Brasil: futebol
colossal
Professor
Nazareno*
O Brasil tem o
melhor futebol do mundo. Essa é a mais pura verdade. Cinco vezes campeão do
mundo, não tem mais o que crescer nesse esporte. Seus atletas estão espalhados
pelos quatro cantos ensinando a arte de se jogar o “esporte das multidões”. Da China, da Austrália até aos países da
América do Sul passando pela Europa e Estados Unidos os nossos heróis estão
dando alegria por onde passam. O país participa apenas por participar de
qualquer competição internacional. Tem os melhores jogadores do planeta e se
quisesse já teria sido umas dez vezes campeão da Copa do Mundo. No futebol, quase todos os participantes são
inferiores aos nossos “eternos campeões”.
O Brasil já teve times inesquecíveis como o que foi tricampeão em 1970 no
México e que tinha Pelé e também o time de 1982 na Copa da Espanha que tinha
Zico como estrela.
Torcer pelo Brasil é como uma doença
já impregnada na cabeça dos 213 milhões de habitantes. Quase todo mundo neste
país o faz de forma natural e apaixonada. Amar incondicionalmente seus
jogadores é a coisa mais sensata que fazemos de quatro em quatro anos. As
autoridades daqui deveriam dar a esses deuses tudo o que eles pedissem, pois
eles merecem. A Igreja poderia muito bem canonizar todos eles. São Neymar, São
Philippe Coutinho, São Alisson, São Miranda. Já pensou na alegria de ver a
imagem santa de cada um deles enfeitando as igrejas e templos espalhados pelo
Brasil inteiro? Os caras jogam demais. Seria muito bom que o prefeito de Porto
Velho e o governador Daniel Pereira trouxessem os heróis para se apresentar na
“Arena Aluizão”. Eles têm que vir a
Roraima. Imagino um filme com eles: “23
homens e um destino”.
Não entendo porque o Governo Federal
não diminui o salário mínimo e com a economia recompensaria melhor esses
gloriosos atletas. Cada professor, cada médico, cada advogado, cada profissional
liberal deveria ter seu salário achatado para esse fim. O que eles fizeram
nesta Copa da Rússia não há dinheiro que pague. Encheram o país de alegria e
comoção. Resgataram a nossa autoestima e a vontade de sermos brasileiros. No
último jogo, por exemplo, o time jogou com garra e com alma. Foi bravo o tempo
todo ao nos representar. Todos esses heróis do povo brasileiro deviam se
candidatar para nos governar. O Brasil é uma potência emergente com o colossal
futebol que joga. Ganha e convence a todos. O futebol nos dá uma melhor
qualidade de vida, boa mobilidade urbana, bons hospitais, saneamento básico e
reconhecimento internacional.
O “esporte dos deuses” deveria ser ensinado e também obrigatório das
escolas primárias às universidades. Em toda entrevista para emprego, pelo menos
cinco perguntas deveriam ser sobre esse esporte. Nas missas e nos cultos pelo
menos 10 minutos deveriam ser dedicados a esses valentes e guerreiros cidadãos.
A camisa amarela do nosso “esquadrão de ouro”
devia ser obrigatória no trabalho, nas escolas e também no dia-a-dia para todo
habitante brasileiro. Camisa, não. Uma segunda pele. Uma espécie de manto
sagrado. Falar mal da seleção devia ser criminalizado. Neste último jogo, por
exemplo, o Brasil arrebentou: dominou o adversário do começo ao fim da partida.
Só deu Brasil. Jogo de um time só: o nosso. Humilhado pelo hábil e brilhante
futebol mostrado por nós, a Bélgica nada fez. Não atacou nem se defendeu.
Pesarosos e leais, deixamos os coitados ganharem este jogo. Confiantes: “Brasil, rumo ao esgoto”.
*É
Professor em Porto Velho.
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