Viadutos
desnecessários
Professor
Nazareno*
Porto Velho, a
abandonada e explorada capital dos roraimenses, tem vários viadutos em sua área
urbana. Nenhum deles presta e nem tem a menor serventia. São verdadeiros
elefantes brancos que só serviram até agora para desviar dinheiro público, eleger políticos ruins e infernizar a vida
dos habitantes e motoristas da cidade. Criação do PT de Roberto Sobrinho, as
obras serviram de túmulo para a administração petista em Porto Velho. Alguns
estão com suas obras abandonadas há vários anos, como o da entrada, ou saída,
da cidade próximo à Prudente de Moraes. Já outros foram terminados às pressas
somente para atender ao calendário das eleições, por isso são íngremes, tortos,
cheios de mato, sujos, desnecessários. Estão escuros e sem nenhuma estrutura
arquitetônica. É o caso daquelas absurdas “gambiarras”
no antigo Trevo do Roque.
O viaduto da BR 364 com a Avenida
Campos Sales na zona sul da cidade está em fase de conclusão. Ironicamente num
ano eleitoral em que uma cambada de políticos e candidatos às próximas eleições
vão fazer fotos na sua inauguração. Não se sabe ao certo quantos milhões foram
investidos naquela obra totalmente dispensável. Pior: ele está ao contrário.
Quem o projetou certamente não sabia que o maior fluxo de veículos se dá nos
sentidos centro/bairro e bairro/centro e não na saída da cidade. Quem vai para
o Campus da Unir, por exemplo, segue por cima da obra tranquilamente enquanto
os outros motoristas continuarão se espremendo em congestionamentos
monstruosos. Coisa que o polêmico viaduto deveria extinguir. Pior: quem for na
direção bairro/centro “ganhará” agora
um acréscimo de quase dois quilômetros para chegar ao seu destino.
Coisas de Rondônia e dos
rondonienses mesmo. Outro péssimo exemplo: com a construção da Usina de Santo
Antônio, para se chegar à vilazinha do Teotônio ficou muito mais difícil. Agora
são quase 20
quilômetros a mais numa estrada esburacada e cheia de
onças famintas O que era para facilitar a vida dos moradores ficou mais complicado.
É igual à ponte do Madeira que continua escura até hoje. Não serve para nada.
Somente para subsidiar a farinha d’água do Projeto Joana d’Arc. Nenhuma casa
até agora foi construída do outro lado do rio e a estrada para Manaus, a BR 319,
ainda é um sonho inalcançável. Nem vou repetir que liga “o nada a coisa alguma”. A velha balsa era mais prática e devia
voltar. Foram mais de 300 milhões de reais jogados literalmente na água. Parece
até que Rondônia tem muito dinheiro para desperdiçar.
Nunca entendi por que construir
viadutos se uma boa sinalização tinha resolvido o problema e teria saído por um
preço muito menor. Mas a implicância de muitos dos matutos de Porto Velho
achando que “aquilo” tornaria a
cidade uma metrópole mais bonita e desenvolvida fez com que muitos dos
governantes, também cheios de más intenções e compreensivelmente interessados
nas obras eleitoreiras, embarcassem na canoa furada. O correto agora seria
mandar implodir por completo todos os arremedos de viadutos e pontes da cidade.
Sem eles, o trânsito fluiria bem melhor. A cidade precisa de água tratada e de
saneamento básico, mas quase ninguém fala sobre isso. Precisa também de
mobilidade urbana decente e não de trambolhos desajeitados sem nenhuma
utilidade. O viaduto da Campos Sales é tão desnecessário e eleitoreiro que a
Procuradoria Regional Eleitoral questionou sua inauguração antes de ele ser
concluído.
*É
Professor em Porto Velho.
Um comentário:
Professor, estou em dúvidas se aqui perto de casa o que inauguraram é uma IGREJA ou um HOSPÍCIO. Gritaria coletiva, pulos, giros, rodopios, lágrimas, línguas estranhas, exaltação coletiva... Igrejas, hospícios e viadutos são necessários, sim! Acho digno, acho tech, acho tudo!!!
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