A
felicidade mora é aqui
Professor
Nazareno*
Outro dia ouvi
falar que o país mais feliz do mundo é a Dinamarca. Lá, a qualidade de vida é
uma das mais altas que se conhece e a desigualdade social é quase inexistente,
segundo o Coeficiente de Gini. Os serviços públicos funcionam perfeitamente, quase
não há violência entre os dinamarqueses, o sistema de saúde é fenomenal, o
sistema de educação, quase toda pública, é um dos melhores do planeta e a
grande maioria da população vive feliz. Não conheço a realidade daquele país
escandinavo, mas discordo da maioria destes indicadores. O país cuja população
é a mais feliz do mundo é o Brasil com toda a certeza. Só o fato de este país
ser administrado há quase duas décadas pelo PT, o Partido dos Trabalhadores, e
apoiado pelo PMDB, já dá a ideia aproximada do alto nível de felicidade do
brasileiro comum.
É na Dinamarca que existem duas ou
três semanas de Carnaval todo ano? Eles têm o Carnaval fora de época? Eles
dançam BOI? Lá existem bandas como uma de Porto Velho que coloca “orgulhosamente”
quase metade da população de uma capital nas ruas? Neste país de boa qualidade
de vida se distribui, como no Brasil, bebida alcoólica e outras drogas para o
povo se divertir e ainda chamam esta aberração de cultura? Quantos feriados
anualmente, por exemplo, existem nesta tal de Dinamarca? O sistema de saúde
deste país escandinavo coloca “açougues” para atender à feliz e alegre
população?Algum desinformado e pessimista vai dizer que lá, o sistema político
funciona perfeitamente e que todos os políticos do país trabalham em beneficio
do povo, que paga altas taxas de imposto. Aqui também se pagam muitos tributos,
ora.
Diferente do dinamarquês, o
brasileiro quase sempre só vive rindo. Com sua imunda boca onde “metade dos
dentes estão podres e a outra metade fede à bosta”, a maioria dos cidadãos
daqui leva uma vida de hiena: comem carniça e riem. Muitos têm a síndrome da
galinha choca: bota um ovo enorme, se rasga toda e ainda sai cantando alegre e
feliz. No Brasil, povo e político vivem uma eterna simbiose de felicidade: um
rouba, o outro é roubado e os dois acham que vivem no paraíso. Existe coisa
mais feliz do que o nosso sistema de educação? Os nossos alunos só precisam de
meio turno para estudar enquanto lá na “terra da felicidade” os jovens
passam o dia na escola e quase não têm tempo para se divertir. Os dinamarqueses
já ganharam 15 vezes o Prêmio Nobel e tiveram a maçada de dar entrevistas. Nós
nos livramos desta tolice sem lógica.
A ponte do Öresund é linda. Liga o país
à Suécia, tem 13 quilômetros, durante a noite é clara feito o dia, mas muitos
falam mal dela: é muito difícil se suicidar lá. Como pode um país ser o mais
feliz do mundo se os políticos não usam obras inacabadas para se eleger como os
viadutos e o Espaço Alternativo de Porto Velho? Não é um horror viver num lugar
assim? Dizem que os políticos de lá ganham muito pouco, trabalham feito
condenados e vivem uma vida como a de qualquer outro cidadão. Dengue, Zika,
Chikungunya e Microcefalia nem existem por lá e por isso mesmo ninguém pode
falsificar atestados médicos. Um país onde a violência é quase zero e as
cadeias estão sendo fechadas por falta de presidiários pode levar os policiais
ao desemprego. Deus me livre morar num lugar onde a corrupção não existe. Vamos
assistir a que tipo de noticiário? E como os políticos vão comprar a mídia
fascista para se reelegerem? Não!
*É Professor em
Porto Velho.
Um comentário:
Muito bom !
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