O dia da
liberdade
Professor
Nazareno*
Ouvi dizer que a
TV Rondônia interromperá para sempre a sua transmissão analógica para as
cidades de Porto Velho e Candeias do Jamari. A data anunciada para este milagre
é dia 14 de agosto de 2018. Uma notícia extremamente boa e alvissareira levando
em consideração que esta emissora de televisão é um dos tentáculos do câncer
nacional chamado Rede Globo. “Vem ser
digital com a gente”, diz o mote da esdrúxula campanha televisiva. Presente
da Ditadura Militar à família Marinho, a Globo é a vanguarda da alienação
nacional desde 1965. Sua programação insossa e direcionada à estupidez coletiva
mostra programas de qualidade duvidosa, mas que têm um forte poder ideológico
para alienar os mais incautos e tolos. É líder absoluta no Brasil dos
semianalfabetos e dos desprovidos de leitura de mundo e informações mais
confiáveis.
O poder maligno
da “Vênus Platinada” pode ser sentido
diariamente em cada segundo de sua horrenda programação tendenciosa. Porém, é
no futebol, e na política principalmente, que essa TV se esmera. Durante a Copa
do Mundo, por exemplo, o time de alienadores é escalado sob medida para
ludibriar os mais estúpidos e até as pessoas metidas a esclarecidas. Fazer
gostar da desacreditada seleção brasileira é tarefa fácil para os profissionais
da emissora. Bastam dois ou três jogos para os idiotas urrarem de amor pela “seleção canarinho”. Toda a programação
da emissora durante o torneio é voltada somente para enaltecer os novos heróis
nacionais: gênios, seres humanos incomuns, fenômenos, super-heróis, gurus e
iluminadores de todos os brasileiros. Até a primeira derrota na Copa, nenhum
dos jogadores tem defeito. São os heróis do povo.
Na política
tem-se percebido todo ano o poder da emissora entre os brasileiros. Elege
presidente, destitui presidente, nomeia ministro, demite ministro e influencia
até em algumas decisões do Poder Judiciário. A Globo elegeu Fernando Color em
1989, quando num debate da emissora, editou um Jornal Nacional para destruir
Lula e o PT. Pouco tempo depois, criticada pelo próprio presidente “collorido”, tramou nos bastidores para
derrocá-lo do poder. Pior: vendeu para os trouxas dos brasileiros a ideia de
que foram os caras-pintadas e não ela própria, os maiores responsáveis pelo
impeachment naquela época. Em 2013, pediu desculpas ao Brasil por ter apoiado o
golpe militar de 1964. Há documentos e provas dando contra de que Roberto
Marinho teria sido um dos maiores responsáveis pela aventura militar que durou
mais de 20 anos.
Porém aos poucos,
a Globo está perdendo um pouco do seu encanto. Emissoras ligadas aos
evangélicos têm de certa maneira copiado um pouco desse sucesso global e com
isso ameaçam sua maligna hegemonia. Em Rondônia, durante o horário de verão, a
emissora transmite sua programação com mais de uma hora de atraso. Isso em
plena época de internet e das redes sociais. A partir de outubro, como
acontecia há 40 anos assiste-se ao Jornal Nacional quando já se sabe o teor de
todas as notícias. A Globo tem os melhores profissionais do mercado e
certamente não precisa de artimanhas para conquistar cada vez mais audiência.
Mas está no Brasil e aqui quem tem um olho será sempre rei. A Globo não tem
ideologia, uma vez que dança conforme a música do governo de plantão. A notícia
de que desligará toda a sua programação alegrou muita gente por aqui. O
problema é que a TV digital continuará dominando corações e mentes.
*É
Professor em Porto Velho.
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