Vou torcer pela
Suíça
Professor
Nazareno*
A Suíça é um
país do centro da Europa. É menor do que o Estado do Espírito Santo e tem uma
população de pouco mais de oito milhões de habitantes. A qualidade de vida é
uma das melhores do mundo. Suas cidades despontam todos os anos como os
melhores lugares para se viver. Sem violência, apesar de ser uma nação formada
por povos diferentes, os suíços sempre sediaram as principais organizações
mundiais. “A Confederação Suíça tem uma longa
história de neutralidade, não estando em estado de guerra internacionalmente
desde 1815. O país é sede de muitas organizações internacionais como
o Fórum Econômico Mundial, a Cruz Vermelha, a Organização Mundial do Comércio, a União Postal Universal, a Organização Internacional para Padronização e é sede oficial do segundo maior escritório das Nações
Unidas”.
“Em
nível europeu, foi um dos fundadores da Associação Europeia de Comércio Livre e é parte integrante do Acordo de Schengen. Em termos desportivos,
o COI, a FIFA e a UEFA possuem as suas sedes
localizadas no território suíço”. O pequeno país já ganhou 26 vezes o Prêmio Nobel.
Tem um dos melhores sistemas de educação do planeta. Suas escolas e
universidades são reconhecidas no mundo inteiro. Seus habitantes são fluentes
em vários idiomas como o Inglês, o Francês, o Alemão, o Italiano e o Romanche,
língua minoritária falada nos Grisões montanhosos. Se o Paraíso na terra existe,
com certeza ele se localiza na Suíça. Enquanto isso, o Brasil é o Inferno na
terra e não se destaca em absolutamente nada. Nosso país é uma piada de mau
gosto e tem apenas “bunda de mulher”
e “perna de jogador” como seus principais
produtos.
Nunca ganhamos um Prêmio Nobel sequer.
Nunca conquistamos um Oscar. Internacionalmente nunca fomos nada. Temos um dos
piores sistemas de educação do mundo. Nossas escolas não ensinam nada a
ninguém. Nossos alunos, de um modo geral, ao terminar o Ensino Médio, não sabem
ler nem escrever em língua pátria, a única falada por estas bandas. Aqui se
fala um dialeto sem nenhuma importância que é muito parecido com a língua falada
em Portugal. Na política somos o campeão da corrupção e da roubalheira. Nossos
hospitais são como “açougues”. Somos
campeões em violência com mais de 60 mil assassinatos ao ano. Não nos
destacamos na cultura. Nos esportes, perdemos feio também para a Suíça: com uma
população 25 vezes menor do que a do Brasil, eles já ganharam 181 medalhas em
Olimpíadas contra apenas 128 do Brasil.
A Suíça não tem um centímetro sequer de
litoral e com um território mais de duzentas vezes menor do que o do Brasil
recebe mais turistas por ano do que nós. São mais de oito milhões de visitantes
contra os seis milhões que ainda têm coragem de vir presenciar tiroteios em
favelas, se arriscar a sofrer um assalto ou ser assassinados. Brasil e Suíça
são duas nações completamente diferentes no cenário mundial. Uma com muita
importância, outra sem o menor reconhecimento. No futebol a nossa seleção pode
até ganhar dos suíços, mas por uma questão de justiça, não posso torcer pelos “canarinhos subdesenvolvidos e incivilizados”.
A vitória brasileira neste caso seria uma das maiores injustiças do futebol e
do esporte levadas para a vida real. Se o Brasil não passasse para a fase seguinte
do torneio ou então caísse no mata-mata seria um alívio. Teríamos mais tempo
para discutir política e a nossa cruel realidade. Perder: será um choque dos
bons!
*É Professor em Porto Velho.
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