Por
que não cuidamos do nosso lixo?
Professor
Nazareno*
Durante esta Copa do Mundo, a
torcida do Japão está dando um grande exemplo de civilidade e limpeza para nós
brasileiros e também para o mundo. Ao final de cada partida de sua seleção, os nipônicos
não saem do estádio enquanto não juntam toda a sujeira das arquibancadas
produzida pelos inúmeros torcedores durante o jogo. Eles entram no estádio com
enormes sacos plásticos azuis, que têm duas serventias: primeiro os utilizam
como bandeiras para torcer, depois os usam para recolher todos os dejetos. Parabéns
aos “Samurais Azuis”. Ao lado dos Estados Unidos e da Alemanha, o Japão desponta
como uma das maiores economias do mundo e desfruta de um dos melhores IDH’s do
planeta. Seus 127 milhões de habitantes têm padrão de vida e educação
invejáveis. Suas cidades são limpas e higiênicas. A infraestrutura do país é
exemplar.
Ricos e abastados, os japoneses não
têm necessidade de fazer faxina em lugar nenhum do mundo. Só que esta tarefa
parece fazer parte da cultura desse povo milenar. Destroçados durante a Segunda
Grande Guerra com duas bombas atômicas lançadas covardemente contra o seu
território, esses orientais rapidamente se ergueram do caos e transformaram seu
país numa das mais organizadas e civilizadas sociedades atuais. Enfrentam
qualquer intempérie da natureza de maneira ordeira e pacífica. Sua capital,
Tóquio, é a maior área urbana do mundo com mais de 35 milhões de habitantes. É
também uma das cidades mais limpas, higiênicas e organizadas de que se tem
notícia. Sua excelente mobilidade urbana
é um grandioso exemplo para o mundo. Seu metrô, além de ser extremamente
pontual e organizado, é também muito limpo e perfumado.
Os brasileiros e as autoridades do nosso
país deviam aprender esses bons costumes, mas temos complexo de vira-latas e “de
porcos também”. Nossas cidades são sujas e mal cuidadas. Raramente se encontra
no Brasil uma cidade-exemplo nesse quesito. Em São Paulo, bairro da Vila
Madalena, toneladas de lixo ficaram esparramadas pelo chão depois das
comemorações do recente empate entre Brasil e México. No Sambódromo do Rio de
Janeiro, são recolhidas mais de duas toneladas de entulho a cada noite de
carnaval. O lixo e a imundície campeiam em nossas cidades. Em Porto Velho, que
dispensa qualquer comentário neste aspecto, a podridão é a nossa marca
registrada. E a nojeira não escolhe religião nem classe social. Depois da “Parada
para Jesus” ou da “Marcha do Orgulho Gay”, os garis se estressam de
tanto trabalhar.
No entanto, muitos brasileiros “Cascões”
dizem que a sujeira é aceitável, pois dá emprego e sustenta os garis. Só que
ninguém quer morrer para garantir a tranquilidade dos coveiros. Está na hora de
o Prefeito Mauro Nazif, e de outros também, convidarem os japoneses para participar
de festividades nas sujas cidades do Brasil. Assim como no Japão, a Europa
também se esmera em limpeza. Ruas floridas e perfumadas são comuns no Velho
Mundo. Em Porto Velho, flores nem nos cemitérios. A nossa sujeira é cultural e está
no nosso DNA. Nossa rodoviária, por exemplo, é uma carniça só, uma latrina
imunda. Sem saneamento básico e água tratada somos campeões em lixo e catinga. Claro
que pobreza e sujeira não são irmãs gêmeas, mas é comum se observar que em
alguns casos, quanto mais pobres, mais sujas são as cidades. Diferentes dos
exemplares japoneses, aqui nos falta riqueza de espírito, respeito ao próximo,
civilidade e limpeza.
*É Professor em Porto Velho.
Um comentário:
É o câncer do Brasil, e o tratamento começa com uma coisa que segundo o Ministro da fazendo Guido Mantega "vai quebrar o estado" a educação kkkkkkk como o meu professor de matemática diz OOooo Deus.
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