sábado, 23 de fevereiro de 2019

Rondônia será bombardeada?


Rondônia será bombardeada?


Professor Nazareno*

            Desde a Segunda Guerra Mundial que o Brasil não participa de uma guerra de verdade. E mesmo assim, naquele conflito entramos somente por causa da pressão dos Estados Unidos, já que o ditador Getúlio Vargas mantinha relações até amistosas com o III Reich de Adolf Hitler. Fomos ao conflito e não mudamos absolutamente nada na geopolítica mundial. O Brasil, como sempre, serviu de chacota internacional na época. E eis que agora estamos na iminência de participar de outra guerra: o governo do “Mito”, lacaio dos interesses norte-americanos, insiste na derrubada do ditador Nicolás Maduro da Venezuela. O nosso país não deveria se meter em assuntos internos de outras nações. O problema da Venezuela deve ser resolvido pelos venezuelanos. A nossa participação deveria ser de ajuda humanitária e respeitando a autodeterminação alheia.
            Bastou um capitão e um general assumirem a Presidência da República para que a ameaça de guerra pairasse sobre nós. Carlos Bolsonaro, um dos filhos-problema do nosso presidente, defendeu uma solução militar para a crise venezuelana e o assassinato do presidente do país vizinho. Mesmo sendo submisso a Donald Trump, que pretende se apoderar do petróleo da Venezuela, Jair Bolsonaro não deve embarcar nesta aventura maluca. O ditador Maduro não tem nada a perder e sob intensa pressão internacional pode piorar as coisas para nós. A Venezuela já posicionou mísseis SV-300 ao lado da nossa fronteira. Além do mais, eles têm os temíveis caças Sukhoi-30. E qual é a nossa tecnologia para um conflito desses? Uma guerra agora seria o caos, o fim. Será que os eleitores do “Mito” estão festejando a possibilidade de brigas com os nossos vizinhos?
            Tremo de medo só de pensar na possibilidade de bombardearem partes do nosso território. Já pensou se mísseis forem lançados contra Rondônia e Porto Velho? Porém, acho que as forças bolivarianas não perderiam tempo com esta “província de bosta”. As hidrelétricas da região “iriam para o saco” em pouco tempo e nem precisariam da força do velho rio Madeira enfurecido. Com as bombas, a merda abundante que existe na cidade jorraria a esmo. Porto Velho viraria uma fedentina só. Algo até normal para seus habitantes. Será que as nossas “forças” conseguiriam impedir a catástrofe sobre nós? Os supersônicos Sukhoi-30 dariam um passeio nos nossos “teco-tecos” já enferrujados e obsoletos. Isso sem falar na Rússia e na China, aliados de Maduro, que certamente entrariam no conflito. Rondônia ser riscada do mapa seria algo muito bom para todos.
Mas não vai haver guerra nenhuma e Rondônia não será destruída desta vez. Nossas Forças Armadas são muito fracas para o combate, pois têm munição para apenas uma hora de conflito. Nossa guerra deveria ser para combater a pobreza, a péssima educação que temos, a violência interna, a injustiça, o analfabetismo e a desigualdade social. Não para matar vizinhos pobres. E quem precisa no momento de ajuda humanitária é o nosso país, não os venezuelanos. Além do mais, “a ajuda humanitária para a Venezuela é apenas um pretexto para a invasão daquele país”, dizem os russos e chineses, que já estão monitorando a situação. Ainda assim, se eu morasse em Manaus ou Boa Vista, por exemplo, estaria “com as barbas de molho”. Se o Brasil “piorar as coisas”, teremos apenas “um lacaio do imperialismo fazendo a vontade do seu patrão, os EUA”. Apenas dois meses de governo e já temos a iminência de uma guerra. É mole?




*É Professor em Porto Velho.

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