O
Brasil venceu: só falta convencer
Professor
Nazareno*
Até agora
nenhuma novidade nesta Copa do Mundo: se Deus quiser, o Brasil será campeão, se
não quiser, ainda assim ganhará o título para delírio da extasiada nação, pois
parece que tudo está milimetricamente preparado e já anteriormente decidido
para a vitória certa dos brasileiros. Jogando contra a Colômbia, a suada
vitória pelas quartas de final do torneio veio mais uma vez no sufoco e na
marra. Confesso que nem assisti ao jogo completamente, pois estava corrigindo
redações da escola João Bento, mas a partir de leituras, vídeos e
interpretações das inúmeras reportagens e comentários de sites confiáveis, é
fácil chegar à conclusão de que o “time canarinho”, pelo que tem jogado
nesta competição, ainda falta convencer os torcedores menos fanáticos e o mundo
inteiro de que é merecedor do maior título do futebol mundial.
Jogando sem o seu principal atleta,
o reconhecido e habilidoso atacante Falcao Garcia, que fora cortado por
contusão antes do início da competição, o time colombiano deu um sufoco nos
pentacampeões mundiais nos minutos finais do jogo e por pouco não empatou a
contenda. Na pura sorte, o Brasil fez dois gols de bola parada. E gols de
zagueiros, os chorões Thiago Silva e David Luiz, como se não tivéssemos
atacantes preparados para vencer as redes adversárias. E o pior é que até agora
não tivemos mesmo. Mais uma vez dentro de campo o centroavante Fred foi igual
ao Mauro Nazif na Prefeitura de Porto Velho: não fez absolutamente nada. Bem
marcado, Neymar foi anulado e pouco produziu até ser substituído depois de uma
séria contusão. Sem meio de campo criativo e com atacantes nulos, contamos de novo com
a sorte para vencer.
Se a Copa do Mundo fosse um campeonato
de pontos corridos, perderíamos feio para essa mesma Colômbia, que no caso
jogaria pelo simples empate. Mesmo vencendo, ficamos com 11 pontos e 10 gols
marcados. Os colombianos foram eliminados do torneio mesmo tendo ficado a nossa
frente com 12 pontos e 12 gols feitos, além de terem até agora o artilheiro da
competição, o jovem James Rodríguez com 06 tentos. Para o Brasil, essa
Copa está mais do que parecida com uma Copa América. A rigor não enfrentamos
ainda uma equipe de peso na competição. Só encaramos times medianos e sem muita
tradição no futebol mundial. Agora, vamos para a semifinal jogar contra a poderosa
Alemanha e o pior, sem o Neymar, pois num lance absolutamente normal, uma vez
que não houve punição alguma, perdemos o nosso principal jogador.
Alemanha, Holanda e Argentina têm
mostrado um futebol de “gente grande” nesta Copa do Mundo. Isso sem
falar nas zebras Bélgica e Costa Rica, que podem surpreender alguns dos
favoritos. Podemos até ganhar dos alemães no próximo jogo, mas perdemos feio quando
comparamos socialmente os dois povos. Os germânicos são a locomotiva da Europa
e uma das maiores potências econômicas do mundo, além de terem uma sociedade
organizada com um dos melhores padrões de vida. Ganharam mais de cem vezes
o Prêmio Nobel e quase todos os seus políticos são honestos. O futebol alemão é
muito bem organizado e há tempos tem sido superior em Copas. Por razões óbvias e
também para fazer justiça ao bom futebol devemos torcer pelos alemães e esperar
uma final entre Alemanha e Holanda. Sem convencer e se dependia mesmo de um
único jogador, o Brasil devia disputar o terceiro lugar com a Argentina ou
outro país. Enquanto for superior, a Europa merece ganhar. No futebol e nos
índices sociais.
*É Professor em Porto Velho.
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