Doze
dias de nada
Professor
Nazareno*
A ex-presidente Dilma Rousseff e o PT, seu
corrupto partido, não governaram bem. Mas o seu sucessor, o golpista Michel
Temer do PMDB, entrou e também nada fez após quase um ano de governo. Se algo
mudou, foi para pior. Muito pior mesmo. Sem golpe, em Porto Velho também trocaram
o prefeito. Saiu o lento Mauro Nazif e entrou Hildon Chaves do PSDB, uma
espécie de esperança para a cidade mais imunda e porca do país. Quase meio mês
já se passou da nova administração e até agora nada mudou também. A “rompança”
da campanha eleitoral já está esmorecendo. E não é pouco tempo, não. No Japão,
em apenas 2 dias muitas coisas são feitas e a “cidade das hidrelétricas”
precisa de mudanças para ontem. Andando pelas ruas do lugar percebe-se que até
agora as agruras continuam e que tudo não passou de embromação eleitoreira.
Acho que é por causa do tempo
chuvoso que as obras para mudar a cara da cidade ainda não começaram. E como
chove durante uns seis meses por aqui, as esperanças não são nada animadoras.
Estamos no inverno amazônico. Alagação há por toda parte. Água podre e infecta
continua sua rotina macabra de invadir lares e residências naturalmente. Lixo
esparramado pelos quatro cantos da cidade é o que mais se vê. Eu mesmo já
contei nessa nova administração uns quatro ou cinco animais mortos apodrecendo no
asfalto cheios de tapurus. E pior: não senti ainda o tão prometido cheiro de
perfume vindo das fedorentas ruas. Estive na rodoviária e juro que não me
encantei com aqueles banheiros. A ponte
do rio Madeira ainda está escura, o Espaço Alternativo está uma desgraça,
totalmente inacabado e sem previsão para terminar. Nada mudou.
A rua em que mora a professora Soniamar continua um mar
de lama. Não veio a mobilidade urbana e o Interbairros 030 demora ainda muito
tempo. Já andou nele, prefeito? Não vi nada na cidade até agora para me
esquecer do Mauro Nazif. Pior: fala-se que ficaram 20 milhões de reais em
caixa. Será? Toda a movimentação tucana só tem sido em cima dos pobres coitados
dos barnabés municipais. Remaneja daqui para lá e de lá para cá. Traz de volta
os funcionários cedidos. Diminui gratificações. Demite comissionados. Exonera
secretário. Convoca para reunir, reúne para convocar. Enquanto isso, continua
nossa triste rotina de sujeira e catinga. O PSDB nunca gostou de servidores
públicos é fato, mas a cidade precisa de cuidados. E temos de torcer muito para
que o rio Madeira não venha com outra enchente histórica igual àquela de 2014.
E nada de doar salário para ninguém. Isso é demagogia
pura, jogo de cena para impressionar os incautos. Coisas do falecido Jânio Quadros
e de João Doria. O correto seria abraçar a bandeira para diminuir em pelo menos
50 por cento os salários do prefeito, dos vereadores e de todos os assessores. Isso
sim, traria economia para o município. Cuidado também com as licitações, com os
fornecedores e com a Câmara de Vereadores. Todas as sangrias do dinheiro
público têm que ser estancadas e se sobrar algum dinheiro deve ser investido
para o bem dos munícipes. Foi o senhor que disse que “ia curar todas as
feridas de Porto Velho, limpar todos os cantos e enterrar os desencantos”. Já
começou a fazê-los? Queremos uma cidade melhor e estamos torcendo para que se
faça uma boa administração com transparência e justiça. Mas são tristes os exemplos de doação de terreno a empresário e deixar que outros mandem na prefeitura.
*É Professor em Porto Velho.
Um comentário:
Acho que já desisti da minha rua...e de Porto Velho logo...logo...pensando seriamente nisso com a saída da minha aposentadoria...mas ainda espero que Dr.Hildon faça alguma coisa,pois também só estou vendo mídia e mais mídia de vereadores eleitos e Prefeito.Espero que deixem as mídias de lado e partam para ações,pois quem faz não precisa de mídia...a população verá e reconhecerá...
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