Classificação injusta e no sufoco
Professor
Nazareno*
A seleção brasileira de futebol mais
uma vez decepcionou a imensa torcida do país nesta Copa do Mundo: jogando
contra o "escolhido" Chile pelas oitavas de final da competição, o time
brasileiro passou o maior sufoco para conseguir a classificação, que veio
chorada e somente na cobrança de pênaltis. Por um milagre, não estamos fora da Copa. No
tempo normal da partida, ainda na primeira metade do jogo, o Brasil abriu o
placar com um gol contra. Pressionado o restante do jogo pela brilhante equipe
andina, cede o empate e passa um dos maiores apertos de que se tem notícia
neste esporte. Os chilenos não ganharam o jogo porque o goleiro Júlio César do
Brasil simplesmente foi o melhor em campo: defendeu um gol quase certo no final
do segundo tempo e durante a prorrogação teve sorte quando o atacante Pinilla
acertou o travessão brasileiro.
Visivelmente nervosos, jogando mal,
errando passes, totalmente perdidos em campo e tentando evitar uma humilhante
derrota que já era quase certa, os badalados pentacampeões do mundo tiveram que
contar com o inusitado, uma espécie de 12º jogador: a sorte. E ela não
abandonou os brasileiros. Até durante a cobrança de pênaltis, uma bola “estranhamente”
bateu na trave e teimou em não entrar na meta verde-amarela. Até agora fizemos
quatro jogos. Empatamos dois e ganhamos de forma discutível os outros dois:
batemos a Croácia por 3 X 1 com uma imoral ajudinha do juiz japonês e também o infantil
time de Camarões que não foi páreo para ninguém com três humilhantes derrotas e
sérios problemas de relacionamento entre os seus fracos jogadores. Ainda não jogamos contra nenhum time de
expressão do futebol mundial.
Holanda, Alemanha, Argentina e França,
até agora, são equipes que já mostraram toda a sua força neste mundial e se
continuarem jogando um futebol de primeira como estão, podem dar um show nos
pusilânimes, nervosos, emocionados e chorões jogadores do Brasil. Antes,
durante e depois da partida, Thiago Silva chorou, David Luiz chorou, Júlio
César chorou e muitos outros também devem ter chorado. Talvez de vergonha pelas
péssimas atuações e pelo fraco futebol que têm mostrado mesmo jogando dentro de
casa com total apoio do Governo petista, da FIFA e dos iludidos e fanáticos
torcedores brasileiros. Sem nenhuma estrutura emocional, os heróis de mentirinha deviam usar fraldas e lenços. Ganhar do mediano Chile, e ainda por cima
nos pênaltis, não é vantagem para quem se gaba de ter o melhor futebol do
mundo.
Jogando ruim e acuada desse jeito, a
seleção brasileira pode até receber ajuda externa que mesmo assim não será
campeã de nada. Como o Chile foi superior durante grande parte do jogo, deveria
ter vencido. Nossos atletas estavam completamente nulos e sumidos em campo. E mesmo
parecendo uma Copa América, o Brasil ainda assim é inferior a quase todos os outros
sul-americanos. A Colômbia, nosso próximo adversário, ganhou todos os seus
quatro jogos, marcou 11 gols e tem o artilheiro do torneio. Se perder para o Brasil,
será a maior injustiça do futebol, já que fomos medíocres até nos pênaltis. Uma
classificação sofrida, chorada e injusta. Só que para o povão é isso que importa: ganhar de qualquer jeito. Esse “timeco” não pode ser beneficiado pela sorte ou
outros fatores externos. Devíamos agora torcer pela Colômbia, um time que
diverte e não angustia. Que vantagem tem ganhar uma Copa do Mundo sem jogar o bom
futebol?
*É
Professor em Porto Velho.
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