Porto
Velho será extinta
Professor
Nazareno*
A
capital de Roraima está encolhendo. Na última projeção do IBGE feita em
2021, Porto Velho, a imunda e fedorenta capital karipuna, tinha uma população
de 548 mil habitantes. Havia, portanto, a expectativa de que, terminado o censo
de 2022, a cidade chegasse a quase 600 mil moradores. Ledo engano, pois, se os
atuais números divulgados pelo IBGE estiverem corretos, houve uma diminuição de
quase 100 mil habitantes. Isso mesmo. Porto Velho tem agora algo em torno de 461
mil habitantes. Ora, se essa cifra populacional continuar decrescendo assim, em
muito pouco tempo a imunda capital dos rondonienses não terá um único morador.
A constante diminuição da população local é algo visto diariamente por quem
quiser observar. Muitos dos funcionários públicos que se aposentaram, nascidos
ou não aqui, já “montaram no porco” e caíram fora faz tempos.
Poucas
pessoas em sã consciência querem ficar morando nesta suja e inabitável cidade
depois da aposentadoria. Eu mesmo conheço inúmeras famílias que se mudaram para
as paradisíacas praias do Nordeste e até para a aprazível Serra Gaúcha e imediações.
E alguns são aqueles rondonienses “da gema” que nasceram por aqui mesmo.
Nas férias de final e ano o que se observa nas redes sociais são rondonienses e
ex-rondonienses postando fotos à beira-mar. Porto Velho nunca teve qualidade de
vida nenhuma. É a pior dentre as 27 capitais do Brasil em IDH. Agora, por exemplo,
estamos no inverno, época das chuvas na região, e a cidade, que não tem esgotos
nem saneamento básico, fica toda alagada com ratos, tapurus, fezes humanas e
toda sorte de sujeira e imundície boiando pelas principais avenidas. No verão é
a poeira que atormenta os pobres moradores daqui.
Guardadas
as devidas proporções, Porto Velho se parece com uma grande aldeia yanomami.
Assim como o Estado inteiro, a cidade parece que não tem nem nunca teve uma
administração que lhe dê o mínimo de urbanidade e de civilidade. Aqui
praticamente não existe transporte coletivo e a rodoviária é um lixo só. Mas
promessas de se construir um novo terminal rodoviário são constantes e antigas.
Só que a obra nunca sai do papel. Nem rodoviária muito menos hospital de pronto
socorro. E tanto o prefeito da capital quanto o governador do Estado são de fora.
O primeiro é pernambucano e o segundo nasceu no interior do Rio de Janeiro. O
bolsonarista governador coronel Marcos Rocha tem feito promessas de que “em
breve” Porto Velho terá um bom hospital para atender às demandas. Felizes,
os eleitores que o reelegeram creem que se livrarão do velho açougue.
Por
tudo isso, não é nenhuma novidade que Porto Velho poderá desaparecer para
sempre do mapa. E parece que o processo já se iniciou, pois se a cada dois anos
tiver 100 mil moradores a menos, não levará nem uma década para se transformar
em uma humilde e pequena vila do tamanho de Calama, Nazaré ou São Carlos no
baixo Madeira. Espertos, muitos de seus próprios filhos são os primeiros a se
mandar para lugares melhores e bem mais civilizados para se viver. Infelizmente
a lúgubre cidade não tem nada que atraia qualquer turista ou visitante de
última hora. Tem uns viadutos imprestáveis, mal feitos e tortos que só servem
para atrapalhar ainda mais o já caótico trânsito local. Tem também uma ponte
escura que não liga nada a nada e que até agora só serviu para aumentar o
número de suicídios na cidade. Eu particularmente ainda quero estar morando por
aqui só para testemunhar o Armagedom porto-velhense. Espero que isso não demore
tanto tempo!
*Foi Professor em Porto
Velho.
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