Flamengo,
time sem-vergonha
Professor
Nazareno*
O
Brasil não para de dar vexames ao mundo. Nos últimos quatro anos o nosso país
envergonhou os seus habitantes como nunca antes visto na nossa triste história.
Na política, com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, mostramos a nossa
incapacidade de conviver com os anseios democráticos. O dia oito de janeiro de
2023 ficará marcado para sempre como um dos dias mais macabros da nossa
existência. Já no início do terceiro governo Lula, mostramos ao planeta inteiro
como tratamos os nossos povos originários. A tragédia dos Yanomamis no Estado
de Roraima, no Norte do país, disse para quem quisesse ouvir que somos muito
piores do que foram os nazistas quando o assunto é genocídio e extermínio de
povos. Massacramos nossos indígenas sem dó nem piedade. Destruímos, desmatamos
e envenenamos nossas florestas como se não houvesse amanhã.
Porém, um dos
maiores vexames está na área dos esportes. Nunca fomos tão desmoralizados por
países até então insignificantes como agora. Na Copa do Mundo do Catar, caímos
vergonhosamente para a Croácia nos pênaltis e ficamos fora da competição bem
antes do tempo. No campeonato mundial de clubes, jogado no Marrocos em 2023, a
decepção foi maior ainda: o “todo poderoso” Flamengo do Rio de Janeiro,
decantado em verso e prosa como um dos melhores times de futebol da atualidade
mundial, perdeu para o desconhecidíssimo Al-Hilal da Arábia Saudita. Não! Não
foi para nenhum time europeu de ponta ou mesmo para qualquer equipe de futebol
que sempre vemos jogar na Argentina, por exemplo. Dessa vez o Flamengo não
perdeu para o Barcelona, Liverpool, Milan, Bayern de Munique, Boca Juniores,
River Plate ou Independiente. Foi o Al-Hilal.
Certamente
raríssimos torcedores do Brasil sabem hoje pronunciar corretamente o nome do
algoz de agora do rubro-negro carioca. Muito menos sabem dizer de qual país é
esse time de nome exótico. E pior: os brasileiros escaparam de uma solene
goleada. Perder somente de 3 X 2 para os guerreiros e entusiasmados sauditas pode
até ser considerada uma vitória para os flamenguistas, que saíram no lucro. O
placar mais justo do jogo teria sido uns cinco ou seis gols para o time
saudita. O Flamengo não jogou absolutamente nada na partida. Aliás, como sempre
faz quando enfrenta um time um pouco mais disciplinado e bem treinado. Por
isso, foi dominado o jogo inteiro e mesmo empatando ainda no primeiro tempo em
1 X 1, sempre esteve em desvantagem no placar. Pressionado o jogo todo, fez
dois pênaltis infantis que foram convertidos em 2 belos gols.
O Flamengo é tão
ruim que se jogar hoje contra o Real Ariquemes ou o Porto Velho certamente vai
perder feio. Mas contra o Volta Redonda, o Bangu, Madureira ou o Resende faz
aquele “piseiro” no campeonato carioca. Esse time do Flamengo é a cara
do Brasil de hoje: totalmente sem brilho, sem entusiasmo, sem nenhum encanto,
fracassado e sem confiança alguma. Um time sem-vergonha mesmo. Em respeito aos
seus milhões de torcedores, devia se retirar de todos os campeonatos de que vai
participar neste ano de 2023. A decepção para todos seria bem menor se fizesse
isso. O problema é que igualmente não há times bons no Brasil. Até nisso somos
também uma vergonha mundial. É como na política nacional: elegemos o Lula não
porque o ex-metalúrgico seja alguém bom, carismático e confiável para nos
governar. Fizemos isso porque tínhamos que nos livrar do Fascismo que estava
nos espreitando. Flamengo e Brasil, desgosto até quando?
*Foi Professor em Porto
Velho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário