O JBC dá certo.
Por quê?
JBC é a escola Professor João Bento
da Costa da zona sul de Porto Velho. É uma escola pública mantida pelo Estado
de Rondônia. É relativamente nova, pois tem pouco mais de 20 anos de
funcionamento. Mas é uma escola muito diferente da triste realidade do falido
sistema educacional de Rondônia e do Brasil. Apesar de ser pública, a referida
escola pode ser comparada em alguns itens às melhores escolas particulares de
Porto Velho. Sou suspeito para falar da excelência deste estabelecimento de
ensino, já que trabalho lá há mais de duas décadas e onde há exatos 17 anos ajudei
a criar, com os professores José de Arimatéia de Geografia e Walfredo Tadeu de
História, o Projeto Terceirão na escola pública. O professor Suamy
Vivecananda, atual secretário de Estado da Educação nos ajudou muito nesta
tarefa e foi um dos seus primeiros diretores.
Com o professor Suamy à frente do
Projeto Terceirão, a escola JBC alcançou níveis espetaculares de rendimentos
para uma escola pública. Ano após ano, os alunos foram sendo aprovados em
vestibulares espalhados pelo país afora. Da Unir, a Universidade Federal de
Rondônia, às mais respeitadas universidades do sul do país, os alunos do JBC
conquistaram vagas e mais vagas com as suas notas. Letras/Português,
Licenciatura em História, em Química, Direito, Bacharelados, Medicina,
Engenharias, Psicologia, dentre muitos outros cursos, foram opções dos “nossos meninos”. O trabalho de
excelência, no entanto, continuou com o professor Chiquinho Lopes na direção da
escola por oito anos seguidos e que a partir de agora tem nas professoras Lady Ribeiro
e Juci Graminholi, a certeza de continuidade da “escola pública que sempre deu certo”.
Claro que Porto Velho e Rondônia têm
algumas outras escolas públicas muito boas também. Porém, o diferencial do JBC
talvez sejam os professores. Além, claro, de excelentes alunos que já passaram
pelo estabelecimento de ensino. Das turmas de primeiros anos até o Projeto
Terceirão, há uma “simbiose” entre os
mestres. Professor do João Bento não faz greve, embora não concorde com o
salário de miséria que recebe. “Aqui é
proibido o aluno ter aula vaga”, diz um professor do projeto. “Nós substituímos o colega que está doente ou
impossibilitado de ir trabalhar”, conclui. O JBC acompanha as provas do
ENEM e incentiva todos a estudar e dar o máximo de si. Por isso, os alunos Estevão
Belfort e Dawson Melo fizeram 980 pontos na redação. Teynan Antônio e Luiz
Henrique fizeram 960 pontos e Thiago Espósito e Francianni Diniz, 940.
Mesmo com alunos obtendo notas de “aluno de qualquer escola particular”, o
João Bento da Costa ainda tem sérios problemas de infraestrutura e a última
reforma feita na escola, que durou “somente”
o ano inteiro de 2018, trouxe sérios transtornos a professores, funcionários e
alunos. Ainda assim, no ano passado, o JBC representou Rondônia nos Estados
Unidos quando o diretor Chiquinho foi lá para receber o prêmio de gestão
escolar/2017. “As aulas no JBC deveriam
ser de turno integral já há tempos”, lamenta um dos professores do Projeto
Terceirão. “Agora com o professor Suamy
à frente da SEDUC este sonho pode se tornar uma realidade”, avalia. Os
professores desta escola ganham a mesma coisa que os professores de outras
escolas estaduais de Rondônia, mas fazem questão de dizer que escola pública de
qualidade ainda é possível e se faz com muita garra. O João Bento quer ser
diferente do outro João: o “açougue”.
*É
Professor em Porto Velho.
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