Rondônia será
bombardeada?
Professor
Nazareno*
Desde a Segunda
Guerra Mundial que o Brasil não participa de uma guerra de verdade. E mesmo
assim, naquele conflito entramos somente por causa da pressão dos Estados
Unidos, já que o ditador Getúlio Vargas mantinha relações até amistosas com o
III Reich de Adolf Hitler. Fomos ao conflito e não mudamos absolutamente nada
na geopolítica mundial. O Brasil, como sempre, serviu de chacota internacional
na época. E eis que agora estamos na iminência de participar de outra guerra: o
governo do “Mito”, lacaio dos
interesses norte-americanos, insiste na derrubada do ditador Nicolás Maduro da
Venezuela. O nosso país não deveria se meter em assuntos internos de outras
nações. O problema da Venezuela deve ser resolvido pelos venezuelanos. A nossa
participação deveria ser de ajuda humanitária e respeitando a autodeterminação
alheia.
Bastou um capitão e um general
assumirem a Presidência da República para que a ameaça de guerra pairasse sobre
nós. Carlos Bolsonaro, um dos filhos-problema do nosso presidente, defendeu uma
solução militar para a crise venezuelana e o assassinato do presidente do país
vizinho. Mesmo sendo submisso a Donald Trump, que pretende se apoderar do
petróleo da Venezuela, Jair Bolsonaro não deve embarcar nesta aventura maluca.
O ditador Maduro não tem nada a perder e sob intensa pressão internacional pode
piorar as coisas para nós. A Venezuela já posicionou mísseis SV-300 ao lado da
nossa fronteira. Além do mais, eles têm os temíveis caças Sukhoi-30. E qual é a
nossa tecnologia para um conflito desses? Uma guerra agora seria o caos, o fim.
Será que os eleitores do “Mito” estão
festejando a possibilidade de brigas com os nossos vizinhos?
Tremo de medo só de pensar na
possibilidade de bombardearem partes do nosso território. Já pensou se mísseis
forem lançados contra Rondônia e Porto Velho? Porém, acho que as forças
bolivarianas não perderiam tempo com esta “província
de bosta”. As hidrelétricas da região “iriam
para o saco” em pouco tempo e nem precisariam da força do velho rio Madeira
enfurecido. Com as bombas, a merda abundante que existe na cidade jorraria a
esmo. Porto Velho viraria uma fedentina só. Algo até normal para seus
habitantes. Será que as nossas “forças”
conseguiriam impedir a catástrofe sobre nós? Os supersônicos Sukhoi-30 dariam
um passeio nos nossos “teco-tecos” já
enferrujados e obsoletos. Isso sem falar na Rússia e na China, aliados de
Maduro, que certamente entrariam no conflito. Rondônia ser riscada do mapa
seria algo muito bom para todos.
Mas não vai
haver guerra nenhuma e Rondônia não será destruída desta vez. Nossas Forças
Armadas são muito fracas para o combate, pois têm munição para apenas uma hora
de conflito. Nossa guerra deveria ser para combater a pobreza, a péssima
educação que temos, a violência interna, a injustiça, o analfabetismo e a
desigualdade social. Não para matar vizinhos pobres. E quem precisa no momento
de ajuda humanitária é o nosso país, não os venezuelanos. Além do mais, “a ajuda humanitária para a Venezuela é apenas
um pretexto para a invasão daquele país”, dizem os russos e chineses, que
já estão monitorando a situação. Ainda assim, se eu morasse em Manaus ou Boa
Vista, por exemplo, estaria “com as
barbas de molho”. Se o Brasil “piorar
as coisas”, teremos apenas “um lacaio
do imperialismo fazendo a vontade do seu patrão, os EUA”. Apenas dois meses
de governo e já temos a iminência de uma guerra. É mole?
*É
Professor em Porto Velho.
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