Nem Greta, nem
Lula, nem Raoni
Professor
Nazareno*
O Prêmio Nobel da Paz de 2019 foi anunciado pela academia norueguesa e de certa maneira revelou-se uma grande surpresa: não contemplou nenhum dos favoritos. O vencedor foi o desconhecido primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali de 43 anos e um dos responsáveis pelo processo de paz com a vizinha Eritreia, lá nos confins da África subsaariana. A sueca e ativista ambiental Greta Thunberg já dissera antes que sua militância contra o caos climático não tinha o objetivo de ganhar prêmios. Já o cacique brasileiro Raoni “corria por fora”, mesmo não se sabendo o que de tão importante ele fez para ser contemplado. Seria o seu beiço de “lata de Nescau”? E o ex-presidente Lula ser agraciado com tal honraria seria também outra aberração. A única coisa que liga os três, no entanto, é o ódio que aparentam sentir pelo atual presidente Jair Bolsonaro.
Para delírio dos seus seguidores, o
“Mito” bem que poderia ter faturado
esse prêmio, que não é dado pelo dote intelectual, mas político: é o único dos
prêmios da academia norueguesa que o sujeito ganha sem ter demonstrado nenhuma inteligência
ou feito qualquer pesquisa. Típico do atual presidente dos brasileiros. E a sua
política de inclusão social de semear a paz entre os governados é reconhecida
no mundo inteiro. Negros, presidiários, nordestinos, quilombolas, mulheres,
homossexuais, ativistas dos direitos humanos, defensores do meio ambiente e
outras minorias que o digam. Se existisse um prêmio para as tolices que se diz e
pela maneira única de se envolver em encrencas desnecessárias, Bolsonaro seria
imbatível. Sem Nobel, sem Oscar, sem nenhum reconhecimento externo, o nosso
país continua sendo chacota internacional.
Sem pesquisas de ponta, sem
prestígio e sem conhecimento algum, patinamos. E só não somos piores por que
produzimos commodities, mesmo que seja à base da destruição da natureza. Temos
um dos piores sistemas de Educação do mundo. Entretanto, a academia da Noruega
poderia ter no nosso país vários candidatos. Se os seus membros tivessem o
desprazer de conhecer Rondônia, por exemplo, não faltariam postulantes ao
prêmio. Hildon Chaves, o prefeito de sua suja e imunda capital, seria um
candidato seriíssimo. Hildon, que passa a maior parte do tempo viajando para o
exterior, poderia ser agraciado pelo que fez em prol das crianças da zona rural
do município. Sem aulas por falta de transporte escolar, muitos dos meninos
porto-velhenses poderão ser comparados brevemente às crianças da mesma Etiópia
do atual vencedor da comenda.
Outro que
merecia um prêmio dessa magnitude seria a atual empresa de energia elétrica de
Rondônia, a Energisa. Responsável talvez pela maior captura de “gatos” em todo o mundo, a Energisa é a
empresa dos sonhos dos rondonienses: semeou a paz e a harmonia entre os
consumidores do Estado e por incrível que pareça, fez muitos políticos
trabalharem em benefício do povo mais sofrido. Além do mais, a “competente” companhia de luz mostrou o
que poucas pessoas sabiam: a Polícia Civil, o PROCON e o IPEM têm função
definida e servem para alguma coisa. Já Marcos Rocha, o esforçado governador de
Rondônia, mereceria também ser agraciado com o Nobel pelo que fez recentemente aos
professores do Estado. Como se pode ver, no Brasil e em Rondônia postulantes ao
Nobel da Paz não faltariam. Até o Nobel de Literatura poderia ter sido dado a determinados
“jornalistas” locais que insistem em pregar
o atraso e o passado.
*É
Professor em Porto Velho.
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