Argentina, tricampeã
com autoridade
Professor
Nazareno*
Terminada a 22ª
Copa do Mundo de futebol realizada no Catar, eis que nenhuma surpresa com
relação ao vencedor. A poderosa equipe da Argentina se torna tricampeã mundial
ganhando da França nos pênaltis. Desde os primeiros jogos, não havia o que se
discutir. Os portenhos montaram um time praticamente imbatível para defender o
fraco futebol sul-americano. Eles deram uma lição de futebol para o mundo
inteiro ver. Uma equipe que tem Lionel Messi, Júlian Álvarez, Di Paul, Ángel Di
Maria, Otamendi, Enzo Fernández, Tagliafico, Montiel e Dybala não merecia
perder um só jogo. O atual time argentino é talvez melhor do que aquele Brasil
de 1970 com Pelé e tudo. Se tivesse pegado o Brasil agora, a Argentina teria
dado uma goleada pior do que os 7 X 1. Ufa! Escapamos! Parece até que os
argentinos amam o seu país e lutam desesperadamente para defendê-lo.
Assim como já não tem mais heróis
nem sequer representantes na Fórmula 1, o Brasil também não tem mais nenhum time
de futebol que encante a mais ninguém. Embora sejamos pentacampeões do mundo na
modalidade, ganhamos uma Copa do Mundo pela última vez lá em 2002. E faz mais
de dez anos que um time do Brasil ganhou o Mundial de Clubes. O nosso futebol é
um dos piores do mundo hoje em dia. O campeonato brasileiro nem de longe pode
se comparar a uma Premier League da Inglaterra, por exemplo. Dos 26 jogadores
convocados, somente três deles jogam no Brasil, ainda assim todos eles não veem
a hora de sair do país. O restante da nossa frágil seleção está nos melhores
campeonatos de futebol da atualidade: na Europa. Terminado o baita vexame que
deram nesta copa, quase todos eles ficaram por lá mesmo onde vivem.
Pelé nunca foi o
melhor jogador de futebol de todos os tempos. Isso é mentira, uma falácia,
conversa fiada. Não só Maradona e Messi da Argentina, mas Platini, Zidane
Garrincha e Cruijff sempre mostraram muito mais habilidades dentro e principalmente
fora de campo. Já faz tempo que nossos melhores jogadores estão apenas
preocupados com os milhões de dólares e euros que ganham lá fora. Amor pelo
Brasil e pelos brasileiros? Pense numa piada de mau gosto. Neymar mesmo, após a
derrota do Brasil para a fraca Croácia, deu uma festa de arromba em São Paulo.
E quase nenhum dos nossos atletas está preocupado com a vergonhosa situação
social do país como acontece com muitos jogadores estrangeiros como Sadio Mané
do Senegal ou até mesmo o inglês Marcus Rashford. Só Neymar, nada modesto,
ganha mais de um milhão de reais por dia.
Grande parte dos
nossos jogadores pensam como pobres de direita. Se tivessem levantado o troféu
seria uma injustiça e certamente iriam tecer muitas loas e homenagear Bolsonaro
e o bolsonarismo. Por isso, perder mais esta competição foi uma dádiva dos céus
para todos nós. Além do mais, ver a Argentina jogar é um colírio para os nossos
olhos. O entrosamento e as belas jogadas dos hermanos nem se comparam ao nosso
fraco selecionado. Até o hino nacional dos caras é um alívio para a nossa alma.
A Canción Patriótica, por exemplo, é um conforto para os nossos ouvidos e nem
se compara com o nosso feio e incompreensível cântico nacional. A Argentina hoje
não é apenas um time de futebol. É uma academia e Messi um MITO. É um desses
times que ficarão marcados para sempre em nossos corações e mentes. Já no Brasil
vive-se do passado no futebol e logo seremos superados pelas verdadeiras potências
da atualidade. Parabéns, argentinos!
*Foi Professor em Porto Velho.
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