A UNIR e o “jeitinho”
Professor
Nazareno*
Unir é a
Universidade Federal de Rondônia, embora a sigla não represente corretamente
este Estado, cuja sigla é RO e não “R”.
É uma universidade “meia-boca” sem
nenhum prestígio sequer local ou regional. Lendo-se sua abreviatura, totalmente
errada, não há a certeza de que se trata de um órgão federal muito menos em
qual Estado se situa. A UFPB, por exemplo, é Universidade Federal da Paraíba.
Já a UFPR é, claro, a Universidade Federal do Paraná. Mas o problema da única
universidade pública de Rondônia não é somente a sua sigla. Nela funciona, por
exemplo, há anos o curso de Medicina sem que haja um hospital universitário. Ali
nem uma UPA há. Não duvidaria jamais da competência dos médicos formados por
lá, mas um hospital ou até mesmo um “açougue”
funcionando ali ajudaria e muito na formação de todos esses profissionais.
Porém, mesmo com toda essa extrema penúria acadêmica, a Unir não é muito frequentada pelos alunos rondonienses. Estes se contentam somente com os cursos de menor procura. Em Medicina, para se ter uma ideia, há uma verdadeira invasão de acadêmicos vindos de outras unidades da federação. Por isso, ouvi falar de um projeto defendido pelo Deputado Federal Léo Moraes no sentido de se discutir a admissão “diferenciada” dos alunos de Rondônia. Um acinte, um absurdo se isso for verdade. Léo Moraes deve ser um homem inteligente e sabe que a Unir é bancada com recursos federais, embora se situe em terras karipunas. Logo, todo aluno de outra unidade da federação tem o direito de não ser barrado ali. Criando esta reserva de vagas se admitiria também que universidades de fora do Estado proíbam rondonienses de estudarem nelas?
Porém, mesmo com toda essa extrema penúria acadêmica, a Unir não é muito frequentada pelos alunos rondonienses. Estes se contentam somente com os cursos de menor procura. Em Medicina, para se ter uma ideia, há uma verdadeira invasão de acadêmicos vindos de outras unidades da federação. Por isso, ouvi falar de um projeto defendido pelo Deputado Federal Léo Moraes no sentido de se discutir a admissão “diferenciada” dos alunos de Rondônia. Um acinte, um absurdo se isso for verdade. Léo Moraes deve ser um homem inteligente e sabe que a Unir é bancada com recursos federais, embora se situe em terras karipunas. Logo, todo aluno de outra unidade da federação tem o direito de não ser barrado ali. Criando esta reserva de vagas se admitiria também que universidades de fora do Estado proíbam rondonienses de estudarem nelas?
Tanto Léo Moraes quando os
defensores desta excrescência deviam procurar saber por que alunos de Rondônia
não conseguem entrar em sua única universidade pública para estudar e
consequentemente atacar o problema e não criar “jeitinhos”. Essa postura me mete medo: os alemães, na década de 30
do século passado, também passaram a discriminar cidadãos não nascidos em
território germânico. E deu no que deu. Se este absurdo atemporal for
concretizado, seus idealizadores com certeza não pararão por aí. E a próxima medida
discriminatória seria talvez a admissão de alunos pela cor da pele, pelo sexo
ou pela posição político-filosófica. Léo Moraes certamente entraria para a
História deste fracassado Estado se ajudasse a criar uma universidade estadual
ou até municipal. Aí sim, poderiam implantar essas barreiras discriminatórias.
Os estudantes
rondonienses são bons e têm competência de serem até melhor e mais bem
preparados do que os do Sul do país ou de qualquer outra parte do mundo. Sou
professor e sei disso. Não podem é querer triunfar da pior forma possível,
criando “penduricalhos”, “bolsonarices” e “cláusulas de barreiras” só porque nasceram aqui. As escolas de
ensinos Fundamental e Médio de Rondônia têm que melhorar e muito.
Principalmente as públicas. E todos nós profissionais da educação temos que
lutar para que isso aconteça. Rondônia é um dos poucos Estados do Brasil que
não possuem uma universidade estadual ou municipal. E isso é tão vergonhoso quanto
inventar “quebra-galhos” absurdos, dispensáveis e anacrônicos. Duvido que os
alunos do curso de Direito da mesma Unir, que vão representar o Brasil na
Áustria em uma competição mundial, entraram na universidade de forma errada e
na mamata. Há como não se orgulhar deles?
*É
Professor em Porto Velho.
Um comentário:
Quanta baboseira... procure se informar! O curso de medicina é o melhor do norte, o curso de enfermagem é o quarto melhor do Brasil e tem nota 4 no enade. Vai em uma turma de medicina da Unir e pergunra quantos são de fora do Estado e quantos, ao se formarem, pretendem atuar aqui em nossos hospitais. Tem que haver bonificação sim! A UNB, UFRR e até UFPA possui bonificação para os estudantes. Pare de ser ignorante Nazareno e tenha um pouco mais de amor a essa terra que tem que te suportar todos os dias!!!
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