domingo, 13 de outubro de 2019

Nem Greta, nem Lula, nem Raoni


Nem Greta, nem Lula, nem Raoni


Professor Nazareno*

            
            O Prêmio Nobel da Paz de 2019 foi anunciado pela academia norueguesa e de certa maneira revelou-se uma grande surpresa: não contemplou nenhum dos favoritos. O vencedor foi o desconhecido primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali de 43 anos e um dos responsáveis pelo processo de paz com a vizinha Eritreia, lá nos confins da África subsaariana. A sueca e ativista ambiental Greta Thunberg já dissera antes que sua militância contra o caos climático não tinha o objetivo de ganhar prêmios. Já o cacique brasileiro Raoni “corria por fora”, mesmo não se sabendo o que de tão importante ele fez para ser contemplado. Seria o seu beiço de “lata de Nescau”? E o ex-presidente Lula ser agraciado com tal honraria seria também outra aberração. A única coisa que liga os três, no entanto, é o ódio que aparentam sentir pelo atual presidente Jair Bolsonaro.
            Para delírio dos seus seguidores, o “Mito” bem que poderia ter faturado esse prêmio, que não é dado pelo dote intelectual, mas político: é o único dos prêmios da academia norueguesa que o sujeito ganha sem ter demonstrado nenhuma inteligência ou feito qualquer pesquisa. Típico do atual presidente dos brasileiros. E a sua política de inclusão social de semear a paz entre os governados é reconhecida no mundo inteiro. Negros, presidiários, nordestinos, quilombolas, mulheres, homossexuais, ativistas dos direitos humanos, defensores do meio ambiente e outras minorias que o digam. Se existisse um prêmio para as tolices que se diz e pela maneira única de se envolver em encrencas desnecessárias, Bolsonaro seria imbatível. Sem Nobel, sem Oscar, sem nenhum reconhecimento externo, o nosso país continua sendo chacota internacional.
            Sem pesquisas de ponta, sem prestígio e sem conhecimento algum, patinamos. E só não somos piores por que produzimos commodities, mesmo que seja à base da destruição da natureza. Temos um dos piores sistemas de Educação do mundo. Entretanto, a academia da Noruega poderia ter no nosso país vários candidatos. Se os seus membros tivessem o desprazer de conhecer Rondônia, por exemplo, não faltariam postulantes ao prêmio. Hildon Chaves, o prefeito de sua suja e imunda capital, seria um candidato seriíssimo. Hildon, que passa a maior parte do tempo viajando para o exterior, poderia ser agraciado pelo que fez em prol das crianças da zona rural do município. Sem aulas por falta de transporte escolar, muitos dos meninos porto-velhenses poderão ser comparados brevemente às crianças da mesma Etiópia do atual vencedor da comenda.       
Outro que merecia um prêmio dessa magnitude seria a atual empresa de energia elétrica de Rondônia, a Energisa. Responsável talvez pela maior captura de “gatos” em todo o mundo, a Energisa é a empresa dos sonhos dos rondonienses: semeou a paz e a harmonia entre os consumidores do Estado e por incrível que pareça, fez muitos políticos trabalharem em benefício do povo mais sofrido. Além do mais, a “competente” companhia de luz mostrou o que poucas pessoas sabiam: a Polícia Civil, o PROCON e o IPEM têm função definida e servem para alguma coisa. Já Marcos Rocha, o esforçado governador de Rondônia, mereceria também ser agraciado com o Nobel pelo que fez recentemente aos professores do Estado. Como se pode ver, no Brasil e em Rondônia postulantes ao Nobel da Paz não faltariam. Até o Nobel de Literatura poderia ter sido dado a determinados “jornalistas” locais que insistem em pregar o atraso e o passado.




*É Professor em Porto Velho.

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