Anulem
as eleições de 2022
Professor
Nazareno*
Desde
que foram anunciados os resultados das eleições no Brasil, principalmente
quando saiu a apuração final no segundo turno para presidente da República
dando vitória ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, a direita, a
extrema-direita, os conservadores e os reacionários de um modo geral estão “chiando”
e criando muita confusão pelo país. Os golpistas financiam e colocam multidões
nas ruas para fazer protestos, bloquear estradas, interditar ruas e também
acampar em frente aos quartéis das Forças Armadas exigindo na maioria dos casos
que os militares deem um golpe de estado e anulem as eleições, que eles, os
golpistas, não reconhecem. Jair Bolsonaro, o “Deus” dessa gente perdeu o
pleito por apenas 2,1 milhões de votos num universo de mais de 156 milhões de
eleitores. Uma pergunta: eles querem anular as eleições em geral ou “somente”
os votos para presidente?
Será
que esses farsantes de ocasião desconfiam também dos resultados do primeiro
turno quando a extrema-direita e os reacionários praticamente elegeram todos os
seus candidatos? Ou somente estão colocando em xeque o resultado do segundo
turno em que o “Bozo” perdeu a reeleição? Será que os já eleitos e
proclamados vencedores vão aceitar tranquilamente a anulação do pleito sem nada
falar? Romeu Zema em Minas Gerais, Tarcísio de Freitas em São Paulo e Cláudio
Castro no Rio de Janeiro, para não citar pelo menos mais outros dezenove
governadores conservadores que foram eleitos pelos estados, vão concordar sem
mais nem menos com esta anulação e vão ficar calados? Quase todas as
assembleias legislativas estaduais, a Câmara dos Deputados e o Senado federal
também elegeram praticamente só candidatos conservadores e da extrema-direita.
As urnas
eletrônicas assim como o TSE, para o cidadão que foi eleito, devem ser instituições
muito confiáveis, é o que se presume. Se a vitória de toda essa gente foi algo
absolutamente normal e legal, como podem as eleições, apenas no segundo turno,
serem alvo de desconfianças? Já disse e repito: Jair Messias Bolsonaro não
perdeu para Lula. Perdeu para ele mesmo. Para a sua língua desaforada, para a
sua falta de educação, para a sua grosseria e para a sua estupidez. Porém, o
atual presidente do país deixa uma lição muito importante para o futuro da
política: o candidato que for grosso, que desdenhar dos outros, que negar a
ciência, que não respeitar direitos individuais, enfim, que agir sem filtros no
que fala, como agiu o senhor Bolsonaro durante os quatro anos em que esteve no
poder, jamais será eleito nem reeleito para nada. A elite sabe que ele foi e é
um estorvo.
Todos merecem
respeito e consideração. As mulheres, os homossexuais, negros, esquerdistas,
religiosos, ateus, índios, quilombolas, minorias em geral são todos seres
humanos. Como pode um presidente da República, que devia representar a todos,
ser tão descortês e mal-educado? Bolsonaro nunca esteve à altura do cargo para
o qual foi equivocadamente eleito em 2018. Por isso ele não ganhou o pleito.
Simples assim! O próprio Romeu Zema, govenador mineiro reeleito, reconheceu a
burrice e talvez a “falta de comunicação” do sujeito que apoiou no
segundo turno. Tenham coragem de pedir para que se anulem as eleições, mas que
se cancelem os dois turnos e não apenas aquele que derrotou o “aprendiz de
fascista”. Jair Messias Bolsonaro já é carta fora do baralho. No Brasil e
no mundo inteiro. E por isso, devia a partir de janeiro próximo, sem a
imunidade do cargo que não quis respeitar, ser julgado, condenado e preso.
Devia mofar no xilindró.
*Foi Professor em Porto
Velho.
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