Ucrânia:
outro erro de Lula
Professor
Nazareno*
Em
fevereiro de 2022 a Rússia invadiu a Ucrânia com tropas, tanques e disparos de
mísseis hipersônicos. Antes, em 2014, os russos já haviam tomado à força a
península da Crimeia que sempre pertenceu aos ucranianos. Apesar dos protestos
mundiais, a guerra continua até hoje, mesmo com a decretação de sanções
internacionais. Estados Unidos e União Europeia, principalmente, fornecem armas
para os ucranianos na vã tentativa de conter a ofensiva russa. A Ucrânia sempre
foi um país dividido. Parte de sua população é formada por russos étnicos. As
províncias do Donbass no leste do país e quase toda a região da Crimeia são
formadas por populações que falam o idioma russo e sempre tiveram ligações com
a pátria de Vladimir Putin. O governo russo sempre viu a Ucrânia como parte de
seu território e não admite a adesão dela à União Europeia e nem à OTAN.
Distante,
essa guerra lá no leste europeu deveria ter poucas chances de apresentar
consequências para o Brasil. Mas os toscos presidentes brasileiros insistem em
“meter o bedelho” num problema que não lhes pertence e muito menos aos nossos
cidadãos, apesar de vivermos hoje em um mundo globalizado. Primeiro foi o
desastrado Jair Bolsonaro, que visitou a Rússia às vésperas de o conflito ser
deflagrado. Alegou na época que o Brasil precisava do fertilizante russo e que
tinha boas relações com eles por causa dos BRICS. Agora é a vez de Lula fazer e
dizer besteiras e tolices. Em sua recente visita à China, o “Sapo Barbudo”
falou pelos cotovelos e com isso pode ter colocado o Brasil numa situação vexatória
perante as grandes potências internacionais. Acusou os Estados Unidos e a União
Europeia de fomentarem essa guerra e de não quererem a paz. Um despropósito.
Parece até que
Lula aprendeu com o Bolsonaro a falar abobrinhas. Antes, no plano interno, Lula
disse, sem provas, que o Sérgio Moro estava com armação no caso do PCC. Aliás,
a sua língua solta pode nos causar sérios problemas. Acusar os Estados Unidos e
os europeus de prolongar uma guerra abjeta que eles não começaram e nem são os
responsáveis é um disparate sem tamanho. A Ucrânia foi invadida e estuprada por uma
potência estrangeira. E Lula, dissimulado, defende também o estuprador. Os
russos estão tomando à força porções do território ucraniano e esperam que o
mundo ocidental aceite isso sem reclamar. O Brasil recebeu o ministro russo
Serguei Lavrov e se juntou à Rússia para condenar as sanções sem mencionar que
os russos são os agressores. Agindo assim, Lula “detona” nossa
diplomacia e nos coloca numa situação humilhante perante o mundo.
Os Estados Unidos
já disseram que as falas de Lula sobre a guerra na Ucrânia são muito
problemáticas. Já a União Europeia disse que não é verdade que os EUA e os
europeus estejam ajudando a prolongar esse conflito. “A verdade é que a
Ucrânia é soberana e vítima de uma agressão ilegal, uma violação da Carta das
Nações Unidas”, dizem os europeus. China, União Europeia e Estados Unidos são, nessa ordem, os maiores
parceiros comerciais do Brasil. Não devíamos criar situações embaraçosas com
nenhum deles. A Ucrânia já convidou Lula para visitar Kiev para tentar fazê-lo
compreender as razões reais dessa guerra absurda. O presidente Lula, no
entanto, precisa ser contido urgentemente por seus assessores senão vai fazer
pior do que o Bolsonaro. Sua língua desastrada pode criar mais problemas do que
soluções. É guerra? Temos que ficar neutros como sempre e buscar a paz pelos
canais competentes. Será que o Lula está ficando gagá?
*Foi Professor em Porto Velho.
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