Kolinda
Kitarovic em Rondônia
Professor
Nazareno*
Kolinda Grabar-Kitarovic
é a presidente da Croácia. Sim, o mesmo país que foi vice-campeão da última
Copa do Mundo de futebol realizada na Rússia. A chefe de Estado croata é uma
linda e encantadora mulher, apesar dos seus quase cinquenta anos. Durante a
Copa do Mundo roubou todas as atenções do planeta inteiro quando, nas
arquibancadas dos estádios russos estava torcendo pelo seu país. Se quisesse, Kolinda
poderia visitar Roraima e sua gente. Mas é muito pouco provável que ela deixe a
sua organizada, limpa e civilizada Zagreb para visitar a feia, podre e
fedorenta cidade de Porto Velho. Mas nunca se sabe, pois o “fim do mundo” sempre foi alvo de
turistas de ocasião em busca de aventuras exóticas. Aqui, a beleza da
presidente ofuscaria os “canhões
ambulantes” e “tribufus” de 40
anos que circulam pelos nossos meios sociais.
A loira mais charmosa da última Copa
do Mundo poderia, em terras karipunas, assistir a uma partida de futebol, já
que ama tanto este esporte. Genus X Rondoniense na “Arena Aluizão” poderia entreter a dama croata e a sua comitiva. O “clássico do nada” talvez até aborrecesse
os croatas, exímios praticantes do bom futebol. Os 200 torcedores, lotação
máxima do estádio, gritando euforicamente o nome de seu time de coração
certamente deixariam perplexos os visitantes. Mas é na área da política que os eslavos
e a sua bonita presidente ensinariam muitas coisas aos rondonienses. Na Rússia,
Kolinda assistia aos jogos de seu país com ingresso comprado com o seu próprio
dinheiro. Passagens e hotéis foram também adquiridos com a sua renda. Durante a
estada, ela pediu que o seu salário fosse descontado para cada dia em que
estivesse fora.
Nas redes sociais dizem que ela teria
vendido o avião presidencial, diminuído o seu salário e o dos ministros,
aumentado o salário mínimo do país e proibido a aposentadoria de congressistas.
A Croácia não é um país rico e fazer isto é uma ação social. A presidente fala
pelo menos sete idiomas, inclusive o Português, e nunca se julgou superior a
ninguém por isso. Ela é muito popular na Croácia. Já pensou os políticos
rondonienses diante de exemplos como os dela? Alguns inclusive poderiam
aprender com ela a se expressar melhor na língua de Fernando Pessoa. Mas o
principal mesmo seria não roubar o Erário nem usá-lo em benefício próprio. Nada
de diárias, hospedagens, nem viagens desnecessárias. Todos aprenderiam a
respeitar melhor os pagadores de impostos, que sustentam nababescamente a
inútil classe política daqui.
Alguns opositores, no entanto,
acusam Kolinda de ser xenófoba e fascista por demonstrar amor incondicional ao
seu país, a Croácia. Se os rondonienses e a classe política local amassem de
fato este Estado com a mesma intensidade com que ela ama a sua nação,
certamente este horrendo lugar seria bem diferente. “Rondônia é onde nasci e por isso o meu amor a tudo daqui”, seria o
pensamento aprendido com os exóticos visitantes. Nada de se aposentar e “picar a mula” para ir morar nas praias
nordestinas, por exemplo. Amor ao país é uma coisa para sempre e não apenas em
época de Copa do Mundo, este seria outro bom ensinamento. Bandeiras do Brasil em
carros, casas e apartamentos e o uso de camisas com as cores nacionais devem
ser sempre incentivados independente da ocasião. Mas Kolinda Kitarovic jamais
nos visitaria: a inconfundível camisa xadrez em branco e vermelho não seria
vista em meio a tanta poeira e fumaça.
*É
Professor em Porto Velho.
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