terça-feira, 30 de novembro de 2021

Soberba na política e no futebol

Soberba na política e no futebol

                                                                               

Professor Nazareno*

 

        Muita gente sabe que a soberba é um dos pecados capitais. Mas é o que mais se tem visto ultimamente no Brasil. Tanto na política quanto no futebol. A decisão da Taça Libertadores da América entre o Flamengo e o Palmeiras, por exemplo, bem que demostrou isso. Os flamenguistas estavam muito confiantes na vitória do seu time e por isso encheram o Estádio Centenário e as ruas de Montevidéu no Uruguai convictos de que o time paulista não era um bom adversário que representasse qualquer ameaça às pretensões rubro-negras. De fato: jogando pelo atual campeonato brasileiro, o time carioca ganhou “folgado” do Palmeiras nas duas vezes em que se encontraram. No último jogo, em casa, o alviverde do parque Antártica levou de 3 X 1. Por isso, manadas inteiras de flamenguistas foram ao Uruguai só para conferir a vitória certa de seu time.

        Com uma equipe tecnicamente superior ao Palmeiras, o Flamengo esperava no mínimo uma goleada sobre esse seu adversário. Mas durante a partida o que se viu foi exatamente o contrário. Com muita técnica, mas nenhuma tática dentro de campo os cariocas se perderam e acabaram entregando o jogo numa falha incrível de um de seus melhores jogadores. O Flamengo cai e com ele caem também a arrogância e a soberba de seus fanáticos torcedores, que abandonaram as redes sociais e se calaram diante do triunfo palmeirense. Qualquer jogo se ganha dentro de campo e não com conversa fiada ou provocações tolas. Guardadas as devidas proporções, o Flamengo está para o futebol assim como o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, está para a política e para o país. Os dois são apenas grandes fracassos e praticamente só dão vergonha para os seguidores.

         Bolsonaro se elegeu dizendo que ia mudar o Brasil. Chamado de “Mito” pelos mais estúpidos, o incompetente presidente enganou a todos que acreditaram nele. Assim como fez o Flamengo. Muitos dos jogadores rubro-negros asseguravam que seriam tricampeões da Taça Libertadores e que ninguém pararia aquele grandioso time. Muitos torcedores se endividaram para ir ao país vizinho. E a alegria, a certeza da vitória e a euforia tomaram conta dos fanáticos flamenguistas. A soberba deles incomodava os torcedores de outras equipes. Assim como Bolsonaro. “Vou acabar com a corrupção no Brasil” afirmava ele, convicto. E o que fez? Aliou-se ao Centrão e hoje “come na mão dos piores corruptos que este país já teve”. Jair Bolsonaro amarga hoje os piores índices de popularidade e segundo algumas pesquisas, ele não vai sequer para o segundo turno.

         Um trecho do hino do Flamengo mentirosamente diz que “eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo”. É mais uma grande mentira inventada no Brasil. Uma piada infame. Uma lorota sem tamanho. Se o Flamengo e o Bolsonaro não existissem, muitos brasileiros seriam muito mais alegres. “Vencer, vencer, vencer”! Esta parte do hino rubro-negro deveria ser trocada para “Perder, perder, perder”! Já com o “Mito”, acusado de ser genocida por muitos cidadãos já arrependidos, o Brasil só perdeu. Perdeu sua pouca credibilidade internacional, perdeu com os mais de 615 mil mortos pela pandemia da Covid-19, perdeu com a volta da inflação, com a fila do osso, perdeu com a fome, com a volta da miséria, perdeu com as rachadinhas, perdeu com a milícia, com o aumento da violência e com a disseminação do ódio entre os brasileiros. Sem Flamengo e sem Bolsonaro seríamos bem mais felizes.

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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