O legado de
Greta Thunberg
Professor
Nazareno*
O Brasil vive
hoje momentos muito difíceis. Nossa democracia corre riscos e parece que
estamos voltando à Idade Média em muitas áreas, principalmente na política.
Voltaire nos ensinou que é possível não concordar com uma única palavra do que
se diz, mas que é importante respeitar o direito de qualquer pessoa se
expressar. Isso foi dito lá pelo final do século XVIII em plena Revolução
Francesa e as sociedades mais civilizadas vêm repetindo esse mantra com o
passar dos anos. De um modo geral, os brasileiros desconhecem minimamente essas
regras e qualquer outra ação civilizatória. E isso se tornou patente com a
ativista sueca Greta Thunberg. A jovem escandinava de apenas 16 anos, que sofre
da Síndrome de Asperger, encampou a defesa do meio ambiente e de certa maneira
vem atormentado os líderes mundiais por causa do clima.
Em vez de se
discordar com argumentos das ideias defendidas por ela, muitos marmanjos se
especializaram em tecer comentários maldosos e infames contra a menina. Falam,
sem muitas provas, que ela está sendo financiada por George Soros, megainvestidor
húngaro-americano e um dos homens mais ricos do mundo. Afirmam maldosamente que
ela além de ser da esquerda está por trás de interesses escusos. Bastaram
apenas cinco minutos de um discurso na ONU na Cúpula de Ação Climática no mês
passado para que ela virasse alvo de uma cruel campanha difamatória no mundo
inteiro. Pior, nenhuma dessas acusações se sustenta, já que todas são baseadas
em desinformação e fofocas. No Brasil, até o filho do presidente Jair Bolsonaro
e candidato a embaixador do Brasil nos EUA, Eduardo Bolsonaro, também entrou
nesta “jogada”.
Além disso, em
Natal no Rio Grande do Norte, um “jornalista”
bolsonarista absurdamente disse ao vivo que “ela precisa de sexo para parar com este histerismo”. Infelizmente,
os ataques à ativista se multiplicam no mundo inteiro como se o que ela está defendendo
prejudica a sociedade, o planeta, a civilização. Greta Eleonora Ernman Thunberg
é uma criança ainda e além de falar o inglês fluentemente sabe o que está
fazendo. Em Rondônia a fumaça deste ano só diminuiu por causa da ação, embora
tardia, de alguns órgãos de defesa do meio ambiente, que só agiram depois da
pressão da França e de outros países da União Europeia. A “Cúpula do Clima na ONU” serviu de pressão para que se respeitassem
mais a sofrida Rondônia. Com a sua fala, Greta Thunberg contribuiu para a
diminuição das doenças provocadas pela fumaça por aqui.
Nunca vi nenhum
adulto defender o meio ambiente com a tenacidade e o vigor desta garota
escandinava. De vilão do clima com as queimadas todos os anos, o incendiário
Estado de Rondônia deveria agradecer a ela pelo fim da fumaceira. Ao lado de
outro ícone, o brasileiro cacique Raoni, a “jovem
viking” já foi indicada para receber o Prêmio Nobel da Paz deste ano, que
será anunciado em outubro próximo. Duvido que Wilson Witzel, o polêmico
governador do Rio de Janeiro ou outro bolsonarista qualquer, fosse indicado a
tal honraria. Bolsonaro e seu governo medíocre não ganharia prêmio nenhum com
sua política chinfrim e estúpida. Os “bolsomínios”
vão ter que engolir a Greta Thunberg e as suas ideias por muito tempo ainda. E
se tudo o que esta ilustre ativista está defendendo for mentira, falácia,
ilusão, exagero, tudo já valeu a pena, pois quem não gostaria de viver sem
queimadas e sem a fumaceira de Rondônia?
*É
Professor em Porto Velho.
Um comentário:
Professor, peço que mude sua mentalidade, Deus te abençoe hoje e sempre, que Jesus Cristo habite em nossos corações. Obrigado por ter sido meu professor.
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