Crime ambiental em condomínio de
Porto Velho
O condomínio
residencial Parque dos Piquiás II, na zona norte de Porto Velho, próximo à
avenida rio Madeira, na Rua Particular, 4676, saída para o Parque Ecológico,
era um dos condomínios mais arborizados de Porto Velho. Era. Para se ter uma
ideia, na entrada do residencial havia pelo menos umas 10 árvores frondosas de
jambeiros. As frutas abundavam e quando caíam no chão, literalmente faziam
“lama” nos gramados junto aos apartamentos térreos. A sombra dava às
residências um confortável clima muito mais ameno. Hoje, nenhuma dessas árvores
existe mais. Todas foram arrancadas e nada foi replantado em seu lugar. Há
reclamações de alguns moradores de que a temperatura, claro, aumentou
consideravelmente dentro dos apartamentos. O calor agora é insuportável. O sol,
antes bloqueado pelas árvores, agora incide diretamente sobre as residências
diminuindo bastante valor dos imóveis.
Porém, o pior é
que esse processo de eliminação das poucas árvores que ainda restaram continua
indiscriminadamente ao arrepio da lei dentro deste condomínio. O atual síndico
do Piquiás II, Senhor Leôncio Ferreira da Costa, que assumiu o residencial no
dia 21 de outubro de 2019, foi recentemente à SEMA, Secretaria de Meio Ambiente
do município, para pedir uma certidão a fim de fazer pequenas podas em algumas
dessas árvores. Um funcionário da SEMA ao chegar ao condomínio constatou que
várias árvores das que ainda restavam foram simplesmente envenenadas. Fizeram
com uma furadeira, provavelmente na calada da noite, pequenos furos nas mesmas
e colocaram talvez óleo diesel ou mesmo veneno para que as mesmas secassem e
morressem. Há furinhos em várias árvores (veja nas fotos) inclusive em algumas
espécies de Ipês, árvore nobre da região. E todas já secaram ou estão em
processo adiantado de morte. Galhos caem levando risco às crianças e animais do
condomínio.
No final de
setembro do ano passado, uma árvore de goiaba do Bloco A, por exemplo, com
centenas de frutos foi simplesmente arrancada sem a autorização da SEMA nem de qualquer
outro órgão ambiental. Pior: no dia 3 de outubro de 2019, circulou entre os
moradores do referido condomínio um documento com assinatura e timbre dando conta
de que nenhuma árvore poderia ser plantada nas áreas em comum do residencial
sem que houvesse deliberação da assembleia geral para este fim. O referido
documento, no entanto, nada falava sobre a possibilidade de eliminar árvores.
Num momento em
que o mundo civilizado clama por mais árvores e contra qualquer ação de
desmatamento irregular, no condomínio Parque dos Piquiás II de Porto Velho,
árvores são arrancadas sem autorização, outras são envenenadas às escondidas e
os órgãos de defesa do meio ambiente pouco ou nada podem fazer: segundo o
funcionário da SEMA que esteve no residencial, nada pode ser feito, pois algum
tempo já se passou e o pior é que não se sabe quem cometeu o crime de furar com
furadeira os Ipês e as outras árvores para envenená-las. Enquanto isso, o calor
aumentou consideravelmente dentro da área do que era o condomínio residencial
mais arborizado de Porto Velho. Desolado, um morador afirmou: “neste condomínio
é como na própria cidade de Porto Velho: nada de flores, nada de árvores. Só
muito calor mesmo”.
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