Políticos: os ‘zeróis’
do povo
Professor
Nazareno*
Em toda
sociedade moderna minimamente organizada devem existir os políticos, sim. Eles
fazem a ponte, o elo entre essa sociedade, que os escolhe, e o Poder Público.
Além disso, criam leis, governam e procuram organizar as ações para a melhoria
coletiva. Se for ruim com eles, será muito pior sem eles, pois de que forma um
povo, uma nação, um Estado, uma cidade seriam governados? Como se escolheriam
os líderes e os governantes? No entanto, os políticos brasileiros já há muito
tempo têm desmistificado e negado essa definição e transformaram a importante arte
da política na prática de gerenciar seus próprios interesses. E o pior, com a
aceitação, a passividade e o consentimento desse mesmo povo. Fazer política no
nosso país tem sido sinônimo de enriquecimento muitas vezes ilícito. E o
dinheiro público é o combustível para o roubo.
Muitos dos atuais partidos políticos
do Brasil viraram verdadeiras organizações criminosas. Sem nenhuma ideologia e
sem a menor vocação para defender os cidadãos mais carentes, seus dirigentes e
filiados partiram sem dó nem piedade sobre o dinheiro dos impostos e na certeza
da impunidade transformaram a riqueza de uma das maiores potências econômicas
da atualidade num patrimônio de poucos. Sem dinheiro disponível, os serviços
públicos pioram a cada dia e a qualidade de vida dos brasileiros comuns definha
assustadoramente. E tudo isso com a estranha cumplicidade desse povo
necessitado. É como se nós sofrêssemos da Síndrome de Estocolmo em relação aos
nossos governantes. Somos como hienas covardes que nos satisfazemos e rimos
quando nos deixam comer carne podre. Como galinhas, só cantamos após botar um
grande ovo.
Os nossos políticos fazem “gato e
sapato” de nós e não reagimos nunca. Retiram nossos direitos, nos humilham
e nada nos repassam. Acuados, bradamos que a política não nos interessa. E não
nos enganemos: a maioria dos eleitores brasileiros e rondonienses não tem
leitura de mundo nem conhecimentos necessários para se opor a esses políticos
canalhas. Nas próximas eleições, TODOS (ou quase todos) os traidores desse
mesmo eleitor serão novamente reconduzidos aos cargos que hoje ocupam. Por
ignorância, comodismo ou burrice mesmo, o culpado de todas as mazelas do povo
brasileiro é esse mesmo povo. Somos uma nação onde se acredita que apenas uns
20% dos eleitores têm algum tipo de consciência de sua própria existência. Uma
nação de idiotas e semianalfabetos que por estupidez ajudam a perpetuar a
exploração coletiva.
Diego Mainardi disse que o Brasil não tem políticos de direita nem de
esquerda. “Tem um bando de salafrários
que se reúnem para roubar juntos”. Muitos deles fazem ou aprovam as suas
próprias leis. Hildon Chaves, por exemplo, atual prefeito de Porto Velho
decidiu visitar o Primeiro Mundo com apenas seis meses de mandato e para isso
teve a devida aprovação da “amiga” Câmara
de Vereadores. Em pleno arraial Flor do Maracujá, decidiu implementar o turismo
em Paris e na Disney quando podia ter ido a Bandeirantes, Jaci, Calama ou outro
distrito carente da capital. O “estimado
líder” aumentou em 26% as passagens de ônibus e deixou um político citado
em corrupção no seu lugar. E por tudo isso foi aplaudido. A atual situação
caótica na política deste país pode atingir apenas uns 10% desses maus
políticos. Sem nenhuma visão política, continuaremos sendo governados e
administrados por essa gente ainda por muito tempo.
*É Professor em Porto Velho.
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