jogando pelo atual campeonato brasileiro,
o time carioca ganhou “folgado” do
Palmeiras nas duas vezes em que se encontraram. No último jogo, em casa, o
alviverde do parque Antártica levou de 3 X 1. Por isso, manadas inteiras de
flamenguistas foram ao Uruguai só para conferir a vitória certa de seu time.
Com uma equipe tecnicamente
superior ao Palmeiras, o Flamengo esperava no mínimo uma goleada sobre esse seu
adversário. Mas durante a partida o que se viu foi exatamente o contrário. Com
muita técnica, mas nenhuma tática dentro de campo os cariocas se perderam e
acabaram entregando o jogo numa falha incrível de um de seus melhores
jogadores. O Flamengo cai e com ele caem também a arrogância e a soberba de
seus fanáticos torcedores, que abandonaram as redes sociais e se calaram diante
do triunfo palmeirense. Qualquer jogo se ganha dentro de campo e não com
conversa fiada ou provocações tolas. Guardadas as devidas proporções, o
Flamengo está para o futebol assim como o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro,
está para a política e para o país. Os dois são apenas grandes fracassos e
praticamente só dão vergonha para os seguidores.
Bolsonaro se elegeu dizendo que
ia mudar o Brasil. Chamado de “Mito”
pelos mais estúpidos, o incompetente presidente enganou a todos que acreditaram
nele. Assim como fez o Flamengo. Muitos dos jogadores rubro-negros asseguravam
que seriam tricampeões da Taça Libertadores e que ninguém pararia aquele
grandioso time. Muitos torcedores se endividaram para ir ao país vizinho. E a
alegria, a certeza da vitória e a euforia tomaram conta dos fanáticos
flamenguistas. A soberba deles incomodava os torcedores de outras equipes.
Assim como Bolsonaro. “Vou acabar com a
corrupção no Brasil” afirmava ele, convicto. E o que fez? Aliou-se ao
Centrão e hoje “come na mão dos piores
corruptos que este país já teve”. Jair Bolsonaro amarga hoje os piores
índices de popularidade e segundo algumas pesquisas, ele não vai sequer para o
segundo turno.
Um trecho do hino do Flamengo mentirosamente
diz que “eu teria um desgosto profundo se
faltasse o Flamengo no mundo”. É mais uma grande mentira inventada no
Brasil. Uma piada infame. Uma lorota sem tamanho. Se o Flamengo e o Bolsonaro
não existissem, muitos brasileiros seriam muito mais alegres. “Vencer, vencer, vencer”! Esta parte do
hino rubro-negro deveria ser trocada para “Perder,
perder, perder”! Já com o “Mito”,
acusado de ser genocida por muitos cidadãos já arrependidos, o Brasil só
perdeu. Perdeu sua pouca credibilidade internacional, perdeu com os mais de 615
mil mortos pela pandemia da Covid-19, perdeu com a volta da inflação, com a
fila do osso, perdeu com a fome, com a volta da miséria, perdeu com as
rachadinhas, perdeu com a milícia, com o aumento da violência e com a
disseminação do ódio entre os brasileiros. Sem Flamengo e sem Bolsonaro
seríamos bem mais felizes.
*Foi Professor em Porto Velho.
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