Ilusões:
Flamengo e Brasil
Professor
Nazareno*
Jogando contra o
“poderoso” Athlético de Curitiba, o
Flamengo do Rio de Janeiro ganhou a Supercopa do Brasil. Sem dó nem piedade,
meteu 3 X 0 no seu adversário e conquistou mais um título para o clube.
Eufóricos e enganados, os torcedores do time carioca nem perceberam que mais
essa conquista não passa de uma enganação, de um embuste, de uma mentira: seu
time do coração é apenas mais uma enrolação que não representa o verdadeiro
futebol. Por isso, em dezembro passado foi dominado e perdeu o último mundial
de clubes para o Liverpool da Inglaterra, um verdadeiro time de futebol. Ganhar
do inexpressivo “Furacão” deu a falsa
impressão de que o Flamengo é imbatível. Assim como os brasileiros, que depois de terem colocado Bolsonaro na Presidência da República, creem que o país virou
uma potência mundial.
Nem o Brasil muito menos o Flamengo
têm qualquer importância na atual conjuntura internacional. Há muito tempo que
o nosso país deixou de ser uma potência no futebol. Depois dos 7 X 1 na Copa de
2014, a credibilidade do nosso futebol caiu por terra. Desde 2002 que não
ganhamos uma Copa do Mundo e não temos resultados satisfatórios neste esporte. Além
do mais, a corrupção, a roubalheira e o superfaturamento do PT e do governo
Lula nas construções dos estádios colocaram o Brasil no lugar de sempre: sem a
menor credibilidade no cenário mundial. Pior: no campo da política, a eleição
de um governo de viés fascista em 2018 tirou do nosso país qualquer
possiblidade de ser levado a sério pelas principais potências econômicas da
atualidade. Como se não bastasse, as queimadas na Amazônia nos colocam como
vilões.
Até que prove o contrário, o
Flamengo é uma vergonha nacional, assim como o atual governo do país. Os dois
juntos só trazem humilhação para os brasileiros. O time de futebol carioca,
endeusado por grande parte de nossos desinformados e tolos cidadãos, sequer
pagou a indenização aos familiares de seus dez jogadores mortos no vergonhoso
incêndio no Ninho do Urubu. E isso depois de anunciar aos quatro cantos do
mundo que faturou quase um bilhão de reais com a conquista de alguns de seus
últimos títulos. Torcer por um time de futebol com essa postura absurda deveria
ser uma desonra inominável para qualquer cidadão de postura correta. Já no
governo Bolsonaro, os vexames se sucedem no dia a dia. O Brasil, que nunca teve
nenhuma admiração no exterior, tem servido de chacota em todos os fóruns e
cúpulas de que tem participado.
Quando viajo ao exterior, evito
falar em Português em público e me viro com o meu “Inglês” ou o meu “Espanhol”
macarrônico para não ter que passar tanto vexame. Como explicar aos meus
interlocutores que moro num país que já teve o melhor futebol do mundo e hoje
tem apenas esse tal de Flamengo para me representar? Como explicar a um
estrangeiro com boa leitura de mundo e conhecimentos que em pleno século XXI
pelo menos 57 milhões de meus conterrâneos escolheram “isso que aí está” para governar o meu país? Eles não iriam entender
de maneira alguma como optamos em voltar para a Idade Média. Como lhes dizer
que num mundo assustado com o Coronavírus, os brasileiros vão sair às ruas em
multidões para brincar o Carnaval? Quem vai entender que estamos “comemorando” as 42 mil mortes em 2019
como uma vitória? Prefiro ser uma doméstica a ter que torcer por um time e
viajar para o exterior.
*Foi
Professor em Porto Velho.
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